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quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

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O PMDB foi humilhado, e daí?

O PMDB que se delicia nas tetas do governo federal nem de longe lembra as honrosas atuações nas origens do MDB. Sempre disposto a engolir um pedaço do bolo administrativo, nas famosas benesses que acompanham cargos que respiram ares palacianos, o partido tornou-se vassalo de Lula numa submissão da causar asco. A bajulice foi tão escancarada que os caciques jogaram na latrina até princípios básicos democráticos que nortearam as raízes da agremiação. Fosse o contrário, a facção teria impedido, por exemplo, a entrada do neoditador Hugo Chávez no Mercosul.

Sem perceber que o estilo baba-ovo tem consequências, o PMDB demorou a notar que Lula considera a associação como uma espécie de “cosa da presidência”, cujas ações ele não precisa pedir, basta mandar. O interessante é que depois de anos aceitando o papel de garota de programa, com agrados, mimos e exigências presumíveis, a cúpula dá um chilique de virgem alardeando que não gostou da música tocada no prostíbulo.

A tal nota de repúdio da ala paulista, condenando a exigência de Lula a uma lista tríplice a ser lhe apresentada, é uma reação tardia que só engana neófitos na politiquice. O presidente usa com o PMDB a surrada tática do “manda quem pode, obedece quem tem juízo”. A tal ameaça de lançar um candidato próprio ao Planalto, é um blefe sem cartas capazes de levar o jogo a bom termo.

Mantendo níveis de aclamação popular que lhe dá status de um imperador moderno, Lula acha até graça da insubordinação como showzinho de última hora. Ele sabe como poucos que a humilhação pode ser aplacada com os mimos de sempre. Nenhum partido, sequer o PT que o levou ao poder, tem prioridade na meta do presidente. Tanto que Dilma Rouseff é uma invenção dele enfiada goela abaixo nos históricos do partido.

Imaginar que o “lulacentrismo” vai dar a mínima bola para um vice que não mereça sua extrema unção é quimera. Fantasias dos que colaboraram com o mito endeusado nas telas de cinema. O PMDB, apontado em prosas e versos como o maior partido da América Latina, é um gigante manso e incapaz. Tem remédio. Claro que sim, basta mostrar coragem.

Mas para isso é necessário agir nos limites de um milagre. Primeiro, abandonar as sinecuras do poder e, segundo, deixar – para valer mesmo – de ser apenas um apêndice nas decisões que interessam ao líder supremo. Com base na cronologia do servilismo já demonstrado, não tenho razões para acreditar que o atual PMDB vai se tornar independente.

No máximo, vai acender velas capazes de agradar santos e capetas de todos os matizes. Assim sendo, poderá sentar na confortável poltrona que acomoda a base aliada do governo. Seja ele quem for. É a tradição de mudar os reis e manter a mesma corte. O papel de bobo é o do contribuinte. Cargo merecido e vitalício.



Rosenwal Ferreira é jornalista e publicitário

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Estupidez e genialidade em Pirenópolis

Considerada como a joia do Cerrado, a bucólica cidade de Pirenópolis é de uma beleza que embriaga os turistas. Não é por mero acaso que a histórica cidade, que recebe o beijo da natureza no abraço de serras, cachoeiras a casarões seculares, atrai mestres da Medicina complementar. Alguns deles são dedicados cientistas cujo acervo cultural dignifica o Brasil. Uma dessas raridades é o conhecido farmacêutico dr. Wellington Lee Schetinger.

Além de ser um dos mais conceituados especialistas da América Latina em chás medicinais extraídos de plantas do Cerrado, sua modesta clínica é um alívio aos que sofrem de dores crônicas incuráveis e enfermidades com difícil ou impossível tratamento na medicina tradicional. Seu domínio em técnicas orientais como acupuntura, massagens Tui Na e outras habilidades, causa admiração até mesmo entre os mestres chineses.

Entre proezas que já se tornaram famosas no município – ele recebe pacientes de todos os países do mundo – ele cultivou na cidade, durante três anos, o mais completo jardim fitoterápico que já se teve notícia, plantando cuidadosamente, em forma de um mandala, plantas nativas capazes de curar.

Infelizmente o projeto foi abandonado vítima da ignorância da classe política. O atual prefeito não achou interessante a iniciativa do antecessor, mesmo tendo usufruído dos benefícios do generoso dr. Lee. Recentemente prometeu reavaliar. Quem sabe um sopro de inteligência faça retornar tão inédita cultura.

Infelizmente o dedicado Lee Schetinger, assim como todas as pousadas, restaurantes e cidadãos, é obrigado a conviver com lado estúpido e atrasado de Pirenópolis: a poluição sonora, via carros de som que urram nas estreitas vias públicas. Ignorando que se trata de um local turístico para descanso e lazer, as tais boates ambulantes gritam informações na maior inferneira.

A não ser para os uns poucos ignorantes – e aos minguados com interesse no faturamento – ninguém suporta a tal zorra. Alguns vereadores mais instruídos até que já tentaram impedir a aberração. Recuaram frente à turma do mal que infelizmente continua predominando em todas as cidades. Esquecem eles que uma proibição seria uma vitória da comunidade.

Que estilo de gente ordinária imagina que turistas, pessoas idosas e crianças, se deleitam com a invasão de urros, anunciando festas, cortejos fúnebres ou venda de salgadinhos. Toda essa zorra é realizada a qualquer hora e, principalmente, nos fins de semana. Ninguém merece. Está certa a filosofia de Nietzsche: Deus errou em limitar a inteligência esquecendo-se de restringir a burrice. Em todo caso, ainda existem os tampões de ouvido e a certeza de que, entre erros e acertos, Pirenópolis é o máximo.



Rosenwal Ferreira é jornalista e publicitário

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Roubaram a ciclovia do Maurício Beraldo

Nada como o registro histórico para dar a Maurício o que não pertence a José. Explica-se: muito embora a paternidade da ciclovia tenha sido reivindicada por diversos autores que aproveitam para montar em cavalo arriado, foi o vereador Maurício Beraldo, aceitando um desafio feito aos vereadores da Câmara Municipal de Goiânia em meu programa diário, na época apresentado na Rádio Interativa FM, que se entusiasmou realizando um qualificado projeto do uso de bicicletas na Capital.

Há muitos carnavais, Beraldo esteve pessoalmente no meu escritório, na Praça do Cruzeiro, checando alguns detalhes sobre o assunto e se inteirando dos pormenores do que eu havia selecionado. Alguns meses depois realizamos um programa na TV (no já tradicional Opinião em Debate) que tenho documentado, falando especificamente sobre o tema. Na ocasião, como forma de atrair a atenção dos telespectadores, convidamos cientistas locais que apresentaram versões de bicicletas elétricas e motorizadas, produzidas em Goiás.

Procurando dar bom exemplo comprei uma delas e, mesmo tendo um excelente veículo na garagem, passei a ir ao trabalho acelerando a maquineta que exigia boas pedaladas na subida da Av. 85. Considerei genial o fato de o veículo fazer mais de 40 quilômetros com um litro de gasosa.

Como a divulgação não remunerava os cofres da emissora, minha boa intenção foi abortada na raiz visto que, na época, não houve interesse em dar sequência ao que idealizei sem nenhuma intenção de lucrar. Amuado, deixei de indicar as tais bikes. Sem apoio, e sem capital para continuar a modestíssima industrialização, a pequena fábrica terminou fechando.

Anos depois me parece claro que a ideia foi habilidosamente aproveitada. Mas não com o propósito inicial. A atual ciclovia é um fantasma que não serve aos trabalhadores. Como peça de marketing é um encanto. Mas, convenhamos, transformou-se num entretenimento, um refresco a mais, para que uma elite possa desfilar exercitando pedaladas.

O que vislumbrei, e que está previsto na iniciativa da Câmara, é um trajeto a ser utilizado pelos operários. Algo capaz de oferecer segurança a quem deseja diminuir despesas no transporte e uma real alternativa para deixar o turbinado na garagem.

Considero aceitável a apropriação de um plano sem mencionar ou dar crédito à sua origem. Afinal de contas sou um concorrente na Rede Sucesso FM, 98,3, das 12 às 13h, com uma equipe de 18 profissionais qualificados, testemunhas dos episódios narrados. Lamentável é a deturpação de algo idealizado com seriedade.

É fundamental esclarecer que esse artigo foi escrito em deferência ao vereador Maurício Beraldo, político que já critiquei duramente e que solicitou a correção. Seus argumentos, principalmente o de que o público esquece, mas cabe à imprensa lembrar, me convenceram a realizar um respeitoso registro.

O pronunciamento de Maurício Beraldo realizado na tribuna ontem explica todos os detalhes da Lei Complementar nº 169, de 15 de fevereiro de 2007. Portanto, muito antes da empreitada ciclística com perfume importado, realizada nos finais de semana, para o divertimento de quem pode visitar a Disney nos Estados Unidos.

Copiar iniciativas, adornando-as com um enfeite diferente para dar um ar de originalidade, é algo comum no cerrado goiano. Muitos consideram a prática como normalidade que não fere a ética. O Diário da Manhã foi imitado em muitas de suas iniciativas pioneiras. Fazer o quê? Normalmente é melhor esquecer. No caso em questão, o vereador Maurício Beraldo mostra o DNA exigindo o que lhe pertence. Seria covardia negar-lhe esse direito. Principalmente sendo protagonista principal de uma ação importante em sua carreira política.



Rosenwal Ferreira é jornalista e publicitário

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

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Lula e a marcha da insensatez

O atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, é o exemplo clássico do mito capaz de corroer impunemente o bom senso e a realidade. Aprovado como um semideus em todas as camadas sociais, adquiriu uma audaciosa personalidade “teflon” impermeável ao negativo. Os seus minguados críticos pregam no deserto e facilmente são desqualificados por idólatras que sequer pensam em analisar o conteúdo das censuras. Entretanto, que alívio, ainda estamos numa democracia e existem espaços para mostrar o lado escuro do iluminado Lula. Indiretamente arcado pelo contribuinte, considerando que somente empresas com interesse no governo bancaram milhões de reais em contribuições, o filme Lula, O Filho do Brasil é um divisor de águas na panaceia da autopromoção política.

Somente Lula, que calou a UNE com a algibeira do contribuinte, transformou as centrais sindicais em garçons do poder, utiliza o Congresso nacional como desodorante, o Itamarati como perfumaria, nega o mensalão, recebe o presidente do Irã que não reconhece o Holocausto e que mantém cacife para tal empreitada. Poucos são os que enxergam os perigos na marcha da insensatez. Estima do eleitor e aprovações a granel não são motivos que justificam rompimento com o juízo ético. No governo de Marconi Perillo, com o atual senador na apoteose do sucesso, chaleiristas estilo baba-ovo sugeriram um longa-metragem narrando sua carreira. Assim como Luiz Inácio e milhões de brasileiros, entre os quais eu me incluo, a vida de Perillo mantém ingredientes para uma película.

História de quem nasceu pobre, ralou, sofreu e obteve sucesso existem aos borbotões. Mal a ideia vazou nas futricas palacianas e o pau comeu solto. Na época critiquei duro porque saquei o óbvio: o documentário teria que ser patrocinado por interesseiros de ocasião. O bom senso e a certeza de que seria um Deus nos acuda fizeram o governador cortar a iniciativa pela raiz.

O mesmo não aconteceu com Lula. Pelo contrário, confundindo o público com o privado, Inácio montou uma força-tarefa para viabilizar a produção, colocou ministro para dar palpites e está patrocinando a distribuição. Após essa, digamos assim, flexibilidade, o céu é o limite. Os que chiam são invejosos que não participam do café da manhã.

Aos que estudam limites que separam ditadores e democratas, estamos pisando em campo minado. Na terra, o muro que separa o paraíso do inferno é muito baixo. São atitudes que parecem inofensivas que fazem derreter as democracias. O companheiro Hugo Chávez usou programas de TV. Quando os venezuelanos lúcidos perceberam a armadilha, já estavam sem luz e papel higiênico. No Brasil não tem crise. Por enquanto a gente apenas vai ao cinema ...



Rosenwal Ferreira é jornalista e publicitário

terça-feira, 24 de novembro de 2009

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Policiais civis exageram na dose

Nacionalmente admirados pela competência e garra na solução de crimes de alta complexidade, os policiais civis do Estado de Goiás raramente foram compensados à altura de sua delicada e perigosa função. As distorções, no entra e sai de múltiplos governos, culminaram em perigoso funil de reivindicações muito justas. Entretanto, como se trata de um rol de demandas reprimidas em várias gestões, os fatos indicam que o comando da greve radicalizou em tópicos que não podem ser atendidos.

Segundo informações confiáveis, a Ugopoci e o Sinpol, zelosos representantes dos grevistas, solicitaram a criação de classe especial para agentes e escrivães, criação de cargos e salários (com fixação de níveis salariais compatíveis), realização de concurso público, reforma nas delegacias e aumento salarial em que o contracheque em final de carreira ficaria em torno de R$ 11.000,00.

O governo cedeu e, no campo das promessas, confirmou a intenção de cumprir as demandas com exceção da remuneração solicitada. Destaca-se que a 6ª e 17ª delegacias foram recuperadas, o concurso foi realizado e as nomeações serão feitas em quatro etapas. Evidente que resta conferir e cobrar.

Responsavelmente, considerando que estamos no final do governo, não foi possível comprometer o justo soldo final de R$ 11.000,00. A realista contraproposta bate na casa de R$ 5.122,00 contra os irrisórios R$ 3.500,00 em curso atualmente. Nem precisa ser um gênio em finanças para concluir que o ideal não é algo possível no momento.

Os responsáveis pela negociação precisam entender essa incapacidade. Radicalizar nesse item é como fazer careta para cego. Mesmo que o patamar ideal seja um sonho do secretário de Segurança Pública Ernesto Roller e um desejo íntimo do governador Alcides Rodrigues, não é possível fazer jorrar essa quantia das fontes do contribuinte.

Urge uma solução que seja plausível. Permanecer irredutível é manter uma crise que compromete a categoria. Até esse momento, mesmo com o poder judiciário tendo apontado a greve como ilegal, os membros da corporação possuem o apoio da comunidade. Afinal de contas, apenas para lembrar um item que nem devia ser exigido no calor da uma paralisação, reformar repartições públicas é o mínimo que se espera.

Resumo: tem mais valia comprometer o que já foi conseguido, fiscalizando para que tudo seja fielmente cumprido, do que teimar numa birra estilo tirar leite de pedra.



Rosenwal Ferreira é jornalista e publicitário

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Dr. Áureo Ludovico violenta o CRM

Considerado um dos mais habilidosos cirurgiões do Brasil, o dr. Áureo Ludovico protagoniza um desnecessário imbróglio capaz de comprometer seus colegas de profissão. O lado cientista em sua admirável atuação o coloca na vanguarda das pesquisas modernas. Existe consenso que sua técnica ultrapassou os limites do Estado de Goiás, sendo que o sucesso de suas intervenções cirúrgicas, por méritos visíveis e alardeados, caiu no gosto das estrelas do circuito hollywoodiano nacional. As pedras, bisturis e suturas no meio do caminho esbarram no rito que protege pacientes de todas as classes sociais.

Um dos itens da rigorosa norma internacional, referendada pela comunidade médica brasileira, exige que o paciente saiba que se trata de uma operação experimental e que, por esse motivo, o médico não deverá receber pela intervenção realizada. Segundo informações do confiável senador Demóstenes Torres, ao operá-lo o cirurgião Ludovico deixou claro que se tratava de um tratamento com eficiência a ser comprovada. Vários outros pacientes satisfeitos, que colocam o esculápio do cerrado num pedestal, confirmam está valiosa informação.

Infelizmente, para o azar da comunidade científica local e agonia dos atuais responsáveis pelo Conselho Regional de Medicina, a própria defesa do cirurgião reprova sua conduta. Inúmeros clientes, incluindo satisfeitos e descontentes, comprovam que ele recebeu generosos honorários. Como é que fica?O CRM ignora? Se deixa levar pelo arrastão da mídia, pelos elogios do Faustão, Kajuru, Demóstenes e outros?

A queda-de-braço é uma violência contra os responsáveis por coibir ações que atropelam o indispensável método do trabalho científico. Se não agirem abre-se um precedente perigoso. Acontecendo uma punição, que segundo consta antecede infrutíferas tentativas de um acordo na seriedade que o assunto exige, estará em curso um danoso confronto com a mídia e inevitável pressão dos leigos. Essa realidade será, anotem, mais um carma para os irretocáveis especialistas goianos.

Admirador confesso da classe médica de meu Estado, certo das boas intenções e genial habilidade do dr. Áureo Ludovico, não entendo suas contradições éticas. Seguir os melindres da ciência é um caminho difícil e sem dúvida menos rentável. Mas são esses escrúpulos, que superficialmente parecem exageros, a separar a raça humana de macacos, ratos e cobaias utilizados nas pesquisas.



Rosenwal Ferreira é jornalista e publicitário.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Lourenço de Castro Tomazette e sua esposa Vanessa

Salvo uma casta que se protege ora fazendo o jogo do poder, ora mostrando sua capacidade em retaliar, o grosso do funcionalismo público brasileiro historicamente sofre como um náufrago açoitado pela tormenta sempre nadando contra a maré. Vítima de ambiciosos, aproveitadores e populistas, tornou-se joguete nos destinos de quem utiliza a coisa pública como se fosse a rede de sua própria varanda.

Além da mixórdia da politiquice, com o salseiro dos protegidos de primeira e última hora, os que recebem do contribuinte se atormentam com uma política salarial que nem sempre faz jus aos que levam o trabalho a sério. Os alardeados planos de carreira e compensações acabam sendo apenas promessas estilo boca de urna.

Todo esse contexto negativo, aliado a uma verdadeira gangue especialista em conseguir cargos e benesses sem fazer coisa alguma, deixa uma espécie de DNA de maus fluidos entre a população e os que prestam serviços públicos. Mesmo assim, ou apesar de tudo isso, existem milhões de brasileiros que honram as funções exercidas em prol da comunidade.

É dignificante encontrar pessoas que se esforçam, desdobrando-se em tarefas bem executadas não importa o que esteja acontecendo. São heroicas figuras que mantêm o mesmo sorriso, a constante preocupação cotidiana, não importa que o salário esteja atrasado ou que os apadrinhados sem mérito continuem abocanhando a maior fatia do bolo. Mostram-se firmes, atenciosos, atuando como executivos de uma multinacional.

Felizmente são muitos os que agem com essa luz mesmo na escuridão e no festival de mediocridades. Eles são fáceis de serem identificados. Seja uma enfermeira que se desdobra em meio ao caos de um posto de saúde lotado, um atendente que verifica documentos com reverência e educação ignorando a gritaria geral, uma professora que envida o maior esforço, um policial que não se corrompe etc.

Por uma dessas gratas satisfações do destino, conheci incríveis funcionários públicos que se enquadram nessa categoria especial. Registrar todos os nomes seria um ato de justiça. Na impossibilidade de realizar esse desejo, concentro minhas homenagens no especialista Lourenço Tomazette.

No título, de forma premeditada, o denominei como “um certo Lourenço Tomazette”, na verdade, ele merece a qualificação de “Lourenço Tomazette, o certo”. Comunicador de lavra fecunda, conhecedor dedicado de rádio e televisão, é uma espécie de guru na complexa estrutura no operativo da Secretaria de Comunicação Estadual.

Funcionário de carreira, não almeja posições, não busca sinecuras de cargos especiais, não puxa o tapete dos colegas e não se mete em tricas e futricas típicas do poder. Homem de sólidos laços familiares mantém prazer colaborando na qualificação dos órgãos de comunicação do governo. Seu estilo de atuação, seu incansável esforço, lembra a garra dos que agem ganhando os tubos na iniciativa privada.

Recentemente, num jantar agradável desfrutando da companhia dele e da esposa, fiquei surpreso ao saber que está se dedicando a uma pós-graduação, capaz de aprimorar seus conhecimentos em computação gráfica televisiva e inovações tecnológicas do segmento. O lado mais feliz e contagiante dessa informação é que Lourenço está próximo da aposentadoria. Mas isso não diminuiu seus esforços, sua busca na perfeição e seus altos parâmetros no serviço ao contribuinte. Gente como Tomazette nos faz acreditar no mundo melhor, mais justo e consequente. Orgulho-me ao registrar a excelência de seu trabalho homenageando, com seu nome em destaque, todos os funcionários públicos que agem nessa irretocável linha de conduta.



Rosenwal Ferreira é jornalista e publicitário

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Jornal da Sucesso com Rosenwal Ferreira

Com apenas cinco meses no ar, o Jornal da Sucesso superou todas as expectativas iniciais, através de discussões de assuntos atuais e de interesse da população.

De segunda a sexta, sempre ao meio-dia, a Rede Sucesso 98,3 (frequência de Goiânia) apresenta uma hora de debate ancorado pelo jornalista mais influente de Goiás Rosenwal Ferreira e a presença de convidados de excelência.

A Rede Sucesso emite o sinal do programa para mais de 50 cidades de Goiás e estados vizinhos, o que permite a participação de inúmeros ouvintes ligados nos qualificados debates sobre as notícias locais, nacionais e internacionais, sem deixar de lado, é claro, o bom humor.

Confira abaixo todas as cidades onde você pode acompanhar o Jornal da Sucesso e participar ao vivo. Para ampliar a figura, clique na imagem.

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quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Em cima do muro com o capeta

Segundo uma interessante lenda narrada pelo espiritualista Raimundo Aguiar, um cidadão de nome não revelado manteve uma vida terrena com dubiedades interessantes. Se de um lado era trabalhador e frequentador dos templos religiosos, de outro era um tanto mulherengo, adepto do carnaval, das cachaças, alimentando ódios e vinganças pequenas. Por conta disso, ao falecer, acabou sendo alojado no muro que faz divisa entre o céu e o inferno. Um tanto perplexo, percebeu que podia pular livremente para qualquer um dos lados.

Ao vislumbrar a região que dava ares do paraíso, percebeu nitidamente valorosas almas a gritar por seu nome, praticamente implorando para que ele fosse para o lado em que estavam os arcanjos, querubins e outros virtuosos. Nas esferas de Belzebu a farra corria loucamente, sendo que o diabo, charmoso em sua capa multicolorida, rodeado de mulheres sensuais, barris de vinho e músicas em alto som, sequer olhava para sua indecisa figura.

Atormentado, o recém-falecido ousou chamar a atenção de Lúcifer. Intrigado e temeroso gritou:

– Espírito das trevas!! Ô mestre do inferno!! Dá licença, senhor demônio?

– Pois não!! Disse o anhanguera mandando fazer silêncio que calou a inferneira.

– Gostaria de saber, disse o homem trêmulo, por que nenhum de vocês me chama para o seu lado? Sequer notam minha presença? Enquanto isso, todas as vozes do Éden rogam para que me jogue nos braços de São Pedro.

Com a calma de quem controla os subterrâneos em que chafurdam assassinos, corruptos, estupradores e delinquentes de todos os matizes, o grão tinhoso respondeu às gargalhadas:

– Pobre infeliz, assim como milhões de almas na terra, ainda não descobriu o óbvio: os que estão em cima do muro já me pertencem.

Eis caros leitores, uma estória com jeitão de história. O mundo é assim. Os que não se decidem firmemente pelo lado do bem, sem hesitações e sem falsidades, já estão de mãos dadas com o mundo do cão tinhoso. Não espere a morte para se decidir. Faça sua opção enquanto é tempo. Não importa qual seja sua religião, tenha nas palavras de Cristo o norte seguro e a bússola correta.

Não fique triste percebendo os poderosos que se encastelam no poder usufruindo benesses inconfessáveis. Esses estão com encontro marcado no fogo de Belzebu. E lá, tenham certeza, apenas ele, o egoísta cão danado, mantém as sinecuras que interessam. Ao restante, cabe sofrimento e ranger de dentes. Alguém duvida? Claro! Muitos preferem manter-se em cima do muro.



Rosenwal Ferreira é jornalista e publicitário

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Absurda crueldade com o povo goiano

A criação do horário de verão, batizado como DST (Daylight Saving Time), foi idealizado por Benjamim Franklin em 1784. Segundo as más línguas da época, o cientista planejou a reengenharia de horários como pano de fundo para economizar parafina, mas sua intenção era divulgar a indústria de velas da família. O Brasil é a única nação equatorial a adotar a bestialidade. A aporrinhação deixou de ser adotada durante 18 anos – mais precisamente entre 1966 e 1985 – e não fez a menor diferença aos destinos econômicos da nação brasileira.

Se o regime militar – que adotou linha dura para impedir que fosse implantada uma ditadura comunista no País – extinguiu a bobice respeitando o cidadão, o mesmo não aconteceu com os representantes eleitos democraticamente. Todos os deuses do planalto, imperador José Sarney, tresloucado Fernando Collor, verborrágico Fernando Henrique Cardoso e o messiânico Lula se lixaram aos eleitores perpetuando uma inutilidade.

Na época em que foi governador da Bahia, Antonio Carlos Magalhães, que pode ser acusado de tudo menos de covardia, mandou às favas os ditames da federação e exigiu que o Estado nordestino fosse deixado de fora da lambança. O que muitos estudos já comprovaram, e os principelhos de Brasília fazem questão de ignorar, é que o adiantamento dos ponteiros provoca um emaranhado de prejuízos.

Os benefícios com a pífia economia alcançada – com muita boa vontade mal chega a 4% em Goiás – representam uma miséria frente aos danos causados à população. O relógio biológico entra em parafuso, contribuindo com múltiplas enfermidades, a produtividade cai de forma sensível, crianças e adolescentes assistem aulas com sono e são muitas as desvantagens.

Apesar do apelo e das comprovações estatísticas de cientistas, administradores e políticos, nada sensibiliza os donos do poder. O deputado Luiz Bittencourt, apenas para citar um bom exemplo entre os opositores da insanidade do horário de verão, já se cansou de qualificar argumentos contrários à perpetuação da maldade.

Os que sofrem com a medida, justamente a população mais carente que se arrasta na base da pirâmide social e que não mantém alternativas para chegar mais tarde ao emprego, resta a esperança de alguém com bagos para enfrentar o governo federal. Chega de sofrimento em nome de uma hipocrisia. Desejando economizar, que o façam estabelecendo parâmetros decentes de honestidade.

Não é pedir muito a quem realiza farras inomináveis com o dinheiro público. Já nos basta ter que engolir dólares na cueca, mensalões, mordomias e outras mazelas. Que respeitam, ao menos pelo amor de Deus, o cotidiano de nossos relógios. Que as intromissões fiquem apenas no âmbito do assalto aos cofres públicos. Chega de investidas capazes de roubar até o horário do cidadão. Chega!


Rosenwal Ferreira é jornalista e publicitário

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

A Câmara de vereadores em bons lençóis

Na gestão Cláudio Meirelles, a Câmara Municipal de Goiânia se atolou em farfalhices e escândalos para mais de metro e meio. Com estilo intemperado, o ex-presidente fez regurgitar o que havia de pior entre seus pares. Ninguém sabe dizer até hoje como ele, com uma personalidade tão avessa ao diálogo, conseguiu a proeza de se eleger ao cargo máximo no legislativo goianiense. Mas como a vida política às vezes segue o preceito de Lavoisier: “na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”, tudo indica que os representantes do povo tiraram algumas lições da catastrófica administração Meirelles.

O atual presidente, Francisco Vale Júnior, é um vereador sóbrio nos diálogos, diplomata nas desavenças e demonstra zelo com o dinheiro do contribuinte. Resultado: diminuíram as intrigas pessoais, as quizilas improdutivas e o estilo bordel casa da mãe Joana. Uma nova mentalidade, mais proveitosa a quem sustenta os generosos salários, está finalmente se instalando na Assembleia Deliberativa Municipal.

Esse foco mais produtivo mudou o estilo de atuação de nossos representantes. Ainda existe a turma do umbigo próprio e dos grupelhos que brincam de fazer leis. Faz parte. Mas no geral prevalece o espírito do bem comum. Já é possível ao contribuinte encontrar respaldo em políticos que se encontram em pólos opostos. As decisões perderam aquela áurea lúgubre de fritar o adversário em óleo fervente.

Até os radicais estão percebendo as vantagens de ações mais comedidas. Representantes de siglas que se opõem politicamente deixaram o ódio de lado e passaram a discutir no campo das ideias. Com os ânimos serenados, os debates se mostram mais frutíferos. Existem claros sinais de que passou a era dos maus lençóis.

Ao deixar de lado as tricas e futricas, os vereadores podem centralizar esforços no que realmente interessa. É interessante registrar, e poucos analistas perceberam a importância dessa atualíssima realidade, que passou a existir um bloco suprapartidário em defesa do pouco que resta do frágil sistema ecológico que circunda Goiânia.

Sensíveis a um desastre em curso, a maioria dos representantes não está cedendo à ganância dos especuladores imobiliários. Esse grupo, mesmo sob pressões econômicas e estrondosa demonstração de força, está se mantendo firme na defesa do cinturão verde da capital.

O mais gratificante é que a turma do bem notou que pode vencer. Os que sempre apostaram na desunião partidária como tática para triunfar tirando vantagem, estão preocupados. Uma Câmara de vereadores consciente e disposta a agir corretamente não é de interesse dos que monopolizam decisões.

Oxalá esses bons ventos continuem a soprar. É um alívio perceber mudanças entre os que representam a vontade popular. O interessante é constatar que essa nova ótica não interessa aos barões do lucro fácil. A eles é mais proveitosa a lambança irresponsável do que a representação ética. Finalmente surge uma luz no final do túnel, que ela não seja passageira ou ilusória.


Rosenwal Ferreira é jornalista e publicitário

terça-feira, 13 de outubro de 2009

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Inferno na Germano Roriz

O bom senso leva a crer que Germano Roriz teve uma importante participação nos bons destinos do povo goiano. Afinal de contas, uma das mais importantes praças da Capital leva o seu nome e seus descendentes são pessoas com dignidade que se destacam. Se antes a família chegou a lamentar que o apelido do espaço público, Praça do Cruzeiro, seja mais conhecido do que a designação oficial, hoje tem motivos de sobra para não aliar o parente famoso ao inferno que se transformou o local.

Em qualquer horário, mas principalmente na hora do “rush”, o quadrilátero é um deus-nos- acuda. Há décadas a gleba deixou de cumprir sua função social. As famílias abandonaram a região, que se transformou num polo de negócios, e apenas malucos se atrevem a enfrentar a loucura do trânsito para curtir o generoso espaço.

Mesmo sendo uma extensão verde bem cuidada, com árvores interessantes e grama aparada com esmero, o espaço livre foi abandonado pelas famílias. Tornou-se inviável frequentar suas amplas acomodações. O miolo da roda gigante urbana serve para acomodar viciados, realizar partilha de bens roubados, fumar maconha e fazer caca. Nada mais.

Não faz sentido manter o colapso no tráfego para conservar o que não está sendo utilizado. A não ser por uma meia dúzia de “ecochatos” – sempre dispostos a atormentar o cidadão fingindo defendê-lo –, é fácil deduzir que o problema da Praça do Cruzeiro é semelhante ao da Praça Nova Suíça. Sem uma disjunção para desafogar o trânsito boa parte da cidade emperra.

Segundo consta, o vereador Djalma Araújo, atendendo ao pedido de centenas de trabalhadores, está se movimentando para que haja uma intervenção capaz de desafogar a circulação de veículos no encrencado território. Não devia ser uma preocupação da Câmara Municipal. Teoricamente, e parece que a coisa fica na base da quimera, existe um órgão para cuidar desses assuntos. A antiga SMT, transfigurada em AMT, tinha por obrigação antecipar soluções. Vozes nos bastidores juram que a ideia foi abortada por membros do Ministério Público. Difícil de acreditar. Os profissionais desse segmento já demonstraram sensibilidade aos assuntos de interesse coletivo. Inclusive aceitando reajustes de conduta e compensação no quesito meio ambiente. Não é possível que alguém fique de birra sem conhecer a zorra existente. Se for assim, que sejam convidados a verificar a balbúrdia e o martírio em curso.

O entroncamento, na aglutinação de quatro vias de grande fluxo, não oferece alternativas. Nos últimos meses é comum levar cerca de 45 minutos apenas para contornar a Praça do Cruzeiro e entrar em qualquer rua que sai da barafunda. A inferneira passou dos limites.

No frigir dos acidentes graves, mortes, paralisações e balbúrdia garantida, anotem, o contribuinte ainda vai amargar muita raiva e sofrimento até o desfecho previsível. Lógica parece ser algo muito difícil aos que cuidam da coisa pública. Haja saco.



Rosenwal Ferreira é jornalista e publicitário

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Desprezo aos empresários locais

Assim como nossos vizinhos de Minas Gerais, os goianos mantém a tradição de receber forasteiros de braços abertos, largo sorriso, café quente, biscoitos e agradáveis distinções. Essa característica é particularmente positiva aos negócios e ao turismo. O charme da boa hospitalidade deve ser mantido e aprimorado. Entretanto passou da hora de reconhecer algumas verdades simples que incomodam: os estranhos estão se aproveitando dessa característica e por razões que não se justificam estamos sendo mais exigentes com os empresários locais.

Golpistas de todos os matizes já descobriram que é fácil enganar os anfitriões do cerrado. Vítima do que passei a chamar de síndrome do cachorro vira lata, somos inclinados a acreditar, sem o necessário confronto de dados, nos pilantras que fingem trazer investimentos saudáveis. Uma inocente credulidade que já causou prejuízos incalculáveis.

Gatunos ligados a projetos do boi gordo, da avestruz milagrosa, do camarão gigante e outras traquinagens, receberam comendas, bajulações, encontrando terreno adubado para enriquecer em nossas terras. Enquanto isso, investidores locais se afundam na colcha de retalhos de burocracias ineficientes, papelada infinita, exigências absurdas e imposições não confessáveis.

Para citar apenas um bom exemplo, entre muitos que acompanhei pessoalmente, o grupelho responsável pelo extinto Carnagoiânia, durante décadas, levou de arrasto uma série de fornecedores amargando prejuízos. Mesmo assim, as portas continuaram abertas em concessões de boa fé. No rosnar dos trios elétricos foram incentivados a granel, faturaram os tubos e fecharam às portas deixando os credores no buraco. No final voltaram aos seus Estados de origem certamente imaginando retornar com outra fantasia.

Os que decidiram investir no Micarê Goiânia, trabalhadores bem intencionados com sólidas raízes locais, amargaram os rigores da lei. Foi doloroso verificar as diferenças. Com uma ferocidade acima da média, e sem as maleabilidades de praxe, os organizadores foram moídos por múltiplas fiscalizações. Tudo bem se isso fosse regra geral. Mas não é.

Em todos os segmentos, podem investigar, as demandas são mais rígidas aos empresários da terrinha. Seja na construção civil, na estruturação de uma indústria, nos shows, eventos, aberturas de clínicas e vai por aí. Entender porque o fenômeno existe é algo acima de minha limitada capacidade de análise.

Línguas maldosas juram que entre os motivos para essa ambígua relação, existe o fato de que é mais fácil engabelar jeitosas propinas com gente de fora. Prefiro jogar essa versão ao escanteio. No entanto, urge reconhecer e modificar o tratamento injusto que vejo se impor aos empresários com residência fixa em Goiás.


Rosenwal Ferreira é jornalista e publicitário

Programe-se


segunda-feira, 28 de setembro de 2009

RR Assessoria no Micaregoiânia.

É festa na RR. Para fugir um pouco da tensão do dia a dia da agência, toda a equipe foi badalar no camarote do Rosenwal Ferreira que agitou o Micaregoiânia. Nos três dias de festa Rosenwal e toda sua equipe curtiram as noites com boa bebida e comida japonesa do Kampai.







Nada como uma festa para dar uma animada na moçada.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

O efeito Waguinho da Comurg

Quando se fala de zelo, retidão e competência na administração da coisa pública, uma das mais gratificantes revelações é a do atual gerente do lixo da Capital. Moço com boas raízes familiares, charmoso como um galã de novelas e trabalhador compulsivo, Waguinho da Comurg comprova que ainda existem pessoas de caráter dispostas a valorizar o que pertence ao contribuinte.

A sua maior cartada, um exemplo para outras prefeituras, foi enfrentar corajosamente o lobby das empresas que ajeitavam conchavos faturando acima do que manda o bom senso. Meticuloso e diplomata, ele consegue excelentes resultados na limpeza urbana, diminuindo os custos em cerca de um milhão de reais por mês. Essa notável gerência jogou na lona a turma que torcia contra o sucesso da empreitada.

Resultado: prefeitos de boa índole estão colhendo informações em Goiânia, dispostos a trilhar o mesmo caminho. Não é tão fácil quando se imagina. Waguinho é fruto de uma árvore que não está disponível em qualquer pomar. Avesso a qualquer estilo de incorreção, trata os desacertos com uma rigidez que afasta os mal-intencionados.

Embora seja ético nos ditames da hierarquia, só acata ações que sejam fiéis à sua consciência moral. Não é por mero acaso que o prefeito Iris Rezende, assim como os colegas que atuam no formigueiro do Paço Municipal, enxerga nele uma liderança natural e um conselheiro de todos os momentos. Ao lado de Paulo Rassi, secretário da Saúde, é uma figura que simboliza o novo conceito administrativo de Iris Rezende.

O efeito Waguinho da Comurg é algo que dever nortear quem deseja crescer politicamente. Além de estudos constantes na área que atua, ele fiscaliza com agilidade, cobra com educação, recusa com polidez e faz política mostrando resultados sem bajular ninguém. O que mais impressiona quem atua ao seu lado é o valor que Waguinho dá à palavra empenhada. Fato raro em muitas raposas que orbitam no poder.

Os elogios se justificam após constatar, até mesmo com adversários declarados, que existe consistência em seus atos de lisura. Em mais de 36 anos de carreira, poucos foram meus artigos de elogio explícito. Muitos me detestam pelo azedume crítico e ausência de fé em quem bebe o leite do contribuinte. Esclareço que não tenho prazer em reprochar os que entendo merecer.

É de meu real interesse divulgar, exaltando com prazer, quem faz bom uso dos altos impostos que sou obrigado a entregar ao governo. Pessoas como Waguinho me fazem acreditar num País mais justo. O rapaz prova que existem boas maçãs no cesto de podridão que embala sarneys, malufs e metralhas de todos os matizes. É um sentimento confortante. Oxalá ele não mude. Ou, melhor dizendo, que continue se transformando e crescendo com matrícula na turma do bem.


Rosenwal Ferreira é jornalista e publicitário

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Deputado quase atropela taxistas

A síndrome de professor Pardal, o inventor estapafúrdio famoso nas revistas em quadrinhos pelas engenhocas bizarras, de vez em quando se manifesta nos legisladores. Normalmente os campeões da extravagância estão encastelados nas Câmaras Municipais. Mas como o Brasil ainda se atola no FBAPA (Festival de Besteiras que Assola o País) criado pelo saudoso Stanislau Ponte Preta, o inimaginável acontece em todas as esferas.

Recentemente, o deputado Evandro Magal (PSDB), um comunicador jeitoso que trata a imprensa com elegância, escorregou em cacos para atender um caso de umbigo mal curado. Segundo minhas fontes, por solicitação do Sindicato dos Taxistas de Trindade, com a intenção de inibir a presença de veículos na cidade limítrofe a Goiânia, Magal teceu a seguinte engenharia: um adendo na legislação obrigaria os taxistas a pagarem uma taxa de mil reais por ano para regularizar o transporte de passageiros além dos limites da cidade em que o veículo foi emplacado.

Ninguém sabe dizer de que baú Evandro tirou o tal valor. Com um salário generoso, que jorra faça sol, chuva ou tempestades econômicas, ele calculou que 83 reais seria mais do que razoável. Errou em todos os sentidos. Essa categoria de profissionais se atola em impostos intoleráveis. Qualquer acréscimo na transferência compulsória de dinheiro aos cofres públicos inviabiliza o negócio.

Mesmo sem interferências desastrosas, o taxista sofre o diabo. O sujeito que se arrisca nesse segmento pode arruinar seu dia num único congestionamento. O estresse da categoria é uma máquina de fazer doido.

Em sua defesa, o político alega que a iniciativa foi abortada, que tudo aconteceu a pedido da AGR (Agência Goiana de Regulamentação) e que ele visou proteger os taxistas, regularizando suas corridas fora da comarca de origem. Neste caso a audiência pública organizada pelo colega Mauro Rubem, realizada na última terça-feira, teve uma função inócua, visto que a iniciativa não teria curso nas votações. E se tivesse?

O que me causa espanto, e nesse aspecto o artigo em questão está válido como nunca, são os arroubos quando se trata de mexer no bolso do contribuinte. O nobre deputado Evandro Magal não foi o primeiro e não será o último a pensar soluções com o saco alheio. Às centenas, toda sorte de legisladores imagina resolver questões sangrando o setor produtivo.

Por essas e outras é que ninguém sabe ao certo quantos impostos, taxas e congêneres existem na babel de nossas atividades cotidianas. Chega! Ao que parece a tal elaboração de Magal, batizada ironicamente pelos taxistas de imposto “Sandra Rosa Madalena”, se fez ruir por decisão, mais do que acertada, do próprio autor.

A correção de rumos de Evandro Magal foi uma atitude de bom senso. Errar é humano e corrigir o erro, uma virtude. A crítica pontual serve como registro histórico e como alerta necessário. Que nenhum dos gênios da arrecadação, não importa os nobres motivos, nos venha com aumento indireto da carga tributária.

Intolerável nos empanzinar com mais gastos. Que todos os senadores, deputados e vereadores utilizem suas energias para diminuir despesas. Um belo convite ao respeitável Evandro Magal e todos os seus companheiros na Assembleia Legislativa Estadual. Que sejam fecundos, audaciosos e criativos nas legislações capazes de reduzir impostos.



Rosenwal Ferreira é jornalista e publicitário

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Uma fada em Pirenópolis

Localizada num vale que transborda magia, a cidade de Pirenópolis reserva surpresas inimagináveis. No abraço de poços e cachoeiras, como se fosse um laço que adorna um presente da natureza, existe um recanto poeticamente batizado de Fadalândia. No cimo desse bucólico local, região em que se divisa luzes como se o Cerrado fosse uma imensa árvore de natal a céu aberto, existem três residências com magnetismo ímpar. Numa delas se acomoda com doçura a Fada San e sua família. Nas outras se alojam felizardos convidados.

Eu tive o raro prazer de ser admitido no seleto grupo, aprovado por forças espirituais que a poucos é dado conhecer, que se reuniu para absorver os fluídos de um portal com abertura prevista às 9 horas, em 9 do 9 de 2009. Para os cépticos, apenas mais um momento no giro do planeta azul. Aos que, como eu, acreditam na experiência, uma gratificante viagem, que traz reais esperanças de um mundo melhor. Com paz, alegria e companheirismo.

É impossível descrever ao leitor as diversas manifestações que experimentei na Fadalândia. A minha surpresa inicial foi descobrir que nenhum dos presentes arcou com as despesas de um pacote de feriado. O evento não visou lucro. Quem assim o desejou, contribui voluntariamente.

Os deliciosos manjares, preparados por Fada San e seus auxiliares que atuam sem remuneração, foram preparados com esmero no tempero de pratos vegetarianos como se fossem néctar dos deuses. Mesa farta, risos e alegria.

Com sérios problemas de coluna, ingerindo remédios a base de morfina, fui “adotado” por dois especialistas na técnica reike, Wlade e Luz, que me aplicaram passes magnéticos regeneradores. Uma sensação de raro prazer, com ares de euforia, regenerou rapidamente minha coluna espinhal.

Todos os 15 companheiros – Luciana, Jaei, Sandra, Luz, Adilson, Luiza, Lúcia, Rafael, Irecê, Wladiney, Regina, João, Marco, Kétina, Fada San, cada um deles com habilidades transcendentais únicas, mostraram poderes e conhecimentos de tirar o fôlego. Inferior em todos os sentidos, assimilei ensinamentos que não se encontra em bibliotecas comuns.

Entre cânticos edificantes, mantras energéticos, trechos que falam de ondas positivas e meditações com sensíveis vibrações, senti minha alma renovada. Foi como se tivesse ingerido um poderoso elexir.

A intenção desse grupo de estudiosos é criar condições para uma espécie de tsunami do amor e da abundância, capaz de modificar a face do planeta. Os ensinamentos são, ao mesmo tempo, simples e eficazes: propagar o amor incondicional como arma para mudar o planeta.

Todos acreditam que não há mais espaço para separatismo ou trabalhos solitários. É importante o trabalho em grupo. Em vários locais do globo, num esforço ordenado, ecoou a frase “It is important you are all working together in powerful groups”. A ordem é deixar de lado desentendimentos, egos inflados, questões de ciúmes e medos. A escuridão e o caos são frutos da hesitação e da incredulidade de que algo está prestes a mudar. É a força de uma fé sem fronteiras e sem igrejas.

Os que acreditam que uma nova era se aproxima se unem em focos comuns de atuação e mostram na prática que são capazes e fazem diferença. Quem estiver receptivo, certamente terá como usufruir desse verdadeiro mar de boas intenções. Podendo modificar o que precisa. Se 9 do 9 do 9 é um dia comum para milhões de pessoas, para este jornalista não é. Estejam vocês também, hoje, neste horário cabalístico ou em outro horário qualquer, abertos a receptividade de uma relação que dignifica o ser humano. Independente de sua classe social, de suas posses ou status.

Visitem Pirenópolis e conheçam a Fadalândia. Se a região viesse com bula, garanto que não teria contra-indicações. Parece conto de fadas ou invencionice, mas é de uma arrebatadora realidade.


Rosenwal Ferreira é jornalista e publicitário

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Jingle Arroz e Feijão Cristal

Faça o download do jingle que não sai mais da sua cabeça e coloque-o para ser seu toque no celular. Clique na imagem abaixo.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

BICDenúncias da boa vizinhança

Até hoje uma suposta frase do cantor Roberto Carlos, envolvendo a florida capital dos goianos, paira na bruma entre verdade, mexerico e folclore. O ídolo da Jovem Guarda teria afirmado que Goiânia era “uma fazenda asfaltada”. Ainda com a síndrome de cachorro vira-lata, suscetível a qualquer crítica, a maioria não entendeu que a análise podia ser um caudaloso elogio. Afinal de contas, uma imensa área rural – arborizada, sem poluição e desatinos urbanos – e ainda por cima pavimentada, era um sonho de lugar para viver. Inegável que a cidade cresceu e não temos complexo de inferioridade. Infelizmente, o progresso agregou algumas mazelas típicas das grandes metrópoles e um rol de problemas inferniza o cotidiano. Trânsito caótico, criminalidade, poluições sonora e visual fazem sentir saudades do tempo em que o “rei mandava tudo para o inferno”. Sob o ponto de vista da imprensa, sobretudo na qualificação do jornalismo investigativo com denúncias consistentes, os avanços são tímidos e suados. Não é biscoito que se degusta no chá das cinco manter imprensa independente na secura de verbas de um Centro-Oeste árido em termos de investimento e de leitores.

Além do fator econômico, que tem um peso maior do que se imagina, não é fácil denunciar sabendo que você faz compras na mesma quitanda de quem pisou no calo ou esbarra com quem teve interesses contrariados na padaria da esquina. Essa realidade impede que se faça jornalismo ético e responsável? Não! Apenas requer um jogo de cintura à la Cirque Du Soleil. Considerando que os formadores de opinião, os que se dão ao luxo e prazer de leituras diárias, são apenas alguns milhares entre milhões de anêmicos sociais, nos tornamos contorcionistas de bizarras, e muitas vezes deliciosas, denúncias nas entrelinhas. O leitor, que também se acostuma com as cores – digamos assim, locais –, entende além do que está escrito.

Senão, vejamos: quando me refiro ao papai e mamãe metralha e às metralhinhas, todos sabem quem são os membros da quadrilha. Recentemente, fui vítima de uma puteação porque ousei afirmar que existe uma birra entre o Don Corleone da jogatina ilegal e a cúpula da Polícia Militar. Muita gente boa do Judiciário e do Legislativo se agastou horrores com algumas gotas de alerta. Os comunistas locais, a famosa turma escocesa, só não me esfolaram porque daria muito na cara. Com essas e outras, a gente vai levando. Entre beijos fingidos e tapas mal disfarçados, a mensagem chega e, no mínimo, irrita os que gostariam de ficar na moita apenas bebendo o néctar das bandalheiras.

O democrático Diário da Manhã faz história permitindo o máximo na praia dos que mal conseguem tolerar o mínimo. Ainda bem. Utilizando a receita de sempre vou mexer em mais uma caixa de marimbondo. Os parasitos que exploram as ONGS no Cerrado estão na maior urticária.

A exemplo do que prolifera no resto do País, grupelhos oportunistas descobriram um filão que rende lucros num estilo de roubalheira que não dá cadeia. Escondidos nos ares universitários, com pseudo-viés de esquerda, a turma sem escrúpulos já faturou adoidado. Diferentes na camuflagem de propósitos, mais iguais na bandalheira, recebem os tubos dos cofres públicos sem nenhum proveito para a sociedade.

A galera mais ativa nessa maracutaia é a de um clube seleto com o quartel general no setor Jaó. Não são os únicos. Mas representam a ponta visível do enganoso iceberg. O que importa, considerando cutucar a onça com vara curta, é dar um toque no sentido de averiguar quanto receberam e o que realizaram as ONGS que atuam em Goiás.

De minha parte, já enviei correspondências solicitando essas informações. Nem precisa dizer que não recebi resposta alguma. Mas já surtiu efeito. Teve gente que me cumprimentou na marra. Outros logo se lembraram de ir ao banheiro quando entrei na roda para conversar. Show de bola. Faço minha parte.




Rosenwal Ferreira é jornalista e publicitário

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Matou os filhos e recebeu aplausos

Nas últimas semanas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva inaugurou um novo ciclo em sua retumbante biografia. Fase que atrevo batizar como “ lulacentrismo escrachado”.

Não causa surpresa que o Deus do Planalto seja egocentrado e que mantenha arroubos de personalismo acima da média comum. Tal característica foi combustível para torná-lo mandatário mor da nação. Causa surpresa que seu egoísmo tenha mandado para as minhocas a agremiação que ele fecundou por várias décadas. O Partido dos Trabalhadores ( PT) virou pó.

Disposto a salvar o último dos coronéis – o já desmoralizado Senador José Sarney –, o presidente agiu com o espírito de um general autoritário. Atropelando consciências e na base do “manda quem pode, obedece quem tem juízo”, humilhou o colega Aloizio Mercadante, mostrando que o PT não controla sequer o próprio nariz.

É vergonhoso perceber que homens que até ontem mostravam fibra moral tornaram-se meros bedéis de um senhor de senzala moderno. A troco de quê? De socorrer um dos símbolos mais clássicos da oligarquia nordestina que mantém o País no atraso? Como forma de garantir o apoio incondicional do PMDB, que não pula em galho seco?

O desprezo que Lula demonstrou pelos companheiros históricos terá consequências. Segmentos importantes, que sempre deram aval ao PT, perceberam claramente o desastroso espírito de filáucia imoral. Ao enfiar goela abaixo uma decisão que afeta o bom juízo ético, o presidente enterrou o PT em cova rasa. O mais interessante é que o assassinato moral do partido não afeta o presidente. Ele certamente continuará recebendo aplausos. Líder teflon, em que nada gruda, pode se dar ao luxo de aniquiliar os pupilos e sair nos braços da multidão. Nunca antes nesse País, para usar uma expressão a gosto do imperador da altiplanura, um dirigente ousou ordenar tão abertamente votos na distorção de pôr a consciência em almoeda.

Sem pulso, com o moral na sarjeta, com receio de apear do poder, os pseudolíderes do Partido dos Trabalhadores se ajoelharam ao único farol que conseguem enxergar. Lula tornou-se começo, princípio e fim. Eu nunca duvidei que as prioridades de Lula são Lula, ele próprio e si mesmo. Quem pensou o contrário está amargando o caldo dos desiludidos.

O PT não merece. Que Sarney e Lula se merecem, isso eu não tenho dúvidas. Aliás, que Renan Calheiros, Fernando Collor, Paulo Maluf, Wellington Salgado, mesmo sendo companheiros de última hora, hoje têm mais a ver com Luiz Inácio da Silva do que Marina Silva, Mercadante e Eduardo Suplicy.



Rosenwal Ferreira é jornalista e publicitário

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Comentários com Rosenwal Ferreira


Médico estuprador em Goiânia

O recente caso envolvendo o médico paulista Abdelmassih, preso e acusado de abuso sexual em pelo menos 60 pacientes, felizmente é um assombro no registro das exceções. Como regra, esses profissionais são éticos, zelosos e dignos de confiança dos pacientes. O chocante relato das mulheres violentadas, que nada ganham relatando o amargo sofrimento, deixa poucas dúvidas sobre a dualidade entre o cientista e o monstro.

Nos bastidores do Conselho Regional de Medicina de São Paulo, muitos conselheiros lamentam que não tenha sido possível atuar defensivamente quando o burburinho já fazia eco no mais rudimentar dos estetoscópios. O problema é que a burocracia e ausência de pulso quando se trata de punir um colega são entraves que deixam o mal criar sólidas raízes. Poucas são as mulheres capazes de enfrentar o médico estuprador olho no olho. O agravante é que esses anormais são inteligentes, ardilosos e mantêm legiões de defensores. Em Goiânia, apenas para registrar mais uma vez, existe um desses maníacos em plena atividade.

Uma de suas vítimas, entre dezenas que ainda não tiveram coragem para enfrentar o desafio, levou a ação até o fim. Mostrou-se crucial o apoio da valorosa Luzia de Oliveira, atual integrante do Fórum Goiano de Mulheres, com o firme suporte da saudosa Consuelo Nasser e de outras mulheres ligadas ao Cevam.

Infelizmente, vítima dos bons advogados que o defenderam e com o auxílio do irmão que ocupa um cargo importante nas lides do governo, o desequilibrado salvou-se, pagando uma indenização trivial. Após livrar-se da Justiça, ameaçou a vítima e moveu ações intimidatórias contra a imprensa. A estratégia funcionou. Sabendo do tamanho da encrenca e do poder dos envolvidos, outras testemunhas, incluindo duas enfermeiras, recuaram em suas iniciativas de denúncia.

O Conselho Regional de Medicina recebeu pronta notificação. Tentou agir, mas esbarrou no medo das testemunhas. O tal “doutor”, que mantém no curriculum até uma expulsão, aos berros, de um centro cirúrgico administrado pelo dr. Zerbini, fincou consultório nos arredores da Capital e está mantendo a tara em banho-maria.

Os leitores, com toda razão, vão indagar o porquê de um artigo-denúncia que não leva o nome do autor. Fácil explicar. Assim como aconteceu com Caron, Abdelmassih e outros, ele ainda vai praticar horrendas barbaridades antes que caia na rede da Justiça. Mas todas as vezes que lê um artigo envolvendo sua anomalia, ele se arregaça de ódio com gana de engolir o anzol. As mulheres prejudicadas, graças a um diligente advogado que mantém registros de suas loucuras sexuais, se fortalecem criando condições para denunciar.

Sendo assim, e principalmente considerando que a sociedade tem suas formas indiretas de comunicação, vale a pena cutucar o animal de jaleco branco. As excelências médicas que dignificam o exercício, uma esmagadora maioria que tanto admiro, sabem que o joio está separado do trigo. Cedo ou tarde ele será desmascarado. Faz sentido esperar outras vítimas? Faz sim. É o preço que se paga pela democracia e pelo Estado de direito.


Rosenwal Ferreira é jornalista e publicitário

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Programe-se

É hora de bajular e cobrar de Lula

Segundo o manual das bruxas, o dia mais azarado do planeta seria uma conjunção estelar numa sexta-feira, dia 13, em pleno mês de agosto. A visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Goiânia vai acontecer nos limites da urucubaca. O dirigente mais popular da história – “o cara”– aterrissa no improvisado Aeroporto Internacional Santa Genoveva, na quinta-feira, dia 13, oitavo mês do calendário gregoriano. A recepção leva ares de uma festa de arrombar quarteirões. Talvez vítima da baixa umidade do ar, que nessa época agrava minha idiotia crônica, gostaria de entender a razão de tanta euforia. Tirando o fato de que o líder é uma espécie de Rei Midas do voto popular, imbatível messias no teatro que embriaga as massas, a análise consciente deixa margem estreita para euforia.

Dados estatísticos, de fácil comprovação, demonstram que Lula está longe de ser generoso com o contribuinte goiano. O fenômeno de crescimento ostentoso pelas obras do PAC ainda está no campo das promessas sem miolo. Os investimentos tão alardeados parecem visões de disco voador. Ou seja: muito alarido sem comprovações práticas. Mas vá lá. Faz parte do jogo de quem pretende emplacar o sucessor. O que me deixa abespinhado é a constatação de que o governo federal, sob a batuta de Lula, não repassa aos cofres goianos verbas necessárias – dotações orçamentárias ajuizadas na discriminação regular – em segmentos de crucial interesse da população.

Na área de segurança pública, por exemplo, os deuses palacianos estão longe de cumprir metas e obrigações concorrentes. Resultado: sem investimentos adequados estamos sempre em desvantagem com o banditismo. Numa impostura que irrita, o manda-chuva finge que os problemas do Entorno de Brasília é uma encrenca nossa. De propósito, teima em não enxergar que soluções definitivas passam por decisões do Planalto. No segmento de saúde pública, não me consta que as dotações estão sendo realizadas no estrito cumprimento da lei e das necessidades do contribuinte. Pelo contrário, Estados federativos que arrecadam menos têm sido mais favorecidos. Que alguém bem informado me esclareça se Lula fez algum bonito para garantir nossa vocação agrícola. Existem projetos contribuindo para garantir estradas em condições de escoamento da safra? Na realidade, sequer as estradas federais recebem manutenção qualificada. Com raras exceções, o agropecuarista em terras do piqui permanece no ofício de teimoso. Os incentivos – pesquisas, apoio técnico, capital de giro e etc. – não derretem ao sol de promessas estilo meia-sola.

O alardeado projeto do primeiro emprego, que saindo do papel poderia beneficiar milhares de jovens goianos, sequer gerou uma dúzia de contratações. Quais foram os investimentos de excelência que o governo federal realizou em Goiás na era Lula? De memória, no duro, não me recordo de nada digno da fanfarra que se realiza em torno de seu nome. Nem a proximidade de Brasília teve significado em termos de vantagem aos goianos.

Evidente que Alcides Rodrigues e Iris Rezende, e chaleiristas de todos os matizes, devem receber o presidente com todas as honras que a liturgia do cargo demanda. Mas o momento é de cobrar. Temos pouco a agradecer. Ou será que nos basta a honra de acolher sua majestade?

Que se realize os acordos e maquinações eleitorais de agrado umbilicais. Mas que venha logo o aeroporto internacional. As obras prometidas em função da Copa do Mundo. Que o privilégio de sua presença não seja restrito apenas a pactos que possam dar resultado na boca da urna.

Sou a favor de bajular o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas deixando claro que, hoje, não somos índios que se curvam a quem promete botar fogo na água dos rios ou nos contentamos com espelhos e bugigangas.



Rosenwal Ferreira é jornalista e publicitário

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

A Polícia Militar de Goiás irrita poderosos

Desde que o coronel Carlos Antônio Elias assumiu o comando geral da Polícia Militar de Goiás, os barões do crime organizado entraram em polvorosa. Não é fácil duelar com um profissional obstinado que faz da ética um sacerdócio inegociável. A refrega fica pior quando o sujeito é corajoso e não tem rabo preso.

Logo de início, sem alarde ou quizilas particulares, ele varreu os inconvenientes, colocando no “front avançado” oficiais com linhagem militar irretocável. Suportou em silêncio o arrufo e as previsíveis irritações de interesses contrariados. Suas energias foram canalizadas para sufocar a criminalidade. Numa guerra desigual, considerando que o banditismo não exige licitações, os avanços estão acorrendo com sacrifícios que poucos imaginam.

Adotou tolerância zero nos desvios de conduta dos homens de farda e ordenou bater de frente com os tubarões da safadagem. Com isso, comprou rixa natural com os que acostumaram a manter ações criminosas em acordos que untam vários umbigos. O cartel que controla jogos de azar, incluindo os caça-níqueis que parecem brotar do solo como se fossem de outro planeta, está furibundo.

Sem mistérios, exigiu pulso firme no combate aos narcotraficantes, receptadores de mercadoria roubada, ferros- velhos e gatunos que já ousavam intimidar policiais. Quem conhece dos bastidores, sabe que a tática surtiu efeito e está irritando milionários que os anzóis da lei ainda não fisgaram.

Alguns deles, agastados com prejuízos na rentável moenda do lucro criminoso, ordenou desforra incendiária. No rol das sacanices, inclui desgaste – sob todos os métodos possíveis – da cúpula que reza na cartilha do coronel Antônio.

A macabra trama dos chefões das quadrilhas é espalhar o terror para desmoralizar o comando. O que interessa a esse grupelho ordinário é afastar os que ousam bulir com suas engenhocas de furtar tolo. Alguns deles chegam ao atrevimento de frequentar colunas sociais e degustar vinhos de safra nobre acompanhados de figuras carimbadas da alta sociedade.

Para a aflição da calhorda que se atola na libertinagem, existem duas pedras no caminho das suas más intenções: o secretário de Segurança Pública, Ernesto Roller, e o governador Alcides Rodrigues. Afáveis no trato particular, esses dois homens públicos provaram ser valentes em defesa dos que acreditam. Resultado: não será fácil, como já acorreu no passado, desmontar os que estão coesos em defesa da comunidade.

Os que atualmente ocupam posições de confiança não estão no cargo por acaso. Antes de imaginar que cedo ou tarde eles vão retroceder no combate ao crime, doa ao poderoso que doer, é melhor preparar as malas e mudar para o raio que os partam. Goiás não tem vocação para se transformar no Rio de Janeiro. O atual comandante, assim como os que estão ao seu lado, tem o respaldo dos homens de bem.



Rosenwal Ferreira é jornalista e publicitário

Jornal do Meio Dia

Acompanhe às 2ª, 4ª e 6ª feira no Jornal do Meio dia da TV Serra Dourada os comentários do jornalista Rosenwal Ferreira.
Críticas e opiniões sobre os temas atuais do Estado e do Brasil.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

quarta-feira, 29 de julho de 2009

A moralização do governo em Goiás

Obstinado ao extremo, Jorcelino Braga, atual secretário da Fazenda no Estado de Goiás, se agigantou numa empreitada com ares de missão impossível. O governador Alcides Rodrigues exigiu dele um saneamento das finanças públicas sem nenhuma maquiagem. No processo do corta daqui e puxa de lá, o cobertor encurtou e os desafetos apareceram aos borbotões. Era de esperar. Para a surpresa de muitos, ele suportou todos os solavancos.

Os dados disponíveis demonstram que parte da tarefa surtiu efeitos produtivos e moralizadores. Poucos discordam que as economias do Estado estão com alicerces mais sólidos em dias atuais. Quem é do ramo garante que as fissuras encontradas eram mais amplas do que se pode imaginar. É de se entender que não é fácil manter o equilíbrio para não conspurcar, além do que, em política se considera razoável uma ex-parceria em que o atual administrador se firmou como parte ativa.

Pois bem, segundo minhas fontes, a atual vontade de Braga, com apoio de Alcides, é dar sequência no projeto de transparência e moralização, colocando toda folha de pagamento na internet. Seria o nirvana. O prefeito de São Paulo adotou a modalidade, sofreu represálias, gente graúda chiou, mas sua tese venceu na Justiça.

Se a ideia vingar, e que ninguém pense que será fácil, o povo goiano terá – finalmente – um mecanismo efetivo para contribuir fiscalizando os investimentos na contratação de funcionários públicos. É claro que uma minoria, principalmente dos que recebem sem trabalhar e dos marajás da coisa pública, vai dar um piti dos diabos. Principalmente alegando que sua privacidade estará em risco. Balela.

Aos previsíveis esbravejadores vale lembrar que nós – o povão que paga a mais pesada e injusta carga tributária do planeta – somos os empregadores. Temos o direito de saber quem está na folha de pagamento, que cargo ocupa, o horário em que atua e onde trabalha. É o mínimo. Com esses dados podemos saber quem está nos enganando.

Chega de hipocrisia. A ideia é simples e só não concorda com ela os famosos tubarões da coisa pública. A maioria dos funcionários não tem nada a esconder. Os que clamam em nome da privacidade, aposto nisso, é porque desejam esconder-se na tenebrosa sombra da ausência de transparência.

Por mais que se fiscalize, ainda existem fantasmas que não comparecem nas seções onde deveriam atuar, gente que vem ao Estado apenas na hora de receber o contracheque, que recebe jetons extras sem dar o serviço e são inúmeras as formas de burlar a vigilância. Povão neles.

Será ótimo descobrir quantos funcionários existem em cada órgão. Há locais com excesso de contingente humano e outros que carecem de apoio. A população se transformará em fiscal do governo. Auxiliando e cobrando. Esse é o verdadeiro espírito da democracia.

Oxalá a ideia seja realmente implantada. Uma vez realizada a estratégia terá sequência em outras gestões. Com amplos benefícios sociais. Mas já fiquei sabendo que a turma do contra, cujos interesses umbilicais serão afetados, já se posicionou contra mais essa medida saneadora. Oro para que a turma do bem vença a parada. Vai que é sua Braga, marca o gol Alcides. Escrevam seus nomes na história que modernizou Goiás. O povo em peso, podem anotar, estará ao lado de vocês.


Rosenwal Ferreira é jornalista e publicitário

quinta-feira, 23 de julho de 2009

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Um bom exemplo que vem da Asmego

Ao contrário de homens públicos que se lixam para a mídia, o juiz Átila Naves do Amaral, atual presidente da Associação dos Magistrados de Goiás, mostrou consideração exemplar ao responder prontamente meu artigo – “Sinal amarelo no Judiciário goiano” - nos tópicos em que o considerou improdutivo.

A contundência com que defendeu seus colegas de profissão demonstra a índole de quem valoriza a moral e a ética. Um alívio perceber que o segmento não reza na cartilha dos Collor, Jader Barbalho, Renan, Maluf e de outros que, frente a revelações, denúncias e cobranças da imprensa, se lixam ou até ficam orgulhosos da exposição negativa, como aconteceu com o já famoso, e impune, dono do castelo e seus cupinchas.

Minha intenção nunca foi a de ofender as excelências que atuam no Judiciário. Tenho convicção de que a maioria mantém irretocável virtude em seu complicado ofício. Meu propósito, que foi em parte conseguido na resposta do ilustre Átila, foi de oferecer um alerta, divulgando opções para o público revelar com segurança possíveis desvios de conduta.

Os leitores agora já sabem que a trilha garantida é o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) sem entrar em detalhes que, no momento considero baldado, os documentos que me foram entregues estão em mãos adequadas. Estou certo que providências serão tomadas.

Concordo com o ilustre representante que o ideal seria uma ampla reportagem oferecendo “nomes e separando o joio do trigo”. Infelizmente essa não é uma tarefa de execução plausível a um simples jornalista. A peleja é desigual.

Com frases pinçadas fora do contexto de meu artigo, assim como acontece em qualquer texto opinativo, existe margem para uma interpretação errônea. No entanto, que fique claro, minha intenção foi apenas a de alertar. Coloquei no papel o que muitos falam à boca miúda.

Em dezenas de ocasiões escrevi textos defendendo o Judiciário. Opinando firme como profissional de imprensa, na certeza do que estava resguardando. Dessa vez não foi diferente. A distinção é que não foram elogios.

Certo de que, se necessário, eles vão confirmar o que expressei claramente, seis meses antes do escândalo que lesou a Asmego em milhões de reais, comentei com uma juíza e um juiz sobre o tititi que corria na cidade. Deu no que todos já sabem. Por que ninguém teve coragem de avisar os juízes? Pelo receio e problemas que esse tipo de denúncia acarreta.

Agradeço ao juiz Átila pela garantia no término de seu artigo: “Asseguro, como dirigente classista, que os juízos de Goiás são honrados, trabalhadores e respeitam o trabalho sério que a imprensa realiza.” Estou aliviado, afinal de contas, em 36 anos de jornalismo nacional e internacional e nos meus 18 anos em Goiás, sempre demonstrei retidão em minhas ações.

Se o juiz Átila, que bem representa o segmento, considerou minhas observações como “sinal vermelho para o denuncismo”, minha intenção é pisar imediatamente no freio. Mesmo com air bag e cinto de segurança, Deus me livre de ser julgado e trombar com algum juiz que se sentiu ofendido. Afinal de contas, cada um que passe no sinal como bem entender. Que o guarda de trânsito resolva. Estou fora. Não tenho cargo vitalício.



Rosenwal Ferreira é jornalista e publicitário

quinta-feira, 16 de julho de 2009

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Sinal amarelo no Judiciário goiano

Na visão de muitos intelectuais, sambistas, jornalistas e políticos, boa parte dos problemas delicados do País são discutidos para valer nos botecos que oxigenam as cidades. Nestes locais, que raramente frequento, denúncias sobem de tom à medida que o álcool afrouxa as amarras do medo. Nem tudo é digno de crédito. A maior parte dos assuntos são mexericos e coscuvilhice dos invejosos. Mas quando um tema persiste em rodas além da turma da cachaça, o sinal de fumaça pode se transformar em incêndio digno de registro.

Não é de hoje que em Goiás fala-se em membros do Judiciário que ostentam sinais de riqueza incompatíveis, como se fosse a coisa mais natural do mundo. Nas últimas décadas, as acusações apontam detalhes, no mínimo, intrigantes. Alguns profissionais da área, sempre à boca miúda, confirmam transações aparentemente inexplicáveis. A certeza de algumas testemunhas indica, no mínimo, sinal amarelo.

Evidente que ninguém é besta de bater de frente com um poder com tanta bala na agulha. Acusações sem habilidoso fundamento seria um desastre. Nenhuma dúvida a esse respeito. Outra questão, digna de irretocável registro, é que a maioria dos que atuam na área o faz com a devida seriedade. Leviandade com a instituição não atende os interesses da sociedade.

Entretanto, até em respeito aos que agem com lisura, urge investigar surtos de enriquecimento, negociatas e luxo, que estão sendo capazes de alimentar fofocas tão persistentes. Dizem os mais informados que a Polícia Federal já encontrou furos na canoa. Será? É possível.

Há cerca de 10 meses, lavei as mãos entregando um dossiê à responsabilidade de um zeloso membro do Ministério Público. Confio que a investigação esteja em curso. Entendi que o alarde na imprensa seria menos produtivo. Entretanto, até para não dizerem que sou omisso quando se trata de um círculo que admiro e mantenho amigos, registro esse artigo em tom de alerta.

Mesmo que tudo seja fruto de um misto de imaginação popular e vingança dos que perderam ações, a fofocaria passou dos limites. Seria importante divulgar, de forma clara e oferecendo toda a segurança, canais para que a população possa extravasar o que baila nos salões. Mesmo que exista uma corregedoria ativa e responsável, faltam informações capazes de mostrar como e onde denunciar o xerife.

Deixando como está, ou fingindo que o problema não existe, a inumação pode ser pior. A lentidão da Justiça já é um carma duro de roer; imaginar sânie intratável é ir além do fundo do poço.

Rosenwal Ferreira é jornalista e publicitário