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quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
Elias Vaz, o vereador do ano
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
Troféu Joãozinho mediocridade
Ao contrário do xará famoso, ele não tem qualidades e sobrevive como uma parasita sanguessuga. Muitas vezes se encastela em empregos arranjados pela família na iniciativa privada, dando um bruto trabalho aos colegas produtivos. Mas o que ele gosta mesmo é de chafurdar-se em cargos públicos. De preferência em regime especial sem ter participado de concursos. Lambuza-se numa importância que não possui, pisa nos colegas, bajula supervisores e sobe nos tamancos dando crises agudas de “chefeta”.
Como não possui atributos culturais e carece de qualidades profissionais específicas, rói o osso da inveja, faz boicote aos que possuem algum talento e dá gemidos de importância quando alguma coisa depende de sua boa vontade. Se alguém cai na besteira de lhe dar algum cargo de relevância – ai Jesus – ele urra de prazer abrindo o saco de maldades e alardeando o famoso “não faço porque eu é que mando”.
Com ele, o senhor mediocridade, não existem argumentos lógicos ou diálogo pelo bom senso. O seu mórbido prazer, momento em que se delicia, é esbravejar sua autoridade. Ordinário na essência, sequer percebe que todos riem do seu visível complexo. Ele não tem amigos. As pessoas o suportam, e fingem aprovar seus desmandos arcaicos, porque o tipo é vingativo e sabotador sem escrúpulos.
Se você já esbarrou com um Joãozinho mediocridade, ou com muitos deles, não se deixe irritar. É o que mais gostam. Fique com dó. Eles terminam suas carreiras de forma patética, não progridem e se atolam no próprio lodo. Ao término de suas vidas miseráveis, deixam um rastro de inimigos e ficam com o troféu que fizeram tanto por merecer. Dando a si próprios parabéns e batendo palmas sozinhos. Haja saco!
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
Mentiras e farsas na AMT
Ao ser acusado de implantar uma “indústria da multa”, de agir de forma lesiva ao contribuinte, em ação coordenada e documentada pelos próprios agentes, está colhendo o que plantou. Ao deixar de punir a turma sem ética, permitindo correr frouxo os medíocres e imorais, tornou-se refém dos que devia comandar.
Faltou pulso e coragem para agir contra uma minoria. Criou condições para ser também acusado e sofrer retaliações. Está amargando a mesma agonia de muitos que reclamaram e foram ignorados. É assim que funciona. Quem se acostuma com impunidade segue a trilha. Deu certo com o pai de família, por que não vai ter bom êxito com o chefe de plantão?
Profissionais que são do ramo – Miguel Thiago é daqueles que mantém a excelência em nível pessoal, mas nunca foi do “front” de batalha no segmento – alertaram que a “tropa” estava sem controle, se achando o máximo, mantendo ares de que podia fazer tudo o que desse na telha. A minoria ruidosa, fardada e com a arma da multa em mãos, se tornou arrogante. Se não existirem critérios capazes de punir excessos, mostrando que o órgão tem mando e comando, Miguel Thiago não será a primeira nem última vítima.
Em todo caso, o prefeito Paulo Garcia está numa enrascada. Das duas uma: ou seu homem de confiança na AMT é uma mentirosa farsa, com registro histórico denunciado pelos componentes da agência, ou existe um grupo de embusteiros capazes de fazer de tudo para conseguir seus intentos. Nenhuma das conclusões traz benefícios a milhões de motoristas. Apenas incertezas, confirmando minha tese: A AMT está na direção errada, agindo na contramão.
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
Cuba que eu vivi parte seis
O mais recente lançamento de Fernando de Morais, “Os últimos soldados da Guerra Fria”, foi amplamente divulgado pela mídia oficial dos irmãos Castro e tem um papel importante na elucidação dos fatos que envolvem a trama, mas não deixa de manter a visão romântica que protege a aura de um processo que faliu na essência.
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
Cuba que eu vivi, parte cinco
Depois de curtir alguns dias no paraíso sendo tratado como rei, tomando todos os drinques a que tinha direito, no embalo de entretenimentos cubanos que lembram a ginga dos bons carnavais brasileiros, nós decidimos alugar as duas únicas motocicletas que existiam no complexo hoteleiro. Como se fizessem um par amalucado, tanto o modelo chinês quanto o italiano, tinham carência de itens básicos que tornaria impossível trafegar com eles em qualquer território com exigências de trânsito mais rigorosas. Ao diabo com detalhes, estávamos
Os restaurantes que atuam fora do circuito do governo, uma novidade recente, são limpos, bem decorados, com um cardápio variado e preços honestos. Instalados nas cidades litorâneas, conseguem um padrão bem acima dos que se instalaram
Sentamos à mesa de um quiosque, oferecemos um drinque e um petisco que ele aceitou de bom grado e o bom papo se arrastou por quase duas horas. Em linhas gerais, ele confirmou o que todos sabem. A ilha jamais conseguiu ajustar uma produção agrícola que desse certo. Todos os planos falharam e a importação de alimentos castiga a população em todos os segmentos. A novidade é que Raul, disposto a atingir metas de produção, diminuiu o preço de insumos agrícolas, ferramentas e passou a oferecer empréstimos com mais facilidade. Adicionalmente, aumentou o período de usufruto da terra de 10 anos, renovável por mais 10, para 25 anos com direito a renovação por mais 25. Fez isso por falta de alternativas, acrescentou Carlos. Muito embora, apareceram mais de 170 mil interessados nos
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
Cuba que eu vivi, parte quatro
Ao deixar Havana, procurando esquecer as agruras que se escondem além da fronteira dos hotéis cinco estrelas, embarcamos num moderno veículo Audi cujo interior estava no maior bagaço. O sorriso do motorista, um jovem rapaz pós-graduado em história, logo nos fez esquecer as péssimas condições do automóvel. No trajeto para a paradisíaca Varadero, região que mantém paralelo com qualquer um dos oásis capitalistas estilo sol, mar azul, coqueiros, bebida farta e música ao vivo, o distinto cubano narrou histórias interessantes.
Mostrou-nos, por exemplo, um complexo escolar, localizado a
O Hotel que hospedamos, o Paradiso Varadero, se ergue imponente numa invejável estrutura. Possui cinco restaurantes temáticos, várias piscinas, quartos espaçosos, as praias são de areia límpida em mar cristalino. Em vários locais existem quiosques que servem vários tipos de drinques, água de coco e delícias da culinária internacional. Os funcionários fazem de tudo para agradar os turistas. Qualquer reclamação, nomeando o responsável pelo erro, pode significar um inimaginável rosário de amarguras.
Aos que apenas desejam curtir a vida, sem fuçar realidades que incomodam, o lugar é um irretocável Edém. Tem ares de que não falta nada. Até parece que foi neste mar calmo, de brisa suave, que a esquerda raivosa do PT criou o slogan “sem medo de ser feliz.” Seria uma benção ignorar o que se passa com os empregados e a aflição nas cidades cujos moradores jamais podem usufruir do circuito de luxo. Mas eu dei na telha de bisbilhotar e narro no próximo artigo.
quinta-feira, 17 de novembro de 2011
Cuba que eu vivi, parte três
Ao perceber que aceitamos o convite para enxergar as frestas do “ponto zero” -- quadrilátero em que vive nababescamente Fidel Castro e a dinastia dos czares do comunismo versão ilha – o culto motorista percebeu que era para valer a nossa proposta de registrar as nuances da verdadeira Havana. Fotos são proibidas mesmo!! Enfatizou ele. Claro que estávamos dispostos a obedecer. No trajeto ele nos contou os horrores das prisões, local em que ainda mofam os dissidentes de um regime falido e ditatorial.
Nos arredores do famoso e inescrutável local, residências luxuosas realizam uma valsa de contrastes com as decadentes condições em que sobrevivem o grosso da população. São mansões que abrigam as embaixadas, casas de atores famosos, escritores protegidos pelo sistema, alguns poucos atletas consagrados, dirigentes da alta roda e cantores de sucesso. As avenidas são bem cuidadas, os veículos são novos e percebe-se nitidamente que ninguém por ali esconde que a região abriga uma casta.
Nas proximidades do “ponto zero” proliferam placas, como se fossem sinais de trânsito normal, deixando objetivamente claro as restrições de fotografia e filmagens. Por se tratar de uma área muito extensa, sequer dá para ter uma ideia qualquer de como vivem os ditadores e seus familiares. Os bosques são preservados a esmero e sobram militares com olhar atento. Na segunda vez em que demos a volta no extenso quarteirão, e mesmo que tivéssemos um proibidíssimo binóculo não enxergaríamos nenhum detalhe, um veículo militar passou a nos seguir. Prudentemente, e conhecendo os riscos, o guia acelerou para um local adequado aos turistas.
No trajeto explicou que os segredos que envolvem o cotidiano de Fidel e Raul Castro são mais protegidos do que as alcovas da Casa Branca. A comunidade mais atenta sabe que fornecedores de alto luxo, capazes de importar vinhos de safra nobre, perfumes franceses, cosméticos, especiarias da culinária internacional e outros mimos, garantem um fornecimento privilegiado, com a desculpa de atender os chefes estrangeiros que se deleitam nas visitas oficiais.
Os irmãos ditadores não se furtam em receber um tratamento facial anti-rugas, famoso por amenizar as linhas de expressão do rosto e uma massagem profunda, à base de rum, que combina uma série de manipulações específicas para o desbloqueio da tensão muscular. Como ele sabe disso? Em diferentes ocasiões, especialistas tiveram que cancelar pacientes nos SPAs, alguns já na mesa de atendimento, para atender os dirigentes.
Enquanto isso, nos confessou mais tarde uma médica do elegante YHI de Varadero, nem todos os diabéticos cubanos se dão ao luxo de receber o medicamento necessário. Faltam remédios básicos em todas as áreas cruciais. É triste aceitar a realidade, confessou com resignação, que a mito da medicina qualificada é apenas isso. Um mito capaz de atender os estrangeiros, para efeito de publicidade entre os poucos que ainda acreditam na falácia do comunismo.
Voltando ao taxista, ele nos levou em seguida a um maravilhoso conjunto de residências, fruto do artista do mosaico José Fuster, que dedicou 18 anos moldando sua casa com azulejos, num festival de cores e arranjos incríveis. Uma prova da criatividade, da alegria e do viés artístico de um povo que não se deixou abater pela tirania. Logo depois, nos conduziu a insossa praça, obrigatória no circuito turístico tradicional, que abriga um gigantesco neon com a silhueta de Che Guevara e Fidel Castro, local em que o ditador realizou discursos de até seis horas de duração. No dia seguinte embarcamos cedo para Paradisus Varedoro. Fantástico, depois eu conto...
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
Cuba que eu vivi, parte dois.
Meu primeiro artigo com impressões sobre a ilha de Cuba, versão ditadura Raul Castro, encontra-se disponível na internet no site dm.com.br, basta pesquisar utilizando meu nome. Em resumo, narrei as peripécias da viagem área, a agonia das cabines de imigração e as sofríveis condições na entrega das malas num aeroporto internacional capenga. Parei justamente no ponto em que um taxista cubano, profissional e agradável, nos conduzia por avenidas largas, limpas, no civilizado trânsito da capital Havana, em direção ao charmoso cinco estrelas Meliá, localizado na orla marítima.
O estabelecimento é um luxo encravado numa cidade que se amofina nos escombros. Tombada como Patrimônio da Humanidade, a capital se atola em ruínas. Os edifícios são apenas esqueletos de edificações primorosas, que ainda conservam aqui e acolá, a imponência arquitetônica que desaba sem nenhum socorro. Sair do hotel é ingressar no túnel de uma chocante realidade. Nada combina com as piscinas bem cuidadas, os restaurantes luxuosos e os mimos disponíveis.
A procura de um simples cartão de memória de uma máquina fotográfica, que por descuido deixei no Brasil, nos levou ao submundo de um shopping center miserável, apontado como o que existe de melhor na região. Os produtos são tão medianos e escassos que até no sertão do Piauí existe coisa melhor. Só depois de muita procura o zeloso condutor de um “Coco”, misto de moto-táxi com orelhão, conseguiu nos levar a um mocó que vendia a prosaica engenhoca à surdina. Custou uma fortuna.
Logo depois nos aventuramos a conhecer um restaurante “Sabor”, igual a dezenas de outros recentemente liberados para atuar em moldes da iniciativa privada capitalista. Foi uma delícia perceber a alegria dos “neodonos” cubanos, envolvidos na difícil tarefa de agradar sem ter condições adequadas para tal empreitada. Tudo muito simples, rústico e tosco nos detalhes. O prazer de servir foi tão sensível, que nos fez esquecer a comida sofrível, os talheres improvisados e a falta de temperos.
Ciente de que pretendíamos conhecer a verdadeira Havana, e não somente a farsa vendida aos turistas ou para o deleite dos hipócritas da esquerda raivosa brasileira - essa que participa do festim de Fidel Castro e Cia Ltda -, o inteligente motorista nos mostrou com prazer o lodo em que sobrevivem os filhos da tirania.
No interior dos edifícios, caindo aos pedaços, famílias inteiras, muitas sem nenhuma afinidade, sobrevivem em moldes de favela em que falta tudo. Há escassez de comida, roupas, condições de higiene e esperança. Ninguém mais acredita no viés comunista e fala isso claramente.
Não são tristes como era de se esperar. Conservam uma indecifrável ventura interna. Chega a ser contagiante a alegria de conseguir revelar a penúria sem o risco de serem presos. Com um sorriso largo, Luís desabafou: “Hoje não teria cadeia para colocar todo mundo”.
O leitor não pode ter a falsa impressão de que não foi divertido. Valeu a pena. As incursões pelo submundo de Havana revelaram facetas inacreditáveis. Os carrões antigos, no mais valioso museu automobilístico a céu aberto do planeta, são algo fantástico. Os orgulhosos proprietários adoram tirar fotografias e são de uma cortesia gratificante.
Depois dessas experiências, o guia improvisado nos indagou se topávamos esquadrinhar os arredores do “ponto zero”. Uma área delimitada em cujo epicentro, num dos mais bem guardados segredos do país, residem nababescamente os irmãos ditadores. Contudo, essa é uma história para o próximo artigo.
Rosenwal Ferreira é Jornalista e Publicitário.
E-mail: rosenwal@terra.com.br
Twitter: @rosenwalf
sexta-feira, 4 de novembro de 2011
Cuba que eu vivi. Parte um.
Recentemente decidi que já era tempo de retornar aos domínios de Fidel Castro e conferir os avanços do comunismo. Confesso que fui contagiado pelo jovem comunista goiano Bruno Pena que, ao ser entrevistado no meu programa de TV, afirmou convicto que eu estava enganado e que Cuba era, hoje, referência em qualidade de vida. Se pudesse estaria residindo lá, arrematou com um sorriso largo.
Aceitei o desafio. Juntei as economias, ajeitei um pacto civilizado e arrastei minha esposa Kétina em mais uma de minhas aventuras. Como não sou besta, e prezo meu casamento, fiz uma opção que inclui o circuito de hotéis cinco estrelas em Havana e resorts de luxo nas límpidas e baladas praias de Varedo. Tudo muito competente e organizado. As valises da CubaTour, entregues no Brasil, são luxuosas e requintadas. Senti firmeza.
Ao chegar ao aeroporto de Havana, que susto, tive saudades do pardieiro que se vivencia em Goiânia. As cabines da imigração ainda preservam o estilo porta fechada em que os casais são proibidos de entrar juntos. Ali se amarga alguns minutos de constrangimento, quando não se enxerga o que aconteceu com a esposa que passou pelo crivo dos carimbos e saiu por uma porta que se tranca. Foi uma neura passageira. Deu tudo certo.
Na hora de pegar as malas é que foi o bicho. As bagagens, no duro, iam caiando compassadamente, uma por uma, a cada cinco ou dez minutos. Sabe-se lá o motivo. O fato é que demoramos horas para receber os quatro volumes. Um casal de ingleses, perto de ter um treco, ficava olhando dezenas de funcionários parados e ninguém sabia explicar coisa alguma. Muito simpáticos, sorriam com a gastura dos passageiros. Era Cuba. Dizer o que?
Após esse dissabor corriqueiro, o nosso agente esperava atencioso, com um veículo confortável e uma conversa generosa. As avenidas largas, sem lixo e trânsito fluente, sopraram um ar de férias com muito acerto. Afinal de contas, confirmou ele, o nosso hotel era uma das pérolas de Cuba. O majestoso Meliá, com seus três restaurantes requintados, e ao lado do Havana club, a mais badalada e tradicional casa noturna da cidade. Foi o começo de uma jornada capaz de misturar farsa, pobreza, luxo e glamour num só caldeirão. Nas próximas semanas conto o resto.
segunda-feira, 31 de outubro de 2011
Nion Albernaz e as flores murchas
Em sua gestão criativa, ousada e revigorante, sofreu injustiça de mentes opacas e gente miúda. Alguns que hoje certamente se envergonham de que fizeram, o apelidaram depreciativamente de “gestor das florzinhas” ou algo parecido. Erraram feio. Não fosse o afeito de beleza, e plasticidade didática que ele imprimiu aos logradouros públicos, Goiânia teria crescido com a aridez da pobreza visual que nivela as cidades por baixo.
Os belos parques atuais proliferaram porque ele deu o norte. Mostrou que essa concepção forçava a outras ações progressistas. Pena que muitos, sobretudo os gananciosos, tenham feito opção por modelos fajutos de ocupação urbana, fingindo qualidade de vida. As farsas se tornaram regra e não exceção.
Muito embora a capital jardim tenha sido a marca registrada de Nion, esse não foi seu único mérito. Albernaz tinha visão de futuro e senso do presente. Com arrecadação menos expressiva do que a atual, e no caldeirão de uma sopa em que fervia inflação, consegui manter a cidade limpa, equilibrou áreas verdes, acolheu crianças carentes num projeto qualificado, soube atender com razoável apreço a área da saúde, agiu sensatamente na área de educação e soube como poucos escolher seus auxiliares.
Era perfeito? Não errou? Longe disso, seu governo também amargou senões. Mas no comparativo com os sucessores, tenha paciência, o homem foi um gênio. Alguns vão alegar que a cidade cresceu e, na conseqüência, aumentaram os problemas. É fato. Mas comparem a arrecadação e verifiquem o acréscimo e verba versus habitante. Nesse contexto o enrosco dele era bem pior.
Uma pena que são poucos os políticos da safra de Nion Albernaz e Mauro Borges. O compasso era outro. O senso de vergonha impedia certas flexibilidades tão naturais no contexto 2011. Se me acusarem de saudosismo obscurecido pelo túnel do tempo, dou apenas uma resposta: façam uma pesquisa. Procurem quem viveu a era Albernaz e degustou o sal que temperou a capital nos anos subsequentes. Estou certo que ele será lembrado com saudades com direito a um troféu no topo das condecorações. Por essas e outras é que sua cabecinha de flocos de neve descansa cuidando de flores numa bucólica fazenda. Entendo que merece a paz dos passarinhos, sem a presença dos urubus da política.
Rosenwal Ferreira é Jornalista e Publicitário.
E-mail: rosenwal@terra.com.br
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sexta-feira, 21 de outubro de 2011
Que saudades do honesto Orlando Silva
O cantor Orlando Silva, batizado pelo locutor Oduvaldo Cozzi como o “cantor das multidões”, foi num Brasil bucólico repleto de vozes admiráveis, um dos mais importantes talentos da metade do século XX. Vozeirão de timbre perfeito que fazia chorar cantando sucessos como “Adeus” (Cinco letras que choram), “Capricho do Destino “e “Renúncia”, foi um exemplo de dignidade, conservando até o fim da vida seu jeito simples e sua origem humilde. Mesmo no auge de fama, lembrava com carinho os tempos de office boy, sapateiro e trocador de ônibus. Que saudade dos bons tempos desse Orlando Silva.
A versão século XXI é de amargar. O nosso Orlando Silva, o ministro que explica bandalheiras como se estivesse acelerando no rally da lama. Até agora só deixou dúvidas. Não é de hoje que nos corredores de Brasília se fala nas estripulias do Partido Comunista e nas ONGs fantasmas. Ele não inventou nada, justiça seja feita, ao que consta apenas continuou alimentando o trenzinho da corrupção.
As ONGs da ladroagem explícita representam um bezerro insaciável. Somente em 2010 mamaram cerca de 10,3 milhões dos contribuintes brasileiros. Confirmando apenas uma gota no oceano de malandragens, a Controladoria Geral da União demanda que os apadrinhados da bandalheira devolvam 10 milhões aos cofres públicos. Mas como o crime compensa, duvido que vá cumprir essa decisão.
Disposto a não largar o osso, o ministro Orlando Silva se recusa a dizer “adeus”. Ele apenas chora desculpas, acusa um complô da mídia e se esquece que foi um militante do PCdoB, ainda por cima fardado, é quem fala de peito aberto que tem provas do esquema de fraudes. Até o momento o policial João Dias Ferreira não recuou em absolutamente nada. É claro que existe a presunção de inocência. Mas a cada dia a sujeira se acumula num mau cheiro de causar nojo.
Pode até ser que o “capricho do destino” seja um fogo que teima em queimar o PCdoB. Mas intriga que os neo-poderososdo partido se lambuzem tanto em problemas. Nos ares do cerrado, ainda está por explicar o imbróglio do “mutretama”, episódio nebuloso em que se envolveu o Secretário de Esportes e Turismo da prefeitura Luiz Carlos Orro. Que coincidência o gosto que o PCdoB tem por essa pasta. Eu hein!!
Segundo minhas fontes, tem gente se borrando com receio das fiscalizações chegarem à turma que age em Goiás. As ramificações são de uma sordidez ímpar. A cada dia se comprova que as alianças de Lula se forjaram num esgoto de causar espanto. Não vejo diferença nenhuma em casamentos insólitos, realizados por encomenda e jogo de interesses, nos conchavos políticos de Goiás. O que faria o honesto e saudoso Orlando Silva? Certamente cantaria “Renúncia.” Prefiro Roberto Carlos na versão “e que tudo mais vá para o inferno.”
Rosenwal Ferreira é Jornalista e Publicitário.
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terça-feira, 18 de outubro de 2011
Surge uma esperança contra a corrupção
reunir três mil pessoas, em pleno feriado, sem existir a promessa de mega shows, rodeio,
open bar e outros prazeres. A exemplo do que aconteceu em outras sociedades, nos tornamos
egoístas, centrados em interesses particulares e com foco no imediato. Entidades como UNE e
Sindicatos foram docilmente controlados, se transformando em inofensivos animais domésticos,
com mimos, agrados e benesses à custa do contribuinte.
Sendo assim, considero muito promissor que a Marcha Contra a Corrupção tenha
alcançado três mil cidadãos conscientes. Quem participou teve a sensação de estar presente
no plantio de uma fantástica semente. Os frutos podem ser colhidos em futuro muito próximo.
Os pessimistas acham que não muda coisa alguma e que foi um ato de gatos pingados a miar
ilusões. Erram. Os feitos notáveis da humanidade surgiram tímidos e vagarosos.
Nos Estados Unidos a luta por direitos civis, com foco principal na discriminação da raça
negra, foi se erguendo a partir de sonhadores num único veículo. Os pioneiros foram expulsos
e muitas vezes linchados pelos radicais movidos por ódio e ignorância. Aos poucos, na base da
coragem, surgiram lideranças e apoio consistente.
No Brasil, os movimentos pelas eleições diretas – participei ativamente e me lembro
bem – foram acontecendo em núcleos pequenos, residências, apartamentos e chácaras, se
esgueirando com medo de exigir direitos básicos. A coragem dos iniciantes logo contaminou a
nação e milhões foram às ruas. Foi impossível deixar de atender o apelo da nação.
Estou convicto de que os que atenderam o apelo para lutar contra a roubalheira do dinheiro
público, sem conotação política e sem partidarismo piegas, serão recompensados. Surge um
movimento puro, alegre, diversificado e contagiante. Livre das amarras do exclusivismo e da
presunção. Ergue-se acima dos exploradores de sempre.
É uma nova casta de estudantes, de operários, profissionais liberais, professores, jornalistas,
executivos, empresários e, sobretudo, de consciência democrática. Nenhum dos presentes
estava à procura de holofotes, de glória pessoal, de votos ou honrarias. Gente simples, famílias
honestas, pedindo o óbvio: Parem de furtar o dinheiro público! É pedir muito? Até esse momento
sim.
Rosenwal Ferreira é Jornalista e Publicitário.
E-mail: rosenwal@terra.com.br
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segunda-feira, 17 de outubro de 2011
Por mais surpreendente que possa parecer, alguns de nossos parlamentares lutam para garantir o direito de ingerir álcool nos estádios em que se realizam jogos de futebol. A quizila mais forte se concentra na restrição da Fifa durante a copa do mundo. Vá lá que a entidade é um pé no saco e se acha proprietária do planeta. Mas como diria o farrombeiro José Genoíno, “uma coisa é uma coisa outra é outra coisa.” No caso em questão, os organizadores procuram defender os torcedores. Só os maus intencionados é que não enxergam o fator explosivo ao se aglutinar multidões, paixões emocionais e cachaça.
Os argumentos oscilam entre o risível e o oportunismo deslavado. O deputado do PT de São Paulo, Vicente Cândido, por exemplo, afirmou que “não dá para vender bebida no dia do show da Madonna e não vender no dia do Jogo do Corinthians. Qual é o pecado nisso?” Parece até brincadeira. Ele devia defender a tese abolindo bebidas, também e principalmente, nos eventos que reúnem milhares de pais de família. Retruco: qual o pecado nisso?
No País de ponta cabeça, danação que afeta a alma é defender posições corretas. Essa gente ordinária, que entra de sola no que eu batizo de lobby da pinga, veste o manto da hipocrisia e se recusa a enxergar uma cruel realidade. O álcool mata mais brasileiros do que guerras que consideram sangrentas. Qualquer palerma sabe que não oferecemos transporte público à altura da demanda, que as pessoas vão aos estádios em veículos particulares, que a fiscalização é impossível de ser realizada a contento e que muita gente vai padecer vítima de acidentes fatais.
Os embusteiros vão se apressar afirmando que o povão enche a cara de qualquer maneira. Então vamos facilitar! Certo? Errado! É necessário criar restrições capazes de evitar tragédias. O problema é que o país está minado de aproveitadores. Gente que joga para a platéia de forma inconsequente. Sempre dispostos a obter votos e simpatia sem medir os estragos em cascata.
Por essas e outras é que ocupamos a ingrata posição entre as nações em que o contrato entre álcool, direção e Lúcifer, é avalizado por autoridades. Os cemitérios, hospitais e cadeiras de rodas, comprovam que a parceria vai muito bem. Mas querem melhorar. Quem sabe mudando a lei geral da copa e oferecendo bebida de graça nas arquibancadas?
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
Iram Saraiva dignifica o cargo
Os amigos seletos que compartilham da intimidade do atual Presidente da Câmara Municipal da Goiânia, Iram Saraiva, são apaixonados pelo senso ético, a garra e a robustez que ele enfrenta as dificuldades cotidianas. Vítima de um acidente que o aprisionou numa cadeira de rodas, é um deficiente físico cujo nível cultural, bom senso político e lucidez, o faz pairar acima das mediocridades imperfeitas no trato da coisa pública.
Ele é um exemplo gratificante de como superar tragédias. Um exame de suas habilidades profissionais, da experiência em cargos de relevância, de especializações qualificadas, podem levar à conclusão de que está desperdiçado na atual função. É um ponto de vista errôneo. O seu equilíbrio está sendo fundamental nos destinos de mais de um milhão de habitantes.
Não fosse seu carisma e suas habilidades diplomáticas, a Câmara certamente teria se afundado, repetidamente, num lamaçal improdutivo. Em diversas ocasiões, Iram Saraiva soube conter os ânimos e impedir que o Plenário fosse palco do grotesco. Em alguns momentos, com o suor de dores que o flagelam, manteve-se firme ajuizando condutas corretas.
É uma figura humana que raramente reclama. São poucos que sabem de suas agonias, das dificuldades para se manter resoluto, imperturbável, nas longas sessões com discursos intermináveis. Definitivamente uma reserva moral na arte de fazer política em tom maior.
Mantém cacife para ocupar o cargo de Prefeito, Governador ou Presidente da República. Dignifica sua função pública oferecendo um exemplo de respeito. Atua com afinco e seriedade. Sua produtividade, numa cadeira de rodas, faz corar os que não possuem limitações e se lambuzam em patifarias. Todas as vezes que o vejo em ação, me conforto em saber que ainda existem pessoas de seu naipe recebendo um salário pago pelo contribuinte. É um cidadão que mantém a consciência tranquila no alicerce do dever cumprido. Fruta rara no pomar da politiquice brasileira. Há de se registrar.
Rosenwal Ferreira é Jornalista e Publicitário.
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segunda-feira, 26 de setembro de 2011
A quem interessa destruir Goiânia?
Em São Paulo, a Justiça mandou prender 14 suspeitos de integrar esquemas de falsificação de guias que permitem construir além do limite legal. Eu não tenho provas de que existe um esquema semelhante em terras do Cerrado. Mas existem firmes evidências de que há algo de podre no reino do Paço Municipal. Se não for um caso de corrupção camuflada, trata-se, no mínimo, de irresponsabilidade com os destinos da Capital.
Não é possível que os órgãos públicos não enxerguem que os arranha-céus empilhados, concentrando um enorme contingente humano em quadriláteros exíguos, são um desastre anunciado. Bairros inteiros, antes tranquilos, estão se transformando em cortiços de má sina.
Alguns locais, próximos ao aprazível Parque Flamboiant, por exemplo, se ergueram como essência em qualidade de vida para se transformar em caos vítima da ganância imobiliária. Até um asno consegue visualizar o excesso de edifícios na região. Mesmo com essa gritante anomalia, edificações são aprovadas.
Por que será que órgãos como AMT, Amma e outros certificam essas autorizações? Por que não conseguem enxergar o óbvio? Duvido que sejam tão incompetentes. Isso comprova existência de maracutaia? Não exatamente. Entretanto, bem que seria interessante ouvir explicações.
Quem sabe os responsáveis possuem dados de alguma tribo extraterrestre indicando ser mais saudável empilhar gente no mesmo poço urbano. Vai ver que essa história de avaliar impacto ambiental e zorra no trânsito seja apenas neurose desse jornalista? Não descarto nada. Mas gostaria de ver uma investigação sobre o assunto. Vale conhecer a quem interessa destruir Goiânia. Contudo, isso são apenas sonhos de uma noite sem chuvas. Sequer a fedentina se consegue resolver. Imagine dar um basta em gente poderosa. Todos muito dispostos a oferecer mimos a granel.
Rosenwal Ferreira
jornalista e publicitário
rosenwal@terra.com.br
twitter: @rosenwalf
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
Salvem as cachoeiras de Pirenópolis
Com isso, segue em curso uma devastação imoral como se a natureza não estivesse ameaçada. Um tópico crucial, entre muitos que urgem uma revisão rápida, foca-se na utilização das cachoeiras. De olho apenas nos míseros vinte reais que se paga para usufruir das águas límpidas, quem explora as quedas d’água se lixa com a devastação em curso.
Todos os finais de semana, hordas de turistas procuram as margens das corredeiras munidos de caixas de isopor com cerveja e toda sorte de comida. Em qualquer rincão civilizado do planeta isso seria proibido. Os visitantes deixam como rastro latas de alumínio, ossos de galinha, sacos vazios de farofa e outros itens poluentes.
Já visitei locais semelhantes em diversos pontos do mundo e nenhum deles permite o acesso para um piquenique improvisado. É uma questão de lógica. O consumo de álcool é incompatível com o respeito à natureza. Em todos os parques qualificados existem fiscais e placas reforçando que é proibido fumar. Eu presenciei, em todas as corredeiras visitadas, o nojo de fumantes jogando tocos de cigarro a esmo.
A Câmara de Vereadores precisa urdir uma lei que proíba essas ações bárbaras. Quem explora o manancial deve manter fiscais que impeçam a entrada de bagulhos poluentes. Se precisar, instalem câmeras de vigilância. Na Nova Zelândia existem guaritas que inspecionam os automóveis impedindo que recipientes que ofereçam riscos à natureza possam adentrar nesses ambientes.
Os lugares de comilança e bebidas são restritos e controlados. É assim que deve ser. Aqui sempre vai existir um cretino afirmando que se trata do entretenimento do povão. É uma hipocrisia, um embuste. É desculpa para não se oferecer condições adequadas e continuar a destruição.
Essa é uma batalha a ser enfrentada em conjunto com o Município, o Estado e a Federação. Medidas que devem ser tomadas em caráter de urgência. Omitir-se é a pior desgraça. O duro é que existem os gananciosos de sempre que buscam apenas tirar proveito econômico da região. Ainda existem condições de reverter o desgaste e a poluição que afeta as águas. Que os políticos tenham consciência dessa necessidade enfrentando os poderosos, mas com todo o apoio da população.
Rosenwal Ferreira
Jornalista e Publicidade.
Twitter: @rosenwalfsegunda-feira, 19 de setembro de 2011
O PMDB rugiu! Vai morder?
Twitter: @rosenwalf
quinta-feira, 15 de setembro de 2011
Usos e abusos no serviço de telefonia
Twitter: @rosenwalf
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
A ala podre do PT deseja a censura no País
Twitter: @rosenwalf
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
Alguns gays ainda não entenderam: Homofobia é coisa séria.
Twitter: @rosenwalf
quinta-feira, 1 de setembro de 2011
Cai a farsa da esquerda radical
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
Paulo Garcia e o mau cheiro
Com seu habitual refinamento, o Dr. Paulo Garcia se exauriu em explicações para defender a jactância do protegido Luiz Carlos Orro. Foi até bonito ver o chefe do município se atirar aos abutres, oferecendo de bandeja uma reserva moral cuidadosamente armazenada, para salvar um auxiliar miúdo que se enrascou em trapalhadas. Dizem que ele não deu o braço a torcer como tática para mostrar tutano. Nesse aspecto saiu vitorioso. Ninguém duvida que ele é capaz de bancar a caturrice que bem entender.
Já que “aceçores” (assessores de fato existem poucos no Paço Municipal) fazem vista grossa e se lixam à fedentina que assola mais de 30 bairros, o Prefeito podia seguir dando vazão ao seu estilo. Devia participar de entrevistas explicando por que as empresa poluidoras, responsáveis por mais de 80% da lambança, continuam atuando. Que forças ocultas permitem que infratores contumazes, como a Unilever, mantenham sua atividade criminosa. Afinal de contas, por que a fiscalização não funciona? Se a culpa não é da Prefeitura, que nos mostre a quem devemos criticar.
Esse tema, convenhamos, é mais grave e importante do que oferecer desculpas sobre brinquedinhos adquiridos à sombra de incertezas e corrupções. Crianças e famílias doentes, vítimas do nauseabundo composto de infames odores, não tem condições de frequentar parque algum. Esse é um assunto muito sério. Urge explicações do poder público.
Será que ninguém percebe que milhares de goianienses estão amargando sofrimento cotidiano. Que a situação é calamitosa num amplo quadrilátero? Será que o dever de informar, explicitando providências a serem tomadas, é inferior à defesa de um secretário trapalhão? Os vereadores vão reagir frente à constatação de que são indústrias as responsáveis pela dor de cabeça?
É o diabo perceber a inversão de valores (valores?) quando se trata de satisfações à comunidade. Se o imbróglio é um contenta política todas as forças se aglutinam. Se o embate envolve sofrimento coletivo deixa-se para depois. As responsabilidades nunca são apuradas e fica por isso mesmo. Uma forma brasileira de administrar que precisa ser reavaliada.
Rosenwal Ferreira é Jornalista e Publicitário
Twitter: @rosenwalf
segunda-feira, 22 de agosto de 2011
A fedentina é culpa da imprensa
No apogeu de uma popularidade que embriaga as massas ignorantes e empana a razão, o ex-presidente Lula (ex?) urdiu uma balela capaz de alimentar a cretinice coletiva. Todas as vezes que os corruptos de seu governo foram incapazes de esconder suas diatribes, ele arrotou que a culpa pelas mazelas era da imprensa. Nos bastidores, oferecendo conselhos preciosos aos pupilos, reafirmou que a tática é tiro e queda para desviar atenções e fugir de responsabilidades.
Olhando sem preconceitos, a marota tese não deixa de apresentar razões pitorescas. Diversos problemas recentes no estado de Goiás foram causados pelos jornalistas. Foi essa raça maldita, por exemplo que saiu alardeando que o Rio Meia Ponte exala odores nauseabundos que prejudicam 30 bairros. Se a informação não fosse divulgada, ninguém estaria culpando as autoridades. Cada vizinho pensaria que foi o outro que soltou gases e todos viveriam felizes acostumados com o colossal traque coletivo.
Foram os perniciosos representantes da mídia, essa raça burguesa desprezível, que deram corda a denúncias envolvendo negócios fraudulentos na aquisição dos brinquedos do Mutirama. Não fosse sua maligna ingerência ninguém se lixaria com uma montanha-russa pronta para virar sucata render milhões aos vendedores e ninguém saberia que um secretário “fascistóide” ajeitou uma turma para jogar ovos e humilhar vereadores. Estava tudo certinho, combinado nos detalhes, é veio a imprensa criar encrenca. É sempre assim.
Fomos nós, os estúpidos da mídia, a inventar um clima de medo mostrando que a Secretária de Segurança Pública do estado – numa irresponsabilidade fundamental – permite soltar assassinos dementes porque não contratam psicólogos. Foram jornalistas sem pudor que deixaram a população insegura. Se o fato não fosse divulgado, mães de família poderiam ser estupradas, os pais roubados e assassinados sem a neura de ficar culpando o estado. Saber dessas coisas para quê? Só para ficar preocupado? Asnice.
Estão certos os que odeiam a liberdade de imprensa. Atolados na ignorância, o povão é mais feliz. Redatores como eu deviam se dedicar a coisas mais úteis do que ficar desmascarando os que controlam o dinheiro do povo. É mais saudável receber verbas generosas, ficar de bem com os deuses do poder e colaborar para que eles sejam reeleitos indefinidamente. Quem não gosta de político corrupto é jornalista neurótico. As massas votam neles e os admira. C'est la vie.
Rosenwal Ferreira é Jornalista e Publicitário
Twitter: @rosenwalf