Seguidores

segunda-feira, 4 de abril de 2011

O polêmico Pablo Kossa

Como diria o saudoso ator Paulo Gracindo, na pele do impagável Odorico Paraguaçu, o jornalista Pablo Kossa é um “polemista militante”. Irreverente até no visual, o colega está sempre na trincheira do pelotão que pode ser chamado de contracultura. Considero suas controvérsias tão importantes que até já o convidei para fazer parte de minha seleta turma de debatedores no Jornal da Sucesso, na 98,3 FM. Fato que confirma meu respeito, mesmo discordando de boa parte de suas colocações.

As línguas ferinas dizem que ele adota posições que atacam francamente a classe média, chamando-a de “egoísta e circunspecta em seu mundinho”, porque mantém um confortável emprego no Incra e, sendo assim, não está sujeito aos contratempos, marolas e tsunamis que afetam os assalariados da iniciativa privada. Não é verdade. Kossa seria contestador mesmo sem um contracheque garantido pelo contribuinte. Nasceu assim. Tenho dúvidas se ele seria um profissional declaradamente da esquerda. Os que defendem modelos socialistas à la Hugo Chavez não se ajeitam muito bem sem as tetas do Estado. Uma característica que não desabona os que trabalham; o que me parece ser o caso dele.

No dia 01 de março de 2011, no auge de minhas denúncias contra o que considerei abusos da AMT, fui surpreendido com um de seus bons artigos sob o título “O polêmico trânsito de Goiânia”, no qual ficou muito claro que se tratava de uma resposta à minha bateria de contestações ao órgão. Educado no trato pessoal, ele apenas deixou de colocar o meu nome. Algumas de suas observações eu digeri acatando as alfinetadas como dignas de crédito, mantendo verdades que não contesto.

Ele afirmou, por exemplo, que a receita para melhorar o trânsito da capital era “deixar mais caro, mais difícil e demorado para quem anda no transporte individual (aquele egoísta, poluidor e antissocial)”. Sou tudo isso e assumo. No Brasil, jamais deixaria meu turbinado em casa para usar o transporte público. Muito embora Pablo assevere no texto “nunca pautei minha atividade jornalística para ser o queridinho”, acho que jogou para a plateia, pois ele usa um veículo particular para sua locomoção diária. Mea culpa?

O que me incomodou – fiquei coçando na espera de uma resposta com respaldo incontestável – foi a asserção: “essas reclamações me soam mais como esperneio de infratores contumazes do que críticas ao mau trabalho dos agentes”. E ainda arrematou: “todas as vezes que fui multado, eu realmente estava errado”. Não duvido. A alegação dá ares de que dezenas de leitores, inclusive o competente escritor e jornalista Luiz de Aquino, estavam automaticamente em falso juízo a narrar seus calvários arcando multas com juras de serem injustas.

Como o amigo – espero que continue sendo depois desse desabafo no campo das ideias – usou argumentos típicos de quem atua na AMT (multa-se pouco em Goiânia, o motorista chia demais porque está sempre errado, etc.), me pareceu que ele teve influência de um debatedor, funcionário graduado do órgão, dileto companheiro no programa de rádio na Interativa FM. Bom, coleguismo faz parte.

Pois bem, nada como a história para garantir uma resposta oportuna. Recentemente a Rede Globo, no Bom Dia Brasil de 25/03/2011, mostrou dois casos de motoristas, com placas de cidades no interior do Paraná, que receberam multas de Goiás por transitarem em suas motocicletas... Sem usar cintos de segurança. Ambos juram nunca ter acelerado em terras do cerrado. Contudo, confirmam o seguinte: jamais usaram cintos de segurança ao dirigir suas motos.

Sabe o que vou fazer, camarada Pablo Kossa? Vou dirigir meu carro usando capacete. Vai que o Estado, tão justo e acima das críticas da famigerada classe média, dê na telha de me aplicar uma pena por trafegar sem o uso de capacetes? Vou perder... Não teria cara para dizer que estão mentindo. Que polêmica! Essa até o Pablo vai se “kossar” para explicar.

Rosenwal Ferreira é Jornalista e Publicitário

Twitter: @rosenwalf

5 comentários:

  1. Bom dia Rosenwal, sou seu fã e ouvinte de seu programa. Sobre o que você falou da AMT tenho uma pequena história que tive a tristeza de verificar pessoalmente. Estava eu andando pelo cruzamento da Avenida Contorno e Rua 74, aquela famosa rotatória problemática que todos conhecemos muito bem, quando um motociclista se aproximou reduzindo a velocidade, mas não parando no pare, pois, não havia nenhum veículo no cruzamento. Um homem estava atravessando a rua sem sofrer nenhum risco de vida vamos deixar isso claro, esse pedestre fez cara feia para o motociclista que seguiu seu caminho, ao atravessas a rua o rapaz passou a andar bem próximo a mim, quando tirou um celular e ligou para outra pessoa passando as características da moto, placa, cor, local e disse para lavrar a multa por excesso de velocidade e avanço do pare, e ainda por cima pediu para que colocasse em seu bloco de multas. Eu sei que ele tem que cumprir seu papel mesmo sem farda, mas agir assim? Ainda colocando coisas que não aconteceu! Ele disse a outra pessoa que quase foi atropelado pela moto. É um absurdo como eles agem se mostrando a própria lei, pois os mesmos nunca estão de cinto de segurança dentro das viaturas, a lei só pode ser usada para nossa penalização? Por que? Fica aqui minha indignação. Obrigado. Rodrygo Soares

    ResponderExcluir
  2. Muito bom !!! continue assim eu adoro viu abraços deixe que ele se kosse bastante

    ResponderExcluir
  3. Não conheço e nunca ouvi falar nesse tal de Pablo mas,concordo com ele em relação à questão de se usar mais os ônibus e de se deixar OS TURBINADOS em casa,utilizando-os só nos fins de semana.

    ResponderExcluir
  4. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  5. Rosenwal, fui estudante na Facomb e fui seu ouvinte em algumas das vezes em que esteve por lá. Admiro seu trabalho e considero suas opiniões muito bem pautadas. O mundo ideal não é o que vivemos e, portanto, discordo nesse sentido do Pablo, que defende que o transporte individual seja dificultado. Sim, o transporte individual deve ser dificultado, mas somente quando o transporte público de massa for suficiente. Repare que não defendo que se precise de luxo no transporte público, mas que ele apenas cumpra seu papel. No Brasil pagamos a gasolina e o transporte público dos mais caros do mundo. Se usarmos um carro, estamos sujeitos aos flanelinhas e aos preços altíssimos dos estacionamentos. Impostos? Nem preciso falar... Mais um problema? Somos multados injustamente algumas vezes, simplesmente para contribuir com metas da AMT

    ResponderExcluir