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quinta-feira, 26 de maio de 2011
Apesar dos porcos, Goiânia está limpa
quarta-feira, 25 de maio de 2011
Palocci está certíssimo. Cadeia na viúva
Todo esse fuzuê em torno da ascensão milionária do superministro Antônio Palocci só pode ser dor de cotovelo. Não dá para entender a chiadeira, afinal de contas ele está apenas seguindo os trilhos de uma tradição dos deuses de Brasília. Tirar proveito do povão – esse que paga a maior carga tributária do planeta – é uma esperteza natural entre os que nunca respeitaram viúvas e órfãos. O Brasil é um oásis a lagarteiros de todos os matizes.
Quem sobe nos poleiros do poder tem consciência de que pode exercer tráfico de influência sem punições.
A hipocrisia é tão arraigada que a presidência da república reuniu todos os arautos da base aliada para criar uma blindagem. Somos tão acostumados com tramoias mal ajambradas que achamos normal proteger bilontras que se lambuzaram no melaço do poder. E que não me venham os songamongas de sempre dizer que se trata de um prejulgamento ou de um complô da mídia burguesa. Até o mais cretino dos tupiniquins percebe que um faturamento de 20 milhões de reais em dois meses é uma cifra absurda.
Outro cinismo inacreditável é afirmar que as empresas contratantes exigiram uma cláusula de confidencialidade. Essa desculpa apenas comprova que a consultoria tinha propósitos inconfessáveis. Negócios legítimos, principalmente quando pairam dúvidas que exigem explicações, não precisam de artifícios para esconder coisa alguma.
É certo que a burrice coletiva é um espanto. Porém, ainda existem pessoas inteligentes que merecem um mínimo de respeito. Se não estivessem de olho na parte escusa, no jeitinho capaz de abrir portas com faturamento bilionário, os contratantes de Antônio, dispostos a bancar rios de dinheiro, certamente teriam procurado firmas com tradição e experiência. O próprio Palocci confirma que foi procurar informações com homens que possuem
traquejo no mercado.
Calejado em situações de risco o representante máximo da ala petista trincada nas tetas do poder, apenas se muniu de estoques extras de extintores de incêndio. Na pior das hipóteses sai andando pela porta da frente e dá um tempo. Financeiramente compensa. Dedica-se com mais vigor ao rentável assessoramento VIP. Pode até se dar ao luxo de sentar com José Dirceu e dar boas gargalhadas. A impunidade é uma delícia. O lema sempre foi não
ter medo de ser feliz.
Rosenwal Ferreira é Jornalista e Publicitário
Twitter: @rosenwalf
quinta-feira, 19 de maio de 2011
Deputado Mauro Rubem afirma que o Governo Estadual pode roubar a população
segunda-feira, 16 de maio de 2011
O Novo Código Florestal é a cara do PCdoB
quinta-feira, 12 de maio de 2011
O inferno dos sons
Com mínimo de respeitos às crianças, idosos e trabalhadores noturnos, podiam limitar o início da ensurdecedora gritaria para após as dez horas da manhã e proibir a zorra nos finais de semana. A prática antiquada de se comunicar aos berros – um resíduo arcaico de quando não existiam emissoras de rádios e TV – é uma absurda invasão de privacidade da qual não podemos nos defender.
Aos que ainda protegem essa aberração, fica uma pergunta: qual a diferença entre os famigerados carros particulares – as tais boates ambulantes com repertório de mau gosto – e os veículos de propaganda? Nenhuma. Ambos realizam o assassinato do sossego cotidiano, impondo e arrotando músicas e comunicados que ninguém pediu para ouvir.
Se a Câmara Municipal tiver a coragem de estabelecer limites mais rígidos, será mais fácil imaginar o impossível, banindo de vez a zoeira infernal. É claro que existem os que ganham dinheiro e sobrevivem com a poluição sonora. E daí? Infelizmente vão ter que se virar em outra atividade e deixar de estuprar nossos tímpanos. Justificar a manutenção da barulheira com o argumento dos empregos é o mesmo que legitimar bares ruidosos, trios elétricos em locais inapropriados, venda de produtos contrabandeados e assim por diante. Em cada tópico que urge organizar, tem alguém faturando.
Nenhum país de primeiro mundo – pode investigar – permite publicidade em alto falantes. Somente nas emergências é que essas geringonças são autorizadas. Por que o Brasil tem que ser diferente? Não merecemos respeito? O Zé Povinho se delicia com berros na sala de jantar? Com exceção dos tarados da gritadeira (e de políticos que usam a artimanha no alpendre dos outros) não conheço um único cidadão ético que aprova a utilização dos infames amplificadores. Não existindo leis, nem vergonha na cara, sequer tampões de ouvido resolvem o problema.
Rosenwal Ferreira é Jornalista e Publicitário
Twitter: @rosenwalf
segunda-feira, 9 de maio de 2011
Casamento gay. Virou bagunça geral?
Bagunçou geral? Para os, digamos assim, modernosos, tudo é muito simples, lógico e faz parte de um mundo sem preconceitos. Nesse aspecto acho válido. Abomino discriminações de qualquer natureza e entendo que uniões entre pessoas que se amam é algo de notável produtividade. Seria hipocrisia fingir que o casamento em si, o rito no civil ou religioso, não me incomoda. Atraso meu? Deve ser. Vou ter que me acostumar.
O diabo é que a lei, a não ser que seja modificada, está tão obsoleta quanto eu. O artigo 1.514 do código civil diz: “o casamento se realiza no momento em que o homem e a mulher manifestam perante o juiz sua vontade de estabelecer o vínculo conjugal e o juiz os declara casados”. Existe alguma dúvida de que se trata de uma união entre sexos opostos? Parece-me que não.
Qual o problema em esquecer o texto legal? No caso em particular nenhum. Em nada afeta o cotidiano das famílias o casório entre gays. Mas se a moda pega? Qual será a próximo caso em que íntegra da lei será flexibilizada? Assusta-me pensar.
Para não irritar os ativistas gays, muitos dos quais são amigos de profissão, quero deixar cristalina minha posição favorável a extensão de direitos dos casais heteros (herança, clubes, planos de saúde etc.) aos pares gays. Considero desnecessário – parece-me ir longe demais – adotar com naturalidade o casamento.
Creio ser um direito discordar nesse tópico. Apesar de que estamos vivendo um momento delicado, no qual qualquer crítica aciona o termo homofóbico, um rótulo perigoso capaz de incitar iradas perseguições. Erro tão grotesco quanta à perseguição aos gays. É necessário preservar, também e principalmente, a prerrogativa das maiorias discordarem.
De qualquer forma, O Ministro Aires Brito afirmou que a decisão do Supremo (sobre a união homossexual) “vale por si, sem precisar de legislação ou de adendos”. Sendo assim, que os 80 mil casais gays tenham um bom matrimônio ou se tornem filósofos. Mas, por favor, não me obriguem a considerar essa união bonita esteticamente, ou como uma evolução da família. Aceitação não precisa se transformar em concordância. Ou precisa?
Rosenwal Ferreira é Jornalista e Publicitário
Twitter: @rosenwalf
quinta-feira, 5 de maio de 2011
A hipocrisia movida a gasolina
Segundo o célebre escritor Blake, “sabedoria é vendida no mercado público, aonde ninguém vem comprar; ou no campo estorricado, onde o lavrador ara a terra em vão”. Principalmente em assuntos crônicos, com ênfase nos itens que sufocam o assalariado brasileiro, os sucessivos governos da era democrática agem nos atrasados moldes ditatoriais, na ótica observada pelo escritor citado.
Exemplo clássico é a hipocrisia envolvendo o valor da pior combustível do mundo. Qualquer pessoa de QI positivo é capaz de apontar problemas e soluções capazes de oferecer um fôlego ao cidadão. As ideias muito simples, e precisamente por isso efetivas, se encontram disponíveis nas conversas de feiras livres, nos botequins ou nas salas de aulas,. Ninguém se incomoda em ouvir e implementar o que é necessário.
Estamos moídos de saber que urge uma fiscalização efetiva capaz de impedir a comercialização de gasolina adulterada. Ao invés de refluir, a prática continua acelerando em ritmo de Fórmula Indy. A falcatrua se repete, com a naturalidade de um chá amigável, em todos os governos. Amarga-se a impressão de que interessa aos deuses encastelados em Brasília o livre exercício da maracutaia.
Outro item muito particular, que nos faz sentir como trabalhares escravos a lavrar em campo estorricado, é a balela em torno da autossuficiência em petróleo. Nesse aspecto utiliza-se a técnica de Goebbels, fúnebre ministro de comunicação de Hitler, cujo lema era difundir uma mentira à exaustão até que se transformasse numa verdade digestível às massas ignorantes.
A nossa realidade só permite duas análises. É falsa a informação de que somos independentes na extração do ouro negro ou torturamos brasileiros com altíssimos preços com o sádico prazer de causar sofrimento coletivo. Os analistas confirmam que a teórica autonomia da Petrobrás é um engodo que serve à propósitos eleitoreiros. A independência está a caminho, mas não atracou no porto.
Ainda assim, a maior empresa petrolífera do planeta, entre as cinco mais ricas do globo terrestre, opera em sádica relação com o consumidor. Esgoto de interesses inconfessáveis, desperdiça riquezas nacionais e onera o cidadão. Fosse administrada com foco na satisfação popular, poderia diminuir despesas e contribuir para diminuição de custos nos combustíveis. No entanto, transformou-se num cobiçado feudo de regalos.
O senso comum, a sabedoria de quem paga todas as contas, percebe que a carga de impostos passou do tolerável. Nenhum país do mundo, exceto o Brasil, pune o proprietário de automóvel com um fardo tributário acima de 50%. Tornou-se um confisco medieval. A nação se acovardou. Seria o caso de nos transformarmos em milhões de Tiradentes a nos erguermos contra essa barbárie. Afinal, já estamos na forca cotidiana.
Pois é. Tudo muito simples. Fiscalizar a qualidade do que é vendido, administrar a Petrobrás de forma ética e comercializar no valor justo. Não seria pedir muito se não fosse a miopia da casta que controla os destinos do povão. Mesquinhos e infames. Não faz diferença a que ala pertencem. O negócio deles é enriquecer às custas do sofrimento coletivo. Quando alcançam o poder, todas as siglas se tornam farinha do mesmo saco de imposturas e fingimentos.
Rosenwal Ferreira é Jornalista e Publicitário
Twitter: @rosenwalf
segunda-feira, 2 de maio de 2011
Um desafio para Marconi Perillo
Somente os hipócritas crônicos imaginam uma relação do governo com a imprensa sem as generosas verbas do Estado. Poucas são as nações do planeta em que o dinheiro do contribuinte deixa de jorrar nos diversos meios de comunicação. Existem diferenças importantes que separam o investimento publicitário produtivo da simples moeda de troca que envolve favores inconfessáveis e silêncios criminosos. A mais importante delas é a transparência. O público que paga a conta tem o direito de saber, em detalhes, o que foi aplicado e entender a essência das negociações. Esse é um rito que raramente se cumpre em terras brasileiras.
Outro fator crucial, no respeito ao dinheiro do povo, atrela-se o caráter do que foi divulgado. São inúmeros os bons trabalhos de marketing úteis às comunidades. Além de informações pontuais (interrupção de água, energia, fechamento de ruas etc.), existem campanhas de conscientização nas áreas de saúde, educação, trânsito, coleta de lixo entre outras que, sendo bem elaboradas, podem contribuir até para reduzir as despesas e elevar a qualidade de vida. É triste constatar que raramente, principalmente em Goiás, os projetos atendem essa progressista visão.
Um item de extrema importância é a natureza dos veículos envolvidos nas dotações orçamentárias. Esse tópico é de uma complexidade ímpar e acaba sendo o maior calvário de quem deseja acertar. Não só as pressões dos poderosos são gigantescas, como é difícil estabelecer quais os veículos podem ser excluídos num cobertor sempre curto para atender todos os que clamam. É justamente nesse delicado pântano que ouso um desafio ao governador Marconi Perillo.
Mesmo entre o emaranhado de tabelas de audiência, poder de fogo, artimanhas e múltiplas armadilhas, creio que é possível uma medida simples capaz de incrementar o chamado “propósito estatal do bem comum”. Considerando que o maior cliente no mercado é o governo e que conglomerados enriquecem no baile das verbas públicas, somente aqueles a disponibilizar de graça, via internet, suas informações ao povão podem usufruir da dinheirama aplicada. Simples não? Lógico e justo.
Essa medida justificaria o contrato milionário da publicidade. Seria uma forma de cooperar para incrementar a leitura e oferecer alternativas de informação. Teria impacto negativo nas finanças da empresas. Pode ser. Mas não deixaria de viabilizar um negócio com rentabilidade já comprovada. O Diário da Manhã é uma prova de que isso é possível. Não considero justo, e até considero pouco ético, que os veículos possam sugar dos cofres públicos sem uma contrapartida às massas. Se a ousada proposta se viabilizar, duvido que alguém vai recusar uma fatia do bolo para continuar impedindo acesso gratuito ao cidadão.
É uma ideia tão básica, de uma lógica claríssima, mas de uma ousadia que pode encontrar resistências. Contudo, vale a pena enfrentar os gananciosos que desejam faturar tudo e oferecer apenas migalhas. Que sejam desmascarados. Passou da hora de inverter a equação “venha a nós o vosso reino” e para o Zé Povinho nada.
Rosenwal Ferreira é Jornalista e Publicitário
Twitter: @rosenwalf