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quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Haja óleo de peroba para os Ministros Lewandowski e Toffoli


        Para muitos que acompanham o julgamento do mensalão, o óleo de peroba seria um excelente presente aos Ministros do STF Ricardo Lewandowski e José Antônio Dias Toffoli. Sempre na contra mão de seus pares, e apesar do clamor popular, eles defendem posições que exalam nonsense na maior cara de pau. Forjado nas fogueiras do petismo, Toffoli se deleita oferecendo generosos refrescos jurídicos aos que permitiram que ele fosse ungido na maior corte da nação brasileira. Ao que tudo indica, acha normal proferir palavrões em público e participar de um julgamento histórico que envolve ex- clientes de sua lavra. Honra companheiros que merecem sua gratidão. Parece não existir desconforto em frustrar a nação ou fazer uma nuvem de suspeitas pairar sobre o Supremo Tribunal Federal.
         O Ministro Lewandowski, que usou todas as manhas do ofício para frear o ritmo do julgamento a ponto de irritar os que defendiam a necessidade de acelerar o processo, não se acanha com a gritaria condenando suas atitudes. Foi batizado pelas redes sociais de malandroswkiimpunedowski e outros dowskisimpublicáveis. Mesmo assim, e talvez por isso mesmo, continua firme em suas posições mandando absolver uma casta envolvida no maior escândalo do governo Lula.
           Apesar desse cenário, e da repulsa que seus votos causam entre os que acreditam na culpa e desejam punição, é muito importante que os dois magistrados tenham liberdade para tocar o barco de suas convicções, para onde bem entenderem. O antagonismo deles serve como reforço ao registro da maioria. Oferece, na verdade, até um sabor extra que suas teses sejam massacradas. Ao constatar que eles, no frigir dos ovos, serão vencidos, a novela tem capítulos mais apimentados.
         Ao discordar dos fatos que clamam por justiça, por razões que vão prestar contas apenas à Deus - visto que na Terra se tornaram seres humanos que pairam supremos acima do povão - terminam por contribuir com a democracia. Até o momento, apesar de Toffoli e Lewandowski, tudo indica que, dessa vez, o cardápio não será de pizza. Que delícia...

Rosenwal Ferreira
Jornalista e Publicitário
@RosenwalF - 
rosenwal@rrassessoria.com

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Tortura que afeta os pobres brasileiros


     Erroneamente batizado de gratuito, o horário eleitoral estilo tupiniquim custou 4 bilhões de reais à União nos últimos oito anos. O modelo é uma fanfarra de aberrações que causa espanto. A mais gritante delas é a possibilidade das siglas de aluguel cederam seus espaços a troco de acordos, benesses e sinecuras, lacradas na caixa-preta de podridões políticas inconfessáveis. A enxurrada de propostas que se vomita no colo do eleitor, pouco contribui para o aprimoramento do processo democrático.
     Fiscalizado de forma pífia, e sem possibilidade de efetiva punição futura, o programa permite uma chuva de mentiras sob a batuta de marketeiros eficientes. Boa parte das promessas fica apenas como moldura aos devaneios de palanque. De propósito, visto que a própria classe política é quem faz a legislação, não existem leis capazes de coibir abusos.
    O salseiro é tão confuso que muitos candidatos a vereador, perpetuando ignorânciasdinossáuricas, fazem promessas que só o executivo pode garantir. O circo é tão desrespeitoso que se permite atropelar a língua portuguesa, com erros gramaticais e frases esdrúxulas, oferecendo um péssimo exemplo às crianças e adolescentes. É de se indagar: se estamos pagando por essa farra, não seria o caso de exigir, no mínimo, uma linguagem adequada?
    Os liberais, principalmente os que confundem liberdade democrática com libertinagem a granel, vão dizer que se trata de uma festa que combina todo o estilo de brasileiro. Tudo bem. Dá até para engolir. De fato é isso mesmo. Mas não se trata, por outro lado, da escolha do que existe de melhor para administrar a sociedade? Por que é necessária uma roupagem de tão baixo nível. Não seria melhor estabelecer parâmetros capazes melhorar o aspecto da apresentação dos candidatos?
     Urge discutir um molde que não mais se ajusta ao progresso alcançado pelo eleitor. É bom destacar que sendo obrigatório, nas redes de TV abertas e no rádio, o tal “espetáculo” da democracia acaba sendo uma tortura que atinge os pobres. Isso mesmo. Quem tem o mínimo de recurso se refugia nos canais fechados de TV, procuram locadoras que oferecem os últimos lançamentos de filmes ou aproveitam para curtir cinema, teatro e etc. Amargo azedume de quem não pode onerar o minguado orçamento doméstico.
    No arremate, qualquer iniciativa que possa clarear a mente do eleitor, fazendo-o pensar além da síndrome da manada, não agrada as tais castas dominantes que reinam utilizando o moderno voto do cabresto. Para quem ainda não sabe, são os mesmos elementos que impedem a criação do voto facultativo e os investimentos capazes de qualificar o ensino fundamental. Para eles, a ignorância do povão é uma benção.

Rosenwal Ferreira
Jornalista e Publicitário
@RosenwalF - 
rosenwal@rrassessoria.com

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

A interminável farra em Brasília


     Até o ex-senador Demóstenes Torres, que a meu ver, deveria esconder-se décadas numa moita de mata densa, não resistiu e se entregou ao deleite de cantarolar gostoso ao som de piano, degustando vinhos de safra nobre como se nada tivesse acontecido. Afinal de contas, a farra em Brasília é tão envolvente que não deixa margem para vergonha na cara. Os advogados milionários que defendem o bando envolvido no mensalão divertem-se num cabaré de prazeres de causar inveja. Direito deles, claro. Ninguém se preocupa com nada.
   Experientes e acostumados com os bastidores da corte, sabem que o maior escândalo do lulopetismo vai terminar com uma pizza de receita previsível. Na pior das hipóteses, alguns vão amargar sentenças que azedam o ego e os insere no rol da ficha  suja, mas ninguém amarga cadeia um dia sequer. Devolver o dinheiro que foi sugado dos cofres públicos é uma hipótese mais risível do que escutar Demóstenes cantando Let me try agaín. Ninguém deixa de comer a sobremesa do Piantella imaginando tamanha insensatez.
    Nesse contexto fica uma boa pergunta. Por que ainda estamos felizes com o circo armado em torno do julgamento? Muito simples de responder. Mesmo que as penas sejam brandas ou, na pior hipótese, os interesses bem articulados sejam capazes de inocentar todos os que participaram da traquinagem, ainda resta à satisfação de que gente muito poderosa foi obrigada a se curvar no banco dos réus. Só isso já valeu? Sim, trata-se de um tênue mais significativo avanço.
 Num País que se atola na impunidade risonha e depravada, com os poderosos sempre debochando do contribuinte, acaba sendo um alívio que alguns deles tenham de se explicar ao Supremo Tribunal Federal. Evidentemente ainda existe o sonho, uma esperança quase infantil, que os Minístros, em peso, realizem condenações exemplares que façam tremer corruptos de todos os matizes. Já pensaram a cara de Thomas Bastos, Kakay e outros colegas acompanhando seus constituintes até o fundão de uma cela? Seria o Nirvana.
    Ao escrever este artigo, me vem a mente o fabuloso filme do diretor Costa Gravas, "Z", cujo desfecho, num julgamento histórico, coloca na cadeia uma casta de intocáveis que jamais podiam imaginar que algum juiz se atreveria a condena-los. Até hoje tem gente que se comove e bate palmas ao término da película. É claro que estamos falando de cinema no mais alto refinamento de vender ilusões.
   Na realidade afrolusotupiniquim, me darei por satisfeito se o desfecho final não for do estilo a incentivar uma mega festança com Dirceu, Delúbio, Roberto Jefferson, Cia Ltda e fanfarra de advogados, arregaçando um samba de fazer inveja aos cortejos da Marquês de Sapucaí. Que os vinhos encomendados fiquem para outra ocasião. Amém.

Rosenwal Ferreira
Jornalista e Publicitário
@RosenwalF
rosenwal@rrassessoria.com

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Que Deus é esse?


     Segundo informações do chamado núcleo íntimo do ex-ministro da Justiça Marcio Thomaz Bastos, ele dá um sorriso enigmático todas as vezes que existem artigos, comentários e análises, falando sobre o soberbo apelido dele na qualidade de advogado. Com os cofres abarrotados de dinheiro e rico em conhecimentos jurídicos, o homem é chamado de “God”. Dizem que não o batizaram com o apelido “Deus”, em português mesmo, porque não teria igual refinamento. Que coisa. A mim causa arrepios.
   Já pensaram que ousadia um cidadão aceitar tamanha responsabilidade? Mesmo que ele seja capaz de ressuscitar clientes enterrados na cova rasa de problemas insolúveis, tenha a capacidade, sobre tudo em Brasília, de abrir passagens seguras num mar de problemas, caminhe sobre as águas impedindo clientes de se afogarem e sua palavra ecoe como se fossem trombetas bíblicas, ser considerado Deus me parece ir longe demais.
    Já pensaram o encontro de Thomaz Bastos no tribunal do julgamento divino? Pelas barbas de Lula, e no que temo frente ao criador, ele poderá cair de joelhos comprovando que suas chicanas jurídicas nada valem após a morte. Ou será que ele imagina, assim como muitos de seus pares que valem ouro na terra, que será capaz de torcer fatos, esconder provas e dar uma rasteira no xará?
    Que ilusão acompanha essa turma que não acredita na lei do retorno. Evidente que seus carrões de luxo, suas mansões perfumadas, os jatos sempre disponíveis, os vinhos de safra nobre, os restaurantes cinco estrelas e os mimos de jovens modelos que lhes acompanha nos rega-bofes, oferecem a certeza de que é mentiroso o ditado: “aqui se faz aqui se paga”. O mais certo acreditar, entre risos e farras impublicáveis, é no refrão “aqui se faz aqui se recebe”, de preferência se lixando de onde vêm os milhões que engrossam as contas bancárias.
    Deus! God ! Não importa. O que me assusta é a blasfêmia ao aceitar a designação especial com jeito de que tem um fundo de verdade. Aos que se dedicam, sem escrúpulos ou remorso, a rezar na cartilha de fins que justificam os meios, se mostra importante disseminar ares de infalibilidade. Uma quimera, triste ilusão de almas sofríveis no senso e na essência.
    No arremate, já pensaram o diálogo numa sala envolvendo Lula, Thomaz Bastos, José Dirceu, Maluf, José Sarney e Renan Calheiros? Cada um deles olhando de esguelha puto porque o outro se acha uma divindade?  Até que Lula pode salvar-se considerando que, até hoje, não está convicto se ele ou Hugo Chavez é que representa Deus. Sarney fica rindo de todos sem nenhuma dúvida de que já provou ser o criador. Renam Calheiros e Maluf se fundem na convicção de que o bom é levar até o “todo poderoso” no bico. Algo que dá no mesmo porque  endeusa muita gente. Muitos ficam com inveja dessa renca. Eu fico com dó.
Rosenwal Ferreira
Jornalista e Publicitário
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rosenwal@rrassessoria.com.br

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

O juiz Alderico foi hipnotizado por Andressa?


     O imbróglio Cachoeira leva ares de uma novela bizarra em que o autor se deixou levar por imaginações febris. A cada novo episódio surgem situações à lá Odorico Paraguaçu, folclórico personagem televisivo obcecado por inaugurar um cemitério. No enredo que envolve os juízes federais, as águas são mais turvas do que riachos após uma caudalosa tromba d'água. O primeiro magistrado a pegar nos chifres da lambança saiu com uma quente e duas fervendo, vítima de sentir-se ameaçado pela quadrilha. O substituto alegou impedimento, após admitir  laços um tanto umbilicais com  um dos escudeiros que faz parte da espiral de problemas. Eis que surge para dar continuidade ao dever o airoso  juiz Alderico  Rocha Santos. O diabo é que ele mal se ajustou na cadeira e já surgem nuvens escuras no horizonte.
     O respeitoso magistrado alega que a noiva do crime, esposa prometida e juramentada, o procurou candidamente para um diálogo envolvendo o inferno astral do autoproclamado "leproso jurídico" Carlos Cachoeira. A audiência foi marcada com precisão e rapidez. É de se desconfiar que foi pelos dotes intelectuais da moça visto que, pelas estatísticas, estas intimidades não são tão fáceis assim quando interessados procuram juízes federais. Compreensível, ela era Andressa, musa da CPMI, curvas perfeitas, sorriso de Mona Lisa, olhos a serem desvendados, sempre escondidos com óculos de grife, e lábios de mel. Uma Iracema na selva dos caça-níqueis.
   Certamente percebendo os perigos em ficar muito próximo, sozinho e indefeso, de uma beleza tão irresistível, o nobre magistrado tomou precauções necessárias. Solicitou a uma zelosa funcionária que ficasse ali, de guarda e testemunhando, para evitar mal entendido e Deus nos livre protege-lo das más línguas. Certamente com inveja, colegas de profissão juram que o certo, principalmente  considerando os temperos explosivos de um processo com tamanha repercussão, seria recebê-la na presença  de seus advogados. Mas será que teria graça um encontro tão prestimoso junto com velhotes sebosos incomodados com firulas jurídicas? Bobagem. Trata-se de uma dama em apuros.
   Tudo foi bem no enredo até Andressa insistir em ficar sozinha com Alderico. Ao que consta implorou mostrando lágrimas nos olhos, isso já sem os óculos escuros, desesperada por discutir uma questão muito íntima. Algo tão profundo que seria um mal estar indescritível revelar perto de uma testemunha feminina. Carlinhos Cachoeira não estaria dando no couro? A menstruação atrasou? O contraventor se apaixonou por um colega de cela? Uma curiosidade federal se abateu sobre todas as vísceras do juiz. Ele cedeu. Antes não tivesse feito.
     A sós, a formosa donzela se transfigurou numa fera e sacou de ameaças imprevisíveis. Se Alderico não soltasse o seu  amado, ela transformaria sua reputação em pó, utilizando um dossiê articulado por um jornalista mantido na manga do paletó. O que fez o indignado magistrado? Recuperou parte do bom senso e pediu a incauta donzela para escrever nomes num pedaço de papel. Mistério saber como conseguiu isso.  “Sou meio surdo? Só aceito intimidações por escrito?” Não importa. Ela caiu na armadilha. Aos que procuram saber por que ele não deu  voz de  prisão pela ousadia e infâmia tão escabrosa, só resta uma explicação: mesmo indignado, Alderico ainda estava hipnotizado por Andressa. Por enquanto ela está no sal. Ficou cem mil reais mais pobre e vai amargar um calvário para aprender a não ficar de brincanagem com juízes federais. Eu, que sou besta para mais de metro e meio e não gosto de novelas, estou achando o máximo. Na vida real é uma delícia. Aguardo com ansiedade os próximos capítulos. 
Rosenwal Ferreira
Jornalista e Publicitário
@RosenwalF
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