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quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Socorro! Os bancos estão roubando os clientes.

     O sistema bancário tupiniquim sempre agiu como um semideus, pairando acima das leis que regem as empresas prestadoras de serviço.  A maioria das agências não oferece vagas de estacionamento compatíveis com a clientela,  não disponibilizam banheiros aos clientes e são poucas que respeitam as leis, no tocante a intermináveis filas no caixa. Alguns poderosos do setor utilizam de manobras capazes de lesar o cliente na certeza de impunidade.  É um longo reinado de negociatas lesivas ao consumidor e a única opção era se queixar ao bispo.

    Mas tudo indica que bons ventos sopram no sentido de mudar a nação para melhor.  Numa atitude inédita, o Banco Central vai investigar se bancos cobram tarifas indevidas. Se for para valer será uma operação “mamão com açúcar”. Até o mais ingênuo dos coroinhas é capaz de encontrar vícios e deformidades na arrecadação dos agiotas legalizados. Se quiser um atalho eficiente, basta entrevistar gerentes aposentados que eles vão contar histórias de arrepiar e mostrar o caminho das pedras.

     Está certo o chefe do Departamento de Normas do Banco Central, Sérgio Odilon, quando afirma que “os bancos precisam ser tratados como qualquer outro estabelecimento comercial.” Na gíria antiga: “falou e disse”. Chega de abusos autorizados numa farsa que se perpetua. Todos sabem que os bancos realizam venda casada e, mesmo sendo uma operação proibida, existe apenas um arremedo de proibição.

     Que as ondas do mensalão,  num julgamento histórico capaz de enfiar no xilindró uma casta de influentes, sejam capazes de incentivar ações semelhantes em outras áreas. O sistema bancário é importante, e a nossa estrutura se mostra invejável, mas urgem correções de respeito ao consumidor. Principalmente nos faturamentos arbitrários envolvendo juros escorchantes e tarifas que não se aplica a nenhum país civilizado.

     Ainda resta uma dúvida se é possível enfrentar tubarões acostumados a comprar consciências e distorcer os fatos. Oxalá possa existir algumas duplas de Joaquim Barbosa no Banco Central com o apoio da Presidente Dilma. Aprovação, amparo e aplausos da galera, isso eu garanto existir. Milhões de brasileiros já amargaram algum tipo de sofrimento pisoteado pelos gigantes do sistema bancário. Se chegar a vez deles, chegou tarde.   


Rosenwal Ferreira: Jornalista e Publicitário
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quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Goianos são desrespeitados em shows e eventos


        A ausência do rapper norte-americano Pitbull, que deixou o público a ver navios no último domingo no estacionamento do Shopping Flamboyant, é apenas a ponta de um enorme icebergque congela desrespeito à coletividade goiana. Não é a primeira vez que um evento badalado termina em frustração, confusão generalizada e prejuízos ao consumidor de espetáculos. É muito comum que produtores mal-ajambrados  consigam urdir atrações na base do improviso. Os erros são constantes e a falta de punição adequada permite a repetição dos engodos.
                                                                                                          
       São muitas as táticas surradas para enganar os fãs. Uma delas consiste em agendar espetáculos em cascata, em datas que se atropelam,  obrigando os artistas a realizar apresentações rápidas ou  chegar ao hotel poucos minutos antes do horário compromissado. Não é raro também que bandas e cantores aterrissem  no aeroporto horas depois do horário estipulado no ingresso.

       Infelizmente não existem órgãos de fiscalização capazes de verificar cláusulas necessárias no contrato da prestação do serviço. Um trabalho sério na linha de shows implica que os envolvidos estejam na arena para realizar ensaios e cheguem a cidade muito antes do espetáculo. Caso contrário, torna-se impossível contornar imprevistos e cumprir obrigações de respeito ao público.

     É algo extremamente desagradável constatar que poucos entretenimentos honram horários estipulados. Já participei de atrações que cumpriram rigorosamente o que foi acordado com o espectador em São Paulo e aqui atrasou três horas do que foi determinado no bilhete. Por que essa diferença? Muito simples, o paulistano não aceita desaforo no trato compromissado e o ministério público da terra da garoa é implacável com os transgressores.

   Entendo que é necessário mudar conceitos e exigir atitudes dignas de quem fatura nesse segmento. Inclusive responsabilizando todos os envolvidos. Não basta apenas cobrar obrigação de quem organizou a parada irresponsável. Quem cede o local se compromete a um encargo cruzado. É assim que se corrigiram distorções em várias praças.

     Apenas como desabafo pessoal, é deprimente o valor abusado que ofertamos aos artistas estrangeiros.  Gente como esse tal de Pitbull ou figurinhas carimbadas como Madonna e outros. Chegamos ao cúmulo do servilismo oferecendo, de graça, cortejo de motociclistas e seguranças adicionais para as estrelas estilo USA. Uma bobagem que só alimenta a síndrome nacional de cachorro vira-lata. Toda essa gente aporta no país para faturar os tubos.  Uma desonra gastar dinheiro público para atender seus estrelismos.        
Rosenwal Ferreira: Jornalista e Publicitário
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quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Marialda Valente e os delírios de uma mulher apaixonada.


     Ao escrever um artigo criticando a falta de coerência do político Martiniano Cavalcanti, mal podia imaginar que seria ferozmente atacado, numa babel de calúnias e adjetivações, por uma ex-mulher com paixão crônica incurável. Marialda não se conformou com minhas análises, muito embora as objeções narradas na matéria façam coro com dúvidas do PSOL (partido que Martiniano ocupa um cargo de relevância) que teve a precaução de afastá-lo até que tudo seja esclarecido.  Pela exaltação com que me agrediu, é possível que tenha enviado uma correspondência furibunda ao partido.

    Eu concordo com Marialda quando ela diz que existe no “campo da direita vários intelectuais capazes de debater com Martiniano” e que eu não sou um deles. É verdade. Primeiro que não me considero intelectual.  Embora tenha uma respeitável biblioteca com mais de três mil títulos, doze anos de vida acadêmica e pós graduações em vários países, estou longe da cultura que sempre almejei.

    O mais importante é que não sou de direita, dona Marialda Valente, sou um jornalista direito e direto.  Não invento fatos que nunca existiram.  A senhora afirma que eu passei o réveillon com Carlos Cachoeira em Miami. Quanta imaginação. Se não estivesse tão obcecada em agradar e defender Martiniano, teria algum tempo para saber que Cachoeira me odeia - e até entrou com uma ação contra meu programa de rádio - porque ousei condenar suas práticas criminosas. Pois é! Talvez a senhora tenha me confundido com um de seus ex-maridos ou tenha sonhado uma lua de mel internacional com Martiniano.  Em todo caso, eu a desafio a provar essa lorotagem.

     Quanto ao fato de invejar Martiniano porque ele ajudou a levantar o ibope da rádio K. Entendo sua ilusão porque o amor é lindo e a emoção levada a alto grau de intensidade faz obscurecer a razão. O que deu visibilidade à emissora foi justamente o confronto de idéias entre eu e Martiniano. Tanto que eu continuei minha carreira e sou muito bem pago para atuar no rádio. Eu não vou entrar em detalhes sobre a contribuição de Martiniano para a derrocada da emissora porque isso daria um livro.

    Concordo que Martiniano seja um homem de princípios ideológicos. Ele é respeitado por isso e meu questionamento foi pontual.  Meu texto, embora em tom de censura, não o adjetiva de forma grosseira. Não teve achincalhe ou se prestou a uma tocaia. Foi a senhora que enxergou tudo isso porque viu o objeto de sua paixão ser questionado. È um fato notável que Martiniano não tenha um cargo público.  Esse privilégio ficou todo por sua conta que se lambuza na empreitada.

      Não aprovo, mas entendo que seu destempero foi compreensível. Eu também desopilo ódio e me transformo numa besta-fera quanto falam qualquer coisa negativa de meus filhos ou de minha esposa.  Eu não sabia que reprovar seu ex-marido iria lhe doer tanto. Afinal não é tão comum. No arremate, muito obrigado por escolher o título “Contra Rosenwal” para encabeçar sua xingação. No dia que pessoas de sua índole estiverem a meu favor, deixo de atuar como jornalista profissional.

Rosenwal Ferreira: Jornalista e Publicitário
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quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Até tu Martiniano Cavalcanti?


     Orador de verbo fácil e língua ferina,  Martiniano Cavalcanti nunca perdoou qualquer deslize dos adversários políticos, principalmente dos que não rezam na cartilha da esquerda radical. Suas frases de efeito, carregadas de ódio indisfarçável, desopilam críticas ácidas ao capitalismo, à burguesia e ao lucro em detrimento da classe trabalhadora.   Ele vociferou anos a fio contra a falta de ética, condenando acordos espúrios e jogadas em que os fins justificam os meios.  Batia no peito dando ares de quem pairava acima da mediocridade geral. Até quem nunca aprovou seu radicalismo, entre os quais eu me incluo, admirava seu caráter.

      Assim como o ex-Senador Demóstenes Torres, uma espécie de reverso da medalha de Martiniano,  o representante do PSOL despenca das alturas de um pedestal.  Cavalcanti, quem diria, foi sugado pelo esgoto de Carlinhos Cachoeira. Seu nome aparece envolvido num cipoal de dúvidas que se enroscam num empréstimo de duzentos mil reais.  Candidamente, Martiniano alega que recorreu ao bicheiro para salvar interesses pessoais e que viu nele apenas um agiota disponível.

     Teoria difícil de engolir e todos os cenários comprometem o bom juízo do exigente Martiniano. Convenhamos, as empresas sérias, bem estruturadas e com refinado senso ético, não recorrem a agiotas de plantão para resolver seus problemas de caixa. Elas se dignam a mecanismos capazes de oferecer auxílio nos padrões orientados pela legislação.  Ao recorrer ao submundo dos negócios, Martiniano negou princípios que apregoava aos quatros ventos.

    Não duvido que seja capaz de culpar a saga capitalista, o FMI, a CIA. Imputando seus erros empresariais a forças ocultas controladas pelos Estados Unidos. É uma retórica que lhe cai como uma luva. Infelizmente, os fatos demonstram, com uma clareza incontestável, que havia algo de podre no reino do engenheiro Martiniano Cavalcanti. Seus negócios entraram em parafuso e ele foi justamente cair no colo do mais badalado chefão do cerrado.

    Dizer que ele foi ingênuo seria uma ofensa imperdoável. Martiniano sempre foi bem informado e sabe como poucos das engrenagens que movem os corredores do poder.  Tinha noção, e até já havia alertado sobre isso, que o esquema de Cachoeira se erguia nas visíveis influências do cerrado. Mesmo assim, Martiniano Cavalcanti foi mais um a beber na fonte que jorra recursos dos caça-níqueis. Provando, na hora do aperto econômico, que para certos indivíduos os fins justificam os meios. Sejam eles de partidos de centro, do meio, da beirada ou da esquerda do espectro político. Uma pena.  Cheguei a alimentar respeito pelo implacável debatedor Martiniano.
  
Rosenwal Ferreira: Jornalista e Publicitário
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