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quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Lula e o fim da democracia

O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva está perto de atingir o nível de concordância tão criticado por Nelson Rodrigues. Segundo consta, o famoso dramaturgo brasileiro afirmou que toda unanimidade é burra. Segundo os institutos de pesquisa, o soberano do planalto tem a aprovação de 80% dos eleitores do país. Esse índice tem se transformado num perigo para a democracia conquistada a passos lentos.

Os 20% que se atrevem a discordar do chefe da nação estão acuados. Criticar suas ações, por mais esdrúxulas que sejam, se transformou numa espécie de heresia tupiniquim. O endeusamento chegou aos ossos da bajulação inconsequente. Percebendo que sentou no trono que paira acima do bem e do mal, sua excelência aproveita para destruir qualquer estilo de oposição. Ele se agita num duelo com graves consequências à liberdade no cone sul.

Ao generalizar críticas ao papel da imprensa, por exemplo, diminui a importância da liberdade de informação e joga uma espécie de antivírus à graves denúncias que brotam nas vísceras do poder. Retira da sociedade, à priori, o necessário vigor para combater a corrupção no uso do dinheiro público.

A estratégia eleitoral que utiliza é um câncer a corroer o espírito republicano. Lula se alia a torto e a direito aplicando abertamente o estilo de fins que justificam os meios. Os parceiros que podem consolidar a vitória de sua candidata, Dilma Rousseff, são aceitos sem nenhum prurido moral. A base do futuro governo se alicerça com o que existe de pior no país.

Essa ausência de escrúpulos, embalando em berço de ouro oligarquias como a de José Sarney no Maranhão, vai aglutinar uma democracia capenga. Uma nação justa e equilibrada não se firma apenas em aspectos econômicos.

Não é possível que o modelo pão e circo seja capaz de atender todos os anseios. Se o povão, com sua reconhecida falta de informação e preparo, se lixa com a ética, a minoria esclarecida tem a obrigação de exigir respeito.

Os hipócritas de plantão, na babel de oportunistas que se grudam ao lulismo delirante, fingem que não enxergam os perigos do populismo exagerado. Muito cedo esses bajuladores de ocasião vão perceber o quanto estão errados. Ao se despedirem de sua identidade pessoal, angariando votos no cabresto do chefe, provam ausência de personalidade.

Quanta burrice ignorar o fracasso histórico dos redentores capazes de manipular e embriagar as massas populares. O peronismo, hitlerismo, stalinismo e outros “ismos” mundiais destruíram raízes democráticas. Se ilude quem acha que o lulismo é diferente.

Rosenwal Ferreira é Jornalista e Publicitário.

Um comentário:

  1. Me desculpe pela bajulaçao, mas eu sou sua fã.
    Muito obrigada por suas opiniões tão abalizadas e que abrem os olhos de quem as escuta.

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