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quarta-feira, 27 de abril de 2011

Quando perder é ganhar. Honras a Ovídio Martins


O doutor Ovídio Martins evoca as boas qualidades da advocacia de Goiás. Ele navega com raro talento nas águas turbulentas que exigem extraordinário saber jurídico. Homem de temperamento franco, amante de bons vinhos, extremamente dedicado à família e fiel aos amigos, mantém a fama de ser um aliado valoroso e um adversário a ser cautelosamente evitado. É admirado por jogar duro. Porém, com estratégias justas e limpas. Não foi por mero acaso que foi apontado pelo Conselho Federal da OAB, numa lista sêxtupla, para ocupar o cargo de Ministro do Superior Tribunal de Justiça.

A indicação é notável em todos os sentidos. Basta constatar os milhares de profissionais que existem em todos os Estados da Federação e a restrita representatividade de nosso estado no contexto nacional. Ser considerado um dos seis mais importantes, num julgamento dos próprios colegas, já merece uma boa rodada de champanhe. Nem é preciso ser do ramo para imaginar o nível de interesses numa jogada de pôquer com aposta tão preciosa.

Refinado no trato e habilidoso nas ações que provam talento, o veterano Ovídio Martins impressionou todos os interlocutores envolvidos na importante decisão. Nos bastidores em Brasília havia um clima favorável a sua confirmação no cargo. Quando ele se firmou na lista tríplice, no apertado funil que termina na mesa presidencial, experientes membros da OAB tinham poucas dúvidas de que ele seria escolhido. Na base da competência, garantiam eles, Ovídio Martins seria o ideal.

Infelizmente as indicações palacianas não funcionam apenas na base da lógica ou nos alicerces da habilidade e sabedoria. Existem as armadilhas da política e os bueiros que canalizam enxurradas de todos os matizes. Segundo informações confiáveis, a pedra no caminho foi a indicação da advogada Delaide Alves Miranda, esposa do conhecido militante esquerdista Aldo Arantes, para o alto escalão do Tribunal Superior do Trabalho.

Inquestionável o mérito dela e a importância do cargo para a advocacia de Goiás. Entretanto, no frigir dos ovos, dois representantes do cerrado eram demais para a turma do contra digerir. Resultado: a nomeação de Ovídio Martins se inviabilizou. Não tenho dúvidas de que ele perdeu ganhando. Mostrou-se digno da profissão, comprovando o que seus admiradores já sabem: ocupando ou não um cargo nos tribunais superiores, destaca-se como um sumo exemplo de altivez. Parabéns ao Dr.Ovídio Martins.


Rosenwal Ferreira

Jornalista e Publicitário

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Covardia das autoridades goianas contra passageiros do aeroporto

Chamar o entreposto aéreo da capital de Aeroporto Internacional é uma chacota de mau gosto. Quem tem um mínimo de respeito pelos santos devia elaborar um manifesto exigindo a retirada do nome Santa Genoveva. É fato que ao levantar vôo ou aterrissar nas improvisadas estruturas oferecidas é um ato de fé, capaz de invocar elementos sagrados de todos os credos religiosos. A frase que mais se escuta entre os passageiros é o famoso “Deus nos acuda”. Considerando que até hoje não aconteceu uma tragédia no local, o Mestre do Universo achou por bem atender às nossas preces.

Pois bem, tirando fora a parte espiritual como única a nos dar algum alívio, resta analisar o porquê das autoridades goianas contribuirem com doses extras de covardia aos que não possuem outra alternativa nas viagens de avião. A Prefeitura de Goiânia, por exemplo, na perversa contribuição da Agência Municipal de Trânsito (AMT), envia agentes para multar os pais de família nas imediações.

Até os urubus que sondam as redondezas sabem que o quadrilátero não oferece vagas capazes de atender a demanda. Infligir punições aos motoristas é uma covardia desnecessária. O certo é colaborar com direcionamento e orientações sem onerar o bolso do contribuinte. Afinal de contas, a culpa pela indecência a céu aberto é de quem não tomou providências para construir o que se faz necessário.

Na essência do bom senso, as autoridades não possuem moral alguma para aplicar castigo nas ruas que circundam o local. Que opções se oferece às famílias viajantes? Nada é ofertado. Será que ninguém percebe o absurdo nas ações punitivas naquela área? Não estamos sugerindo que se deixe instalar o caos. Mas que se ofereça auxílio considerando as limitações que os próprios órgãos do governo infligiram à população que pagar a mais alta, injusta e mal aplicada carga tributária do planeta.

E não é apenas o Paço Municipal que se ajeita na violência cotidiana contra os indefesos. O Estado bem que podia fiscalizar evitando abusos nos preços oferecidos aos turistas, exigindo um mínimo de higiene nas lanchonetes. Como ali é uma espécie de “terra do nem”, é possível que se afirme que as regras de controle fiquem no limbo entre as lides federais e estaduais. Na dúvida ninguém faz nada?

O problema do aeroporto não se atola apenas nas precárias estruturas. É uma questão de vontade política e de um fenomenal descaso. Se tivessem criatividade poderiam até erguer tendas improvisadas, alugar terrenos baldios e oferecer deslocamento alternativo. Existem muitas soluções criativas que nunca foram examinadas. Justamente porque não existe respeito.

Essa pocilga, que se arrasta por décadas, é o retrato da classe política que nos domina. Gente ordinária que chega e sai pela porta dos fundos, ignorando o calvário de quem precisa se deslocar de uma região a outra. São todos culpados. Na arrogância ainda justificam escarmentar o nosso cotidiano. Resta-nos um alívio. Uma dose de satisfação interessante. Ao amargar o inferno na terra por conta de seus desmandos, estou certo que o inferno os espera na reta final.


Rosenwal Ferreira é Jornalista e Publicitário

Twitter: @rosenwalf

quarta-feira, 20 de abril de 2011

O Secretário de Segurança Pública João Furtado Neto está se derretendo no cargo

A despeito de seu reconhecido senso ético e de sua vida profissional recheada de elogios, o Secretário de Segurança Pública de Goiás. Dr. João Furtado Neto corre um sério risco de se derreter como sorvete abandonados fora do freezer. As razões se atolam em diversos matizes. Todos eles muitos sérios para serem ignorados. Ninguém esperava que ele, um iniciante nas dificuldades do cargo, pudesse resolver em curto prazo os problemas que se agigantam, claro. Mas é inaceitável que sequer tenha conseguido manter os padrões de controle de criminalidade alcançados na última gestão.

Os dados comprovam que os primeiros 100 dias foram um desastre. Em todos os segmentos houve um brutal acréscimo na onda de banditismo explícito. Na área de furto e roubo de veículos, o incremento chegou a preocupar as empresas de seguros, deixando a população em polvorosa. Em todos os bairros proliferam reclamações acima da normalidade. Os traficantes estão em festa, numa ousadia que assusta até veteranos que atuam na polícia.

O sinal passou de amarelo a vermelho entre comerciantes, proprietários de residências, transportadores de valores e shopping centers. Os únicos que estão satisfeitos no momento são os donos de empresas de segurança, cuja demanda chegou a triplicar. Um especialista da área, sob a promessa de que seu nome fosse mantido em segredo, nos mostrou números sigilosos capazes de apavorar. Os dados comprovam que a situação é pior do que se imagina. Motivo: crimes menores não estão sendo registrados pelas vítimas.

Enquanto isso, o Secretário gasta energia nas redes de comunicação social (Twitter etc.) dando recadinhos e puxões de orelha na corporação policial. Mesmo com a melhor das intenções, ele usa termos juvenis e desabafa ameaças que o cargo não comporta. Os jornais publicaram frases imputadas a ele, cujo teor não foi desmentido, de uma puerilidade ímpar.

Um homem com sua responsabilidade não pode sair dizendo, por exemplo, que sabe quem está emperrando o trabalho e que tem nomes dos envolvidos numa possível operação de retrocesso. Tendo informações seguras, uma autoridade toma providências enérgicas, documenta ações com auxílio da lei e não desperdiça conversa. Se existem nomes, que eles sejam identificados de imediato numa consequência que passe segurança à população. Do contrário, só alimenta tricas e futricas improdutivas.

Hipocrisia à parte, e não na base de enfrentar os problemas de frente sem fingir que eles não existem, o momento é gravíssimo porque a corporação policial está desmotivada. Não adianta imaginar que se trata apenas de uma insatisfação salarial ou de um movimento injusto. Quem possui um mínimo de informação, e não anda com peneiras tapando o sol do cerrado, sabe que os motivos possuem raízes numa quizila que requer doses extras de diplomacia e conhecimento de como funciona o espírito da corporação militar.

Não duvido das boas intenções do Dr. João Furtado Neto. Contudo, ouso afirmar que se ele não recorrer a especialistas, vai se derreter no cargo com sérios prejuízos à sociedade. A tática utilizada até o momento só fez aumentar o azedume dos profissionais envolvidos no combate à criminalidade. Estou convicto dessa análise, fruto de entrevistas com dezenas de policiais – civis e militares – que amam o que fazem e temem pelos destinos da comunidade. Sei que o governador Marconi Perillo está exigindo resultados e já está impaciente. Tem razões para isso. Urge que o Secretário mude de estratégia.


Rosenwal Ferreira é Jornalista e Publicitário

Twitter: @rosenwalf


segunda-feira, 18 de abril de 2011

Luiz Carlos Orro e a bomba relógio

Sob a batuta de Luiz Carlos Orro, a Secretaria Municipal de Esportes e Lazer (SECMEL) protagoniza uma enferrujada farsa que compromete a imagem pública na administração do ético Paulo Garcia. O pior é que o próprio secretário faz questão de registrar, via internet, sua obtusa visão de como lidar com o dinheiro do contribuinte.

Numa pérola que deve ser preservada para os arquivos da história, ele postou no twitter, no dia cinco de abril deste ano, a realização de uma reunião do corpo diretor do órgão para o planejamento de 2011. Isso mesmo leitores. Não se trata da organização para 2012. Pode uma aberração dessas? Será que ninguém contou aos competentes do Partido Comunista do Brasil que o bom planejamento é realizado, no mínimo, no ano anterior?

Até o mais inocente dos coroinhas sabe que uma agenda realizada após quase um terço do ano perdido é certeza de um semestre de retrocesso. Primeiro que nenhum gênio elabora projetos, principalmente nas esferas do poder público, para implantação imediata. Segundos que os atuais membros da pasta não possuem a menor ideia sobre o caminho das pedras. Os arranjos tiveram como visão estreita apenas acomodar membros do partido e garantir a sobrevivência de uma das mais corroídas siglas de aluguel na estrutura política do país.

Orro exigiu emplacar quatro novos diretores do PCdoB e pelo menos um deles, o Diretor de Esportes, já sopra no trombone sua candidatura a vereador. Para ajeitar o ninho dos que não conseguem viver sem mamar nas tetas dos cofres públicos, criou uma novíssima Diretoria de Eventos, cujas atribuições são as mesmas da Diretoria de Lazer. O sócio iniciante teve que se filiar ao partidão. Bem feito. Tornou-se cúmplice de uma teia que, cedo ou tarde, vai se desmanchar vítima de investigações que vão comprovar prejuízos ao erário.

Nos bastidores sabe-se que Euler Ivo, justo ele com um curriculum de deformações esdrúxulas, é uma espécie de mentor que controla uma locomotiva fora dos trilhos. É assim que segue a rotina da SECMEL atrelada ao PCdoB. As bases são falsas com promessas de recursos que não vão acontecer e má gestão do que já existe para tocar uma pasta tão crucial para os destinos da comunidade. Qualquer pessoa bem informada sabe que não existem verbas no Ministério do Esporte e que a pretensa influência dos amigos de Luiz sobre a presidente Dilma é um delírio.

Se o erro de do Secretário fosse apenas o de não conhecer regras básicas de planificação e fazer de tudo para embalar no mesmo berço, com direito a mamadeira, o maior número possível de finórios que jamais conseguiriam salários razoáveis na iniciativa privada, até que estava bom. Essa é uma prática comum no ralo das inutilidades da politiquice brasileira. O nó sensível são práticas ainda mais condenáveis.

Extenso relatório que estou analisando, para não cometer injustiças e contribuir efetivamente com o Ministério Público, implica em atos de improbidades inaceitáveis até para o flexível termômetro da corrupção brasileira. Se os documentos tiverem autenticidade comprovada, estou certo que o prefeito tomará providências imediatas. Na sequência muitos terão que dar satisfações às autoridades.

Mesmo que o dossiê não tenha a legitimidade, que me parece clara, o foco errôneo do secretário, diariamente incomodado em untar os umbigos de um partido que não tem votos, já seria um bom motivo para o Dr. Paulo Garcia colocar as barbas de molho. Não acredito que ele considere normal o atraso de três meses para um gerente dizer o que vai realizar, num contexto de embate eleitoral já em curso. Mas como Luiz Carlos Orro é uma indigesta herança do antecessor Íris, não dá para expelir ele e toda sua trupe num arroto. É necessária uma dose extra de bílis. Sendo médico ajuda? Pior que não.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Lá vem o Sarney e Cia. Ltda. Subindo a ladeira

Na esteira do maluco que assassinou crianças no Rio de Janeiro, surgem outras mentes doentias dispostas a tirar proveito da tragédia. São inúmeros os parlamentares, em diversos estados da federação, a estocar leis dispostas a exigir detector de metais nas escolas brasileiras. Uma bobagem que só engrossaria o caldo da corrupção no momento de comprar as engenhocas. Todos nós sabemos que não teriam técnicos suficientes para dar a manutenção adequada e, em poucos meses, a caríssima geringonça se transformaria em cabide de vassouras ou coisa parecida.

Outro besteirol que se ajeita nos bastidores tem o aval de José Sarney. Justo ele que, na forma indireta de suas estripulias, contribuiu para a morte de centenas de crianças. Ele não puxou o gatilho de um 38 cano longo, claro. Não é seu estilo. Porém, sugou os cofres públicos tirando verbas preciosas de hospitais, merendas escolares, segurança pública e outro benefícios capazes de salvar vidas. Quem duvida dessa informação basta checar detalhes no livro “Honráveis Bandidos” do escritor Palmério Dória. Voltando a ideia de Sarney, ele pretende retornar com o plebiscito do desarmamento.

Oportunista diplomado, o capo di tutti i capi do Maranhão só pretende jogar para a plateia. Ele sabe que, no caso em questão, culpar as armas é o mesmo que tirar todos os automóveis de circulação para eliminar acidentes de trânsito. Num país em que o banditismo se arma até os dentes, impedir que o cidadão possa manter uma arma, de forma legítima, para defender o seu lar é um contrassenso. A nação já opinou a esse respeito.

Para defender sua teoria, em momento de profundo pesar e com as emoções da nação à flor da pele, José de todas as manobras cita Rui Barbosa: “Só quem não muda são as pedras ou do bem para o mal ou do mal para pior”. O Águia de Haia não conheceu José Sarney e não era tão versado em pedras. Até a natureza das rochas se modifica com a lapidação, com a erosão das águas e com o espectro da luz. José Sarney, esse sim, não modifica nunca.

O homem se eterniza na politiquice improdutiva. Ao invés de aproveitar a catarse coletiva, para tentar impor uma proibição bem a estilo dos ditadores, devia gastar suas energias modificando as velhas práticas políticas que destroem a nação. Essas que corroem o dinheiro de contribuinte. Por que não restringir o fórum privilegiado dos parlamentares apenas ao exercício das atividades inerentes ao parlamento? Que tal José Sarney propor uma correção constitucional validando a Lei da Ficha Limpa ao pleito de 2010? Milhões de brasileiros iriam aderir a essa iniciativa. Mas isso nem pensar.

O bom mesmo é pegar carona numa insanidade para diminuir ainda mais a força da população. Que culpa dos Sarneys e Cia. Ltda. já está à mercê das quadrilhas. Mas o chefão pouco se lixa. Ele mantém seguranças particulares e paira acima do pai de família comum. É um semideus na terra dos impostos injustos e das tragédias cotidianas. Só rezando.

Rosenwal Ferreira é Jornalista e Publicitário

Twitter: @rosenwalf

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Ação de vereadores dignifica a Câmara Municipal de Goiânia.

Num raro momento de lucidez, uma ação acima dos partidos e das picuinhas, os vereadores de Goiânia aprovaram uma legislação que pode salvar o pouco que resta do cinturão verde que protege a capital, mais especificamente no quadrilátero do Rio Meia Ponte próximo à Universidade Federal. Foi uma vitória dos ecologistas contra a especulação imobiliária violenta e irresponsável.

Em linhas gerais, o projeto de lei especifica terrenos com metragem mínima de dois mil e quinhentos metros quadrados, numa região em que o frágil lençol freático não suportaria o tranco de loteamentos com alta densidade populacional. Muito embora a legislação ainda tenha que ser votada em segundo turno e levar a chancela do prefeito Paulo Garcia, foi uma magnífica demonstração de coragem republicana.

Os ambientalistas que acompanharam a longa tramitação da proposta, cuja luta ultrapassa décadas, sabem o quanto foi difícil chegar a esse ponto tão promissor. A Associação Verdivale, criada sem fins lucrativos para defender a região, é testemunha das pressões realizadas nos bastidores. Alguns vereadores ouviram promessas de retaliação, outros recusaram a oferta de mimos impublicáveis, mas todos, sem exceção, entenderam a gravidade que envolvia ceder aos barões do lucro fácil.

Em frutífera reunião, com testemunho de vários cidadãos, o prefeito Paulo Garcia se comprometeu a sancionar a lei e atender os anseios da população que se envolveu na demanda. Parece algo fácil na essência de um estado cujo manancial de água potável está gravemente comprometido, contudo não foi. Poderosos de plantão – incluindo nesse rol até um pastor influente e ganancioso – adquiriram glebas na região e já estavam comemorando lucros exorbitantes.

Eles ainda não desistiram. Acreditam que podem barrar o certo e impor seu estilo com destruição garantida e enriquecimento à custa da degradação do meio ambiente. Dessa vez vão perder. Nada adianta a utilização criminosa de atores globais ou de inescrupulosos que vendem a mãe e a entregam numa bandeja. A comunidade está atenta e sabe dos efeitos danosos do ato de recuar.

Parabéns, vereadores! Não é todo o dia que a turma do bem vence os que enriqueceram destruindo a qualidade de vida da capital. Os senhores dignificaram o cargo e demonstraram respeito à Câmara Municipal. Isso certamente se refletirá nos votos das eleições que se aproximam.

Rosenwal Ferreira é Jornalista e Publicitário

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quarta-feira, 6 de abril de 2011

A política criminosa de Fábio Tokarski e Cia Ltda.

O vereador Fábio Tokarski (PC do B) é um comunista típico. Sempre disposto a sugar o máximo dos cofres públicos, lida mal com legítima democracia, nutre ódio pela alternância no poder e reserva aos adversários uma inimaginável tulha de jogadas sórdidas. Sua maior proeza nas eleições para governador foi divulgar (via internet) pesquisas falsas, desmoralizadas pela verdade nas urnas. Atualmente ele se dedica para manter uma corriola de seu partido nanico – uma sigla sem votos que se afoga com um único representante – com o maior número possível de sambexugas na Secretaria de Esporte e Lazer da Prefeitura de Goiânia.

Como se não bastasse esse estilo digno de repulsa, segundo informações publicadas na coluna Fio Direto do Diário da Manhã, ele se juntou a um grupelho para realizar uma façanha cuja sordidez faz corar até os comunistas mais raivosos. Em sinistra comitiva, compareceram em Brasília Kid Neto (PMDB), Valdi Camarcio (PT) e Francisco Gedda (PTN) tendo o ruidoso Fábio Tokarski na qualidade de guru, pedindo ao Governo Federal que “trave” repasse de recursos ao Estado.

O jornalista José Barbacena confirma que essa solicitação política criminosa existiu. Portanto, confio nessa informação de fonte irreprovável que publicou e assinou a denúncia. Trata-se de um verdadeiro acinte ao povo goiano. Como é possível conceber que pessoas de alto nível cultural, que entendem as dificuldades que afetam a população, exijam tamanho absurdo? Inviabilizar a gestão de Marconi Perillo, sabendo da correlação de dependência com o Palácio do Planalto, é um ato que lesa milhões de eleitores goianos. Gente que não tem nada a ver com as picuinhas dos que almejam o poder a qualquer custo.

Isso não é fazer política. É uma manifestação grosseira, retrógrada e desumana de fazer oposição. Estou convicto de que a presidente Dilma Rousseff, assim como seus ministros, não vai aceitar essa imundice. Dos citados no grotesco episódio o único que retornou minha ligação foi o Deputado Francisco Gedda. Ele afirma que, nos momentos em que esteve presente, tal pedido não aconteceu. Esclarece que algumas reuniões foram mais fechadas e não concorda com a radicalização que paira em algumas esferas adversárias.

Por falar em extremismo exótico, ninguém sabe explicar o que fazia o vereador Fábio Tokarski – frustrado na intenção de ser deputado – na liderança de representantes da casa legislativa de Goiás, reunindo-se com ministros em Brasília.

Como o lúgubre teor das conversas vazou para a imprensa, e a repercussão é negativa na essência, é possível que os envolvidos se apressem em desmentir. De qualquer forma, o prefeito Paulo Garcia tem mais razões para se preocupar. Além de concorrentes robustos a enfrentar no próximo pleito, tem que lidar com os aloprados do cerrado. Eles não possuem votos e são pródigos em ser inimigos de si próprios.

Rosenwal Ferreira é Jornalista e Publicitário

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segunda-feira, 4 de abril de 2011

O polêmico Pablo Kossa

Como diria o saudoso ator Paulo Gracindo, na pele do impagável Odorico Paraguaçu, o jornalista Pablo Kossa é um “polemista militante”. Irreverente até no visual, o colega está sempre na trincheira do pelotão que pode ser chamado de contracultura. Considero suas controvérsias tão importantes que até já o convidei para fazer parte de minha seleta turma de debatedores no Jornal da Sucesso, na 98,3 FM. Fato que confirma meu respeito, mesmo discordando de boa parte de suas colocações.

As línguas ferinas dizem que ele adota posições que atacam francamente a classe média, chamando-a de “egoísta e circunspecta em seu mundinho”, porque mantém um confortável emprego no Incra e, sendo assim, não está sujeito aos contratempos, marolas e tsunamis que afetam os assalariados da iniciativa privada. Não é verdade. Kossa seria contestador mesmo sem um contracheque garantido pelo contribuinte. Nasceu assim. Tenho dúvidas se ele seria um profissional declaradamente da esquerda. Os que defendem modelos socialistas à la Hugo Chavez não se ajeitam muito bem sem as tetas do Estado. Uma característica que não desabona os que trabalham; o que me parece ser o caso dele.

No dia 01 de março de 2011, no auge de minhas denúncias contra o que considerei abusos da AMT, fui surpreendido com um de seus bons artigos sob o título “O polêmico trânsito de Goiânia”, no qual ficou muito claro que se tratava de uma resposta à minha bateria de contestações ao órgão. Educado no trato pessoal, ele apenas deixou de colocar o meu nome. Algumas de suas observações eu digeri acatando as alfinetadas como dignas de crédito, mantendo verdades que não contesto.

Ele afirmou, por exemplo, que a receita para melhorar o trânsito da capital era “deixar mais caro, mais difícil e demorado para quem anda no transporte individual (aquele egoísta, poluidor e antissocial)”. Sou tudo isso e assumo. No Brasil, jamais deixaria meu turbinado em casa para usar o transporte público. Muito embora Pablo assevere no texto “nunca pautei minha atividade jornalística para ser o queridinho”, acho que jogou para a plateia, pois ele usa um veículo particular para sua locomoção diária. Mea culpa?

O que me incomodou – fiquei coçando na espera de uma resposta com respaldo incontestável – foi a asserção: “essas reclamações me soam mais como esperneio de infratores contumazes do que críticas ao mau trabalho dos agentes”. E ainda arrematou: “todas as vezes que fui multado, eu realmente estava errado”. Não duvido. A alegação dá ares de que dezenas de leitores, inclusive o competente escritor e jornalista Luiz de Aquino, estavam automaticamente em falso juízo a narrar seus calvários arcando multas com juras de serem injustas.

Como o amigo – espero que continue sendo depois desse desabafo no campo das ideias – usou argumentos típicos de quem atua na AMT (multa-se pouco em Goiânia, o motorista chia demais porque está sempre errado, etc.), me pareceu que ele teve influência de um debatedor, funcionário graduado do órgão, dileto companheiro no programa de rádio na Interativa FM. Bom, coleguismo faz parte.

Pois bem, nada como a história para garantir uma resposta oportuna. Recentemente a Rede Globo, no Bom Dia Brasil de 25/03/2011, mostrou dois casos de motoristas, com placas de cidades no interior do Paraná, que receberam multas de Goiás por transitarem em suas motocicletas... Sem usar cintos de segurança. Ambos juram nunca ter acelerado em terras do cerrado. Contudo, confirmam o seguinte: jamais usaram cintos de segurança ao dirigir suas motos.

Sabe o que vou fazer, camarada Pablo Kossa? Vou dirigir meu carro usando capacete. Vai que o Estado, tão justo e acima das críticas da famigerada classe média, dê na telha de me aplicar uma pena por trafegar sem o uso de capacetes? Vou perder... Não teria cara para dizer que estão mentindo. Que polêmica! Essa até o Pablo vai se “kossar” para explicar.

Rosenwal Ferreira é Jornalista e Publicitário

Twitter: @rosenwalf