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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Fragmentos do amor

          Neste carnaval versão 2012 não foi diferente, milhares de foliões se envolveram em beijos ardentes, abraços de tirar o fôlego, corpos abrasadores se esfregaram em frenesi, em um festival de sexo que fez arder cenas divulgadas em todo o planeta. O governo colaborou distribuindo preservativos e foram poucos que saíram da folia sem registrar um bom amasso. Milhões de brasileiros deram um bom exemplo do que significa amor caliente ao Sul do Equador? Menos, bem menos do que isso. O problema que nos aflige é justamente este. Estamos confundindo tesão carnal com sentimentos puros de carinho e afetuosidade. Não somos hipócritas ao ponto de não reconhecer que um rala e rola de putaria pode até levar a relações conjugais produtivas. Mas trata-se de exceção e não regra.

          Note-se que estamos no limite de festanças coletivas com frenesi que parece substituir os encontros amorosos que levam ao um equilíbrio de relações. O namoro praticamente não existe mais. O esfrega e traça das festas a fantasia, dos bailes open bar, das loucuras funk e de mil e outras orgias de encontros relâmpagos substituíram relações que antes evoluíam no estilo vagaroso, cotidiano e equilibrado. Resultado: mil e uma relações de gozo fantástico e escassa solidez interpessoal.

          Essa correlação, embora repleta de prazeres radiantes, deixa uma vazio que não se completa. Fácil e instantâneo, como se fosse uma espécie de forno de microondas das relações humanas intensas, requer uma reposição imediata. Gera um vácuo que grita sem emitir som, clama sonhos sem estar dormindo, torna-se uma operação sem anestesia. Por essas e outras é que, hoje, muitos se refugiam em drogas que afagam, em químicas que enganam carências no túmulo dos desesperados.

          Amor, é preciso relembrar, envolve uma capacidade de sentir que vai além dos desbundes que incendeiam as passarelas do samba. É uma chama que nos envolve no doce embalo de desejar o bem da pessoa amada na base do sacrifício mútuo, com o dom de ceder na medida certa, aceitando diferenças, contribuindo para o crescimento sem egoísmo. Torna-se importante na medida em que aceitamos as divergências sem mágoas, deixando de alimentar ressentimentos. Enche-se em um mar de apoio estrutural capaz de vencer enfermidades, superar obstáculos, buscar soluções e vencer barreiras. O amor não mata, não desopila ódio, não vocifera rancor. Quanto ao sexo? É bom demais. Faz parte do amor. Mas sozinho, se agita como uma fogueira que não resiste aos chuviscos da madrugada. Divagações no arremedo de um poeta saudosista? Pior que não! Oxalá pudéssemos substituir um valor tão importante, quanto se torna escasso, pelas facilidades do rei momo, das micaretas, no embalo dos shows e trio elétricos.

          Quem possui um mínimo de sensibilidade observa nitidamente o quanto nos afastamos da natureza de relações que agregam. As letras das músicas vociferam o estilo deixa que eu penetro, afunda que eu gosto, rasga que a gente se entende, em um festival que abunda grosseria. Hoje, dançar na boquinha da garrafa tornou-se tópico de criança. O que está valendo é o escracho que avilta. Depois nos surpreende o acréscimo de estupros, a aceleração de pedofilia, a banalização da morte e desmoralização das famílias. Tudo vai se tornando apenas carne. Logo se deduz que pode moer, cortar e salgar como bem entender. No açougue das multidões sempre tem mais.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Esquerda raivosa corrói qualquer governo



Anacrônica, ineficiente e mais do que disposta a mamar nas generosas tetas do governo – seja ele de qualquer partido, ressalta-se – a esquerda raivosa é uma espécie de câncer apto a corroer seus inquilinos. Como eles são ruidosos, e normalmente com tempo de sobra para azucrinar quem ousa não atender suas reivindicações, acabam conquistando espaços muito acima de suas escassas representações sociais.

                Normalmente se metem em enrascadas fenomenais. A razão é simples: eles são teóricos que desconhecem o suor do trabalho. Suas quimeras doutrinarias servem apenas como espetáculo de palanque, discursos vazios, vociferações improdutivas e ações que destroem o setor fértil. Deliciam-se com greves, aprovam confrontos com a legalidade, odeiam a liberdade de imprensa e seu objetivo é destruir a democracia.

                Recentemente, por exemplo, a presidente Dilma Roussef deu na telha de fisgar uma dessas encrencas anunciadas nomeando-a como ministra das mulheres. Mal colocou o focinho na sala, Eleonora Miniccuci arrotou um rol de asneiras de causar repulsa. Primeiro que se mostrou orgulhosa de aprovar o aborto, declarando ser adepta da prática. Numa de suas entrevistas, retirada às pressas da internet, chegou ao cúmulo de alardear que fez um curso prático na Colômbia para auxiliar num ato que boa parte dos cristãos brasileiros considera crime.

                Logo depois, num arremedo de explicação, disse que era a favor fora do governo e que seria contra sendo ministra. Bobagem. Seria mais digno manter suas convicções firmes e pedir para sair. No entanto fica no cargo na base do fingimento se remoendo para implantar o que realmente acredita. Admiro, dou valor mesmo, nos comunistas radicais autênticos que alardeiam, doa a quem doer, seu ateísmo sem rodeios , que patrocinam o aborto, lutam abertamente por um partido único e um Estado totalitário sem liberdade para os jornalistas.

Eles serão perdoados. Pelo menos não se atolam no fingimento. Duro de engolir são os falsos que chafurdam na dissimulação. Meus elogios à bancada evangélica que reagiu firme. Lamentável que Dilma ainda se considera em dívida com parceiras de caráter tão questionável. Vai pagar caro pela fidelidade. Pior ainda é a família brasileira que não tem nada a ver com as memórias do cárcere.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

O petismo e o discurso que se desmoraliza


                Foi uma festa em Brasília, com direito a tilintar de champanhe Francês, a comemoração do governo federal em torno do sucesso da privatização dos aeroportos. Numa providencial, e ajustável, crise de memória os morubixabas do poder se esquecem da raivosa campanha lançada contra os adversários em 2002, 2006 e 2010. Na base do oportunismo deslavado, Fernando Henrique Cardoso foi chamado até de belzebu. Hoje, sorvendo as delícias palacianas, chegaram à óbvia conclusão que o Estado é inoperante e corrupto. Assim sendo, agem exatamente nos moldes condenados.

                Na Bahia, o petista Jaques Wagner convoca a tropa de elite e manda descer a borracha nos policiais grevistas. Eles até que fizeram por merecer. Quem age nos moldes do banditismo, desafiando com violência a legalidade, merece ser enfrentado a altura. Duro de engolir é que os amotinados da PM aprenderam o método brucutu na cartilha da ala irresponsável do PT. Na versão 2012 não se aceita dialogar com os grevistas. Nem precisa ser um gênio para constatar a hipocrisia quando os papéis se invertem.

                Em Goiás, a mesma turma virulenta, com o eterno deputado Mauro Rubem no papel de senhor de todas as greves, arrasta o Sintego a uma reivindicação com octanagem política. Eu não discuto, anote bem as cassandras da impostura, a legítima reivindicação de salários justos aos professores. Eles ganham mal e merecem um soldo adequado. O que corrói o movimento é o oportunismo e o molde agressivo. Os que interessam radicalizar não separam o necessário do possível.
 
           Será que apenas os mestres que recebem contracheques do Estado é que sufocam salários defasados? Claro que não. O problema é conjuntural. As escaramuças e intransigências que vomitam fogo contra o secretário da Educação de Goiás hoje podem se voltar amanhã em desfavor da prefeitura. E daí?  E daí que não será possível atender exigências num contexto de orçamentos de cobertor curto. Os líderes encolerizados pensaram nisso? Bem que deviam. Os exemplos citados neste artigo comprovam que o sol das dificuldades atinge a todos. Ser estilingue é mais fácil. O duro é ser vidraça.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

O acerto de Paulo Garcia e a denúncia inconsequente

                Em artigo recente, publicado neste mesmo espaço, elogiei as ações do vereador Elias Vaz rasgando aprovações às suas fiscalizações como vereador. Eu não podia imaginar que ele jogaria um acervo de acertos na latrina se empolgando em acusações inconsequentes. Ele agora deu para agir como uma metralhadora giratória, sem incomodar-se com as balas perdidas, atirando em qualquer iniciativa da prefeitura. Assim não dá.
             Atuando para uma plateia desinformada, e com dados superficiais que falseiam a realidade, alardeou que a pavimentação sustentável nas vias da Capital, realizada pela AMOB, se ajusta numa falcatrua improdutiva. Os dados comprovam que agiu no espirro do improviso.
          Todos os especialistas com os quais conversei, incluindo profissionais de Recife e São Bernardo que utilizam o sistema, confirmam que o processo reduz custos, de 20 a 30%, e permite agilidade nas operações tapa buraco. Trata-se de uma tecnologia avançada e já testada em diversas partes do mundo, como New York, New Orleans, Washington e rincões europeus.
           Comprova-se que faz parte de uma tecnologia ímpar, exclusiva da empresa Ecotech (com óbvia dispensa de licitação) que permite a recuperação das vias públicas na chuva com extraordinária rapidez. A garantia do serviço é de três anos, com o mínimo possível de operários, numa sofisticada operação que leva cerca de cinco minutos por buraco e com supervisão via satélite.
            Qualquer analista rudimentar pode comprovar, com operações de matemática trivial, que o custo benefício é extraordinário. Um acerto na tentativa de resolver os graves problemas de uma malha de asfalto na UTI. Delações mal fundamentadas, com ares do oportunismo e da má fé, desmoralizam revelações que merecem ser investigadas. Inclusive, que diabos, colocam dúvidas em encrencas que precisam ser esclarecidas.