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quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Deputado Waguinho é o ícone sério da oposição

Manter acessa a chama da oposição é um objetivo democrático tão importante quanto a racionalidade governamental e a justiça. Quem está no poder, e valoriza posições republicanas, deve até incentivar a existência de bons fiscais do lado oposto. É claro que essa necessidade acaba sendo uma cobra de duas cabeças. Se de um lado é essencial a vigilância de forças contrárias, de outro o administrador procura aliados que aprovem suas propostas sem hesitações. O refinado equilíbrio entre essas posições – que grosso modo parecem se anular – é que molda um estadista.

Quando Marconi Perillo, numa vitória histórica contra tudo e contra todos, reduziu Iris Rezende a cinzas, deixando o PMDB a digerir o caldo ralo dos derrotados, restaram poucas lideranças qualificadas. Uma delas, o airoso Thiago Peixoto, teve um ataque de paixão fulminante pela Secretaria de Educação e aceitou o colo generoso do poder. O atual mandatário ganhou um auxiliar vitaminado, e ao que consta capaz de fazer diferença no cargo, e o PMDB ficou a chupar pirulitos com recheio de infidelidade. Se la vi.

Nesse contexto, é natural que Waguinho – capitaneado à posição de homem mais forte entre as forças contrárias ao governo – desse uma de Thor (Deus do Trovão) lançando raios contra o colega que abandonou o navio em chamas.

A colega Tainá Borela, uma das mais gratas revelações do moderno jornalismo goiano, lembrou no Fio Direto do último domingo que o pai de Waguinho Siqueira, Wolney Siqueira, pulou de galhos partidários ora se ajeitando às sombras da extinta ARENA, do PDS e do PFL. Uma verdade documentada. Na análise da excelente colunista, essa mácula do genitor inviabiliza as críticas atuais de Waguinho ao colega desertor.

Muito embora ela tenha realizado um bom serviço revirando o passado da família e recordando posições, não posso concordar com sua tese. O Jovem político, mesmo tendo usufruído do brasão da família, não pode ser responsabilizado pelos erros do pai. Diminuir suas críticas, tendo como base esse enfoque, é uma injustiça.

Sob o ponto de vista jurídico, religioso ou ético, o filho não responde pelos desacertos do pai ou da mãe. Cada ser humano é indivisível na prestação de contas.

Até o momento, numa análise criteriosa de seu curriculum público, Waguinho tem sido irretocável. Uma revelação como gestor da Comurg, um moço de caráter zeloso, de ações comedidas e que se mostra disposto a fazer oposição responsável.

A consolidação de forças antagônicas, moralmente comprometida a realizar seu papel, sem os arroubos no estilo “sou do contra porque não estou no poder”, é de interesse crucial. Firma-se a convicção de que Marconi Perillo recebeu o Estado em cacos. Mais do que nunca, é necessário unir forças conscientes dentro e fora do governo. Contestadores lúcidos, e fortalecidos pela imprensa, podem evitar erros na ânsia de corrigir distorções.

Rosenwal Ferreira é Jornalista e Publicitário

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