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quarta-feira, 27 de abril de 2011

Quando perder é ganhar. Honras a Ovídio Martins


O doutor Ovídio Martins evoca as boas qualidades da advocacia de Goiás. Ele navega com raro talento nas águas turbulentas que exigem extraordinário saber jurídico. Homem de temperamento franco, amante de bons vinhos, extremamente dedicado à família e fiel aos amigos, mantém a fama de ser um aliado valoroso e um adversário a ser cautelosamente evitado. É admirado por jogar duro. Porém, com estratégias justas e limpas. Não foi por mero acaso que foi apontado pelo Conselho Federal da OAB, numa lista sêxtupla, para ocupar o cargo de Ministro do Superior Tribunal de Justiça.

A indicação é notável em todos os sentidos. Basta constatar os milhares de profissionais que existem em todos os Estados da Federação e a restrita representatividade de nosso estado no contexto nacional. Ser considerado um dos seis mais importantes, num julgamento dos próprios colegas, já merece uma boa rodada de champanhe. Nem é preciso ser do ramo para imaginar o nível de interesses numa jogada de pôquer com aposta tão preciosa.

Refinado no trato e habilidoso nas ações que provam talento, o veterano Ovídio Martins impressionou todos os interlocutores envolvidos na importante decisão. Nos bastidores em Brasília havia um clima favorável a sua confirmação no cargo. Quando ele se firmou na lista tríplice, no apertado funil que termina na mesa presidencial, experientes membros da OAB tinham poucas dúvidas de que ele seria escolhido. Na base da competência, garantiam eles, Ovídio Martins seria o ideal.

Infelizmente as indicações palacianas não funcionam apenas na base da lógica ou nos alicerces da habilidade e sabedoria. Existem as armadilhas da política e os bueiros que canalizam enxurradas de todos os matizes. Segundo informações confiáveis, a pedra no caminho foi a indicação da advogada Delaide Alves Miranda, esposa do conhecido militante esquerdista Aldo Arantes, para o alto escalão do Tribunal Superior do Trabalho.

Inquestionável o mérito dela e a importância do cargo para a advocacia de Goiás. Entretanto, no frigir dos ovos, dois representantes do cerrado eram demais para a turma do contra digerir. Resultado: a nomeação de Ovídio Martins se inviabilizou. Não tenho dúvidas de que ele perdeu ganhando. Mostrou-se digno da profissão, comprovando o que seus admiradores já sabem: ocupando ou não um cargo nos tribunais superiores, destaca-se como um sumo exemplo de altivez. Parabéns ao Dr.Ovídio Martins.


Rosenwal Ferreira

Jornalista e Publicitário

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