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quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Policiais civis exageram na dose

Nacionalmente admirados pela competência e garra na solução de crimes de alta complexidade, os policiais civis do Estado de Goiás raramente foram compensados à altura de sua delicada e perigosa função. As distorções, no entra e sai de múltiplos governos, culminaram em perigoso funil de reivindicações muito justas. Entretanto, como se trata de um rol de demandas reprimidas em várias gestões, os fatos indicam que o comando da greve radicalizou em tópicos que não podem ser atendidos.

Segundo informações confiáveis, a Ugopoci e o Sinpol, zelosos representantes dos grevistas, solicitaram a criação de classe especial para agentes e escrivães, criação de cargos e salários (com fixação de níveis salariais compatíveis), realização de concurso público, reforma nas delegacias e aumento salarial em que o contracheque em final de carreira ficaria em torno de R$ 11.000,00.

O governo cedeu e, no campo das promessas, confirmou a intenção de cumprir as demandas com exceção da remuneração solicitada. Destaca-se que a 6ª e 17ª delegacias foram recuperadas, o concurso foi realizado e as nomeações serão feitas em quatro etapas. Evidente que resta conferir e cobrar.

Responsavelmente, considerando que estamos no final do governo, não foi possível comprometer o justo soldo final de R$ 11.000,00. A realista contraproposta bate na casa de R$ 5.122,00 contra os irrisórios R$ 3.500,00 em curso atualmente. Nem precisa ser um gênio em finanças para concluir que o ideal não é algo possível no momento.

Os responsáveis pela negociação precisam entender essa incapacidade. Radicalizar nesse item é como fazer careta para cego. Mesmo que o patamar ideal seja um sonho do secretário de Segurança Pública Ernesto Roller e um desejo íntimo do governador Alcides Rodrigues, não é possível fazer jorrar essa quantia das fontes do contribuinte.

Urge uma solução que seja plausível. Permanecer irredutível é manter uma crise que compromete a categoria. Até esse momento, mesmo com o poder judiciário tendo apontado a greve como ilegal, os membros da corporação possuem o apoio da comunidade. Afinal de contas, apenas para lembrar um item que nem devia ser exigido no calor da uma paralisação, reformar repartições públicas é o mínimo que se espera.

Resumo: tem mais valia comprometer o que já foi conseguido, fiscalizando para que tudo seja fielmente cumprido, do que teimar numa birra estilo tirar leite de pedra.



Rosenwal Ferreira é jornalista e publicitário

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