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quarta-feira, 2 de março de 2011

As autoridades enlouqueceram?

Mesmo nos anos de chumbo, período em que o poder das baionetas censurava a imprensa e fazia calar as oposições, as autoridades civis que ocupavam cargos no poder evitavam vexames primários. Alguns, como o odiado Ministro da Justiça Armando Falcão, preferiam o artifício de nunca falar. Seu bordão – “Nada a declarar” – entrou para os anais da história. Como estão agindo os representantes do poder público no contexto de um país que procura se equilibrar na democracia? Por incrível que pareça, estão atuando como adolescentes sem imaginar as consequências de suas ações.

O ex-presidente Lula foi o exemplo máximo de gafes, piadas sujas e ações brucutus que passaram impunes. O bom momento econômico provou que pode realizar milagres. Contudo, vamos a recentes maus exemplos de pessoas em cargos públicos ocorridos em terras do cerrado. O atual Secretário de Segurança Pública, o culto João Furtado de Mendonça Neto, anunciou sem nenhum desconforto que a Polícia Militar não estava mais autorizada a agir na apreensão e combate aos caça-níqueis. Somente os Policiais Civis é que estão autorizados. Como assim? Isso significa que não existem PMs íntegros? Não sobra ninguém na tropa inteira?

A decisão, tomada no espirro do improviso com pretensão de passar austeridade, jogou no ralo das inutilidades uma corporação com mais de cem anos de bons serviços.

No mesmo clima do besteirol inopinado, o Deputado Estadual Major Araújo afirmou, numa entrevista, que os policiais “atiram porque estão cansados”. No duro? Deus nos livre de encontrar com eles depois do trabalho exaustivo. Um dia com suor mal ajambrado pode acionar o gatilho de um 38? Puro besteirol. Nenhum agente da lei manda bala porque os coturnos lhe doem o calo. São treinados para ter controle mesmo com o estresse de uma jornada dupla.

Querem outra bobice patrocinada a partir dos que deviam dar bons exemplos? A maratona dos Correios, com envolvimento dos Governos Federal e Municipal, foi um show de descaso com a coisa pública. A AMT (a eterna AMT) permitiu que atletas dividissem o trânsito rápido da Marginal Botafogo com veículos. Foi a sorte que evitou uma tragédia. Os irresponsáveis do órgão acharam normal colocar apenas cones para separar a massa humana dos carros. Esqueceu-se que automóveis pesam toneladas, que pneus furam e freios falham. Eu presenciei uma mulher aflita procurando brechas para virar o carro à direita e quase atropelando uma turma de retardatários. A equipe de Miguel Thiago é um assombro.

Pior ainda foram os organizadores da competição a espalhar copos plásticos nas vias públicas, centenas deles, como se a cidade fosse latrina dos correios e telégrafos. Ninguém se lixou em organizar uma força tarefa para ir recolhendo as embalagens vazias. Como exigir que a população tenha cuidado? Logo depois, veio uma chuva. Os benditos entupiram os bueiros. Tudo devidamente patrocinado por quem teoricamente é responsável por evitar esse estilo de lambança.

Os envolvidos em minhas observações devem ler esse artigo como alerta necessário. Não são os únicos. Os exemplos são muitos. É preciso estabelecer limites na ação e nas declarações dos que ocupam cargos de relevância. Urge planejamento tanto no discurso quanto na prática. O maior estrago é banalizar o erro ou achar que imprensa boa é a que não aponta desacertos.

Rosenwal Ferreira é Jornalista e Publicitário

3 comentários:

  1. AMT de novo? Já perdeu a graça. Tem outro assunto não?
    Parece que virou pessoal, e me disseram que era um blog profissional..

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  2. O fera, se existe problema ele tem que ser resolvido. Não importa quantas vezes. Aqui ninguém fica cômodo com coisa errada não! Aprenda a reclamar quando tem coisa errada que o Brasil muda! ¬¬

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  3. Quando o merecimento da ocupação de um cargo leva em consideração apenas os aspectos mais mundanos e são deixados de lado o conhecimento e a experiência, não se pode esperar competência nenhuma.
    Só resta rezar para que as "idéias brilhantes" destes senhores não causem tragédias maiores e que a necessidade de constantemente negociar cargos promova sua necessária remoção.
    E que os que nomeiam tenham um pouco mais de cuidado ao localizar os nomeados.

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