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quinta-feira, 28 de julho de 2011

Socorro! Quero minha mãe.

Para atender os vampiros políticos que sugam mais do que o sangue do contribuinte brasileiro, a carga tributária atingiu níveis de extraordinário e intolerável confisco. Enquanto uma casta de juquinhas, malufs e cia Ltda. abarrota os cofres particulares enriquecendo sem que o Leão os incomode, milhões de escravos assalariados não têm como se livrar de mordidas que rasgam o orçamento cotidiano. A criatividade para se inventar novas formas de arrecadação, ou aumentar as que já existem, é um assombro. Só nos falta inventar a tarifa do arroto e do bocejo público.

Para se ter uma ideia, se no dia dos pais lhe der na telha de comprar um perfume de bom gosto para o velho ficar cheiroso, vai amargar 78,3% de impostos. Uma carga tão absurda que não possui parâmetro em nenhum lugar do planeta. Um perfume nacional – que mal se fixa do elevador à garagem – já se atola em 69,3% de tributos. Um simples relógio, considerado item supérfluo pela obtusa lógica brasileira, agrega 53,14%, mais da metade do valor, que entra no bueiro de Brasília.

Qualquer item simples recebe taxações inacreditáveis. Uma caneta – uma merreca de um pequeno tubo com tinta – engata tributos de 47,49%. Assim não dá. Uma bola de futebol, quase um direito nacional do cidadão, tem que rolar 46,49% para os deuses do poder. Um modesto cinto de couro, para garantir que a calça do genitor não venha a cair em público, se atropela em 40,62%, que vão para as lambanças ao estilo Denit. Uma simplória calça jeans ou uma camisa há de embrulhar 38,53% no ralo mal aplicado.

Um computador para auxiliar o cacique da família engasga 33,62% de imposto. Se depois dessas dolorosas constatações você jogar a toalha e apenas levar seu pai a um restaurante, vai padecer em 32,31% de tributos. Se for na base do esqueça, decidir-se por algo cultural – que nos países civilizados é isento de taxas – e optar por entregar um livro, não tem escapatória: 15,52% vão para as burras da classe que controla a nação.

Só pedindo socorro e se aninhando nos braços da mamãe. Por enquanto, mas só por enquanto, ainda não conseguiram tramar uma forma de tirar proveito do carinho de mãe. Mas nem é bom falar demais. Pois sempre existe um sacripanta mais do que disposto a explorar o povão. Socorro!

Rosenwal Ferreira é Jornalista e Publicitário

Twitter: @rosenwalf

Um comentário:

  1. E se entrarmos no setor automobilístico, notatermos que os impostos são multiplicados quando um mesmo carro é vendido de um usuário
    para outro.

    E enquanto isso, na calada da noite, enquanto
    os marajás e picaretas se deleitam nestas verbas públicas, escutamos somente os gemidos dos enfermos nos corredores dos hospitais públicos, sem leitos, sem médicos, sem remédios, sem nada!!

    Até quando vamos aguentar isso?

    Palavra de Hàmlid

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