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quinta-feira, 11 de abril de 2013

Bandidos preparados, policiais desorientados e os goianos no sufoco.



       Até os mais otimistas se azedam com a deterioração da qualidade de vida nas cidades goianas, sendo que o tópico segurança pública é o que mais pesa na degradação cotidiana. Os ladrões de veículos fazem de nossa capital, e cidades de médio porte, uma espécie de rentável parque de diversões. O quadrilátero batizado como “robauto”, desafia as autoridades e segue ampliando como se fosse uma irrefreável multinacional do crime.

        Tanto nos bairros nobres, quanto na periferia, impera uma audaciosa onda de assaltos e está cada vez mais difícil encontrar um pai de família que não foi vítima de alguma violência contra seu patrimônio. A rotina das drogas, incluindo a presença de narcotraficantes da pesada, tornou-se uma lúgubre rotina.

    Enquanto isso, apesar dos esforços de gente séria que enxergam a gravidade da situação, membros da polícia se enrascam em ações que demonstram futilidade e ausência de preparo. Exemplo clássico foi o recente imbróglio envolvendo o delegado Waldir Soares e o Tenente Edson Lins de Siqueira Filho com direito a arroubos juvenis dos colegas de farda do policial militar.

      Faltou lógica e bom senso a todos os envolvidos. O delegado, numa desnecessária crise de autoridade, fez questão de prender um oficial da lei – um companheiro no combate ao crime – para cumprir um rito a ferro e fogo. A detenção do PM não serviu a coisa alguma e não foi realizada para evitar uma tragédia qualquer. Deu-se por razões de uma picuinha pontual que podia ter sido resolvida com um diálogo conciliador. O desgaste, e a energia, para levar o Tenente à delegacia, podia ter sido utilizado para algo mais produtivo.

     Na sequência do mau juízo, entram em cena os indignados colegas do policial que passam a utilizar viaturas, que não lhes pertencem, destaca-se, numa passeata de protesto que serviu apenas para mostrar falta de preparo e comando. São dois erros crassos dignos de adolescentes rebeldes. Um festival de besteirol que apenas o banditismo achou graça.

     Enquanto os “meninos” da lei se engalfinham em pirraças improdutivas, os larápios continuam com a festa. Sequer na ressaca do dia seguinte, momento em que chefias de bom senso deviam dar um basta no quiproquó, o dramalhão tomou juízo. Tanto o delegado Waldir quanto o representante da PM Anésio Barbosa, deram na telha de bater boca na televisão para o deleite dos programas estilo mundo cão. Assim é demais.

     No arremate, fontes de confiança garantem que os dois profissionais envolvidos, Tenente Edson e Delegado Waldir, são homens dignos no exercício da profissão. O mesmo se afirma sobre os policiais que realizaram a improvisada fanfarra em torno do 8º Distrito. Que bicho será que picou toda essa gente na fatídica noite de segunda feira? Feitiço do crime? Não acredito. Em minha análise a turma está desorientada. Urge orientação. 

Rosenwal Ferreira: Jornalista e Publicitário
rosenwal@rrassessoria.com
Twitter: @rosenwalF
facebook/jornalistarosenwal

Um comentário:

  1. Caro Rosenwal Ferreira, 
    Gostaria de parabenizá-lo pela crítica lúcida, coerente e pertinente. 
    Sempre gostei de seu trabalho tanto nos jornais, como nas rádios e televisões. 
    Justamente por considerá-lo um jornalista excepcional não gostaria que esse triste episódio maculasse minha imagem perante um dos mais importantes formadores de opinião do Estado de Goiás. 
    Infelizmente, fui vítima de um ardil... cai numa cilada... 
    Tenho minhas justificativas mas prefiro reconhecer o erro e me resignar e aceitar todas as suas consequências.
    Uma delas, a mais triste de todas, foi ver-me nivelado a um oportunista, que coloca seu desejos e projetos pessoais acima de quaisquer interesses. 
    Minha obrigação evitar esse episódio. Falhei...
    "Mea culpa. Mea maxima culpa." 
    Ainda na segunda feira postei em minha página do Facebook a seguinte mensagem NOTA DE ESCLARECIMENTO:

    O imponderável ronda a atividade de polícia ostensiva. O serviço Policial Militar é sempre rico em surpresas. Situações de risco se apresentam inopinadamente. Assim, é natural que o Policial Militar se acostume a lidar com o inesperado. 
    Todavia, devo confessar que hoje, infelizmente, fui surpreendido ao ser atacado de forma extremamente deselegante, chula, que beirou a baixaria, por um profissional da área de segurança pública que prefiro não nominar, pois aparentemente é daqueles que usa do cargo e das funções exercidas apenas para tentar se projetar perante os órgãos de imprensa e vender uma falsa imagem de coragem, destemor e combatividade no enfrentamento da criminalidade, com interesses meramente eleitorais. 
    Muitas pessoas se perdem nessa busca desmedida pelos holofotes da mídia e não medem esforços e consequências para ter seus “cinco minutos de fama”, promovendo escândalos e situações de conflito, principalmente envolvendo instituições ou agentes públicos, para criar a falsa imagem de “intrépido paladino da justiça” de “defensor dos fracos e oprimidos”. 
    Lamentável o que presenciei hoje durante o programa “Goiás no Ar”, enquanto tentava explicar à sociedade goiana uma situação de possível abuso de autoridade, ocorrida no dia 06 de abril de 2013, por volta das 01h00, quando um policial militar que teve seus direitos e prerrogativas funcionais ignoradas, num verdadeiro atentado contra os princípios básicos de legalidade, urbanidade e respeito no trato com o cidadão e com os profissionais que militam na difícil área de segurança pública no Brasil. 
    Foi triste... muito triste este episódio! 
    Foi um ‘espetáculo’ lamentável sob todos os aspectos. 
    Poderia usar este espaço para falar dos dispositivos legais que estendem aos Oficiais da Polícia Militar um tratamento equivalente aos Oficiais das Forças Armadas... poderia questionar cada passo da malfadada “pseudo operação policial”, que só persegue o que dá “ibope”... poderia falar do comportamento deplorável de agentes públicos e profissionais que não medem consequências para realização de seus projetos pessoais, que usam do serviço público como ferramenta para conquistar o eleitorado... poderia falar de todos os absurdos que estão sendo veiculados nas redes sociais, do desrespeito, das ofensas... mas, prefiro poupa-los... vocês não merecem... eu não mereço...
    Por fim, gostaria apenas de registrar que a Polícia Militar nunca teve e não tem interesse em repercutir este caso, ou qualquer outro que, como este, apresente motivação meramente eleitoral. Ao contrário o desejo institucional é que todas as circunstâncias e responsabilidades relativas ao episódio sejam devidamente apuradas e que seja feita a melhor justiça nos âmbitos administrativo, penal e cível.
    Infelizmente, os únicos que ganham com estes tristes espetáculos circenses são os que estão em campanha eleitoral... são os que não mede esforços para virar notícia...
    Parafraseando Mario Quintana: “As eleições passarão... a Polícia Militar passarinho!”
    Obrigado pelo carinho e atenção e um grande abraço!

    Anésio Barbosa da Cruz Júnior -Tenente Coronel PM 
    Assessor de Comunicação Social da Polícia Militar

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