Em recente artigo publicado no Diário da Manhã, José Dirceu, o homem que
comandou uma das mais bem articuladas quadrilhas a lesar o contribuinte
brasileiro, defendeu as ações do ex-presidente Lula na condição de lobista de
ricas empreiteiras em outros Países. Afirma Dirceu que Lula recebeu benesses no
pagamento de viagens de primeira classe e mimos de se invejar, para defender o
Brasil.
O argumento pode colar para quem sofre de amnésia no registro da história
recente. As múltiplas facetas de Lula permitem que faça uma defesa seletiva dos
interesses nacionais. Em tópicos visíveis, sua atuação se projeta em benefícios
umbilicais numa parceria que rende os tubos em forma de palestras. Na rebarba
garante pródigas verbas que azeitam as campanhas dos aliados políticos. Se as
façanhas terminam rendendo divisas para o País, ai sim entra no troco
positivo mencionado por José Dirceu. A receita não chega a ser tão
interessante ao povão porque as empreiteiras amigas de Lula são mestres tanto
em sonegar quanto investir em paraísos fiscais. Fato notório é que se
enriquecem na união com Mr. Silva e suas influências internacionais.
Quando se trata de resguardar vantagens de interesse para o Brasil no trato com
a esquerda raivosa, Lula é de uma condescendência ímpar. Sua generosidade com o
defunto Hugo Chavez atolou o Brasil em um lamaçal de prejuízos principalmente
nos acordos envolvendo a Petrobras.
Foi triste ver Lula fechar os olhos para os danos envolvendo acordos na geração
de energia e atropelos nos pactos com estatais brasileiras. Em diversas
ocasiões Luiz Inácio e sua orquestra terminaram defendendo os interesses de
outras nações em detrimento do Brasil.
Episódio que choca, e que ninguém se atreve a cobrar de Lula, é o
abandono dos corintianos confinados nas masmorras da Bolívia. E Lula, que tanto
se gaba e tira proveito político de ser parte da “nação corintiana”, sequer
moveu o que lhe resta dos dedos para sair em socorro dos amigos mantidos na
prisão.
É fácil deduzir porque Lula não entra nesta bola dividida. O colega Evo
Morales, um índio brucutu alimentado no poder por gente como Luiz Inácio e Cia
Ltda, segue à sombra de regras dos ditadores. É um osso que não dá para roer.
Assim como o presidente do Irã, os irmãos déspotas de Cuba, o fissurado
pseudo-democrata do Equador e outros filhotes da tirania em curso, Evo não reza
na cartilha que norteia os democratas. Lula sabe que ali não existe margem para
o diálogo sendo que o governo Boliviano sequer respeita diretrizes da Embaixada
brasileira se lixando na liberação de um salvo conduto para um exilado
político.
Fosse diferente, Lula certamente entraria em cena para tirar proveito e
negociar. Mas a turma que ele tanto admira, e defende, amarra um estilo de
governo que enfia atrás das grades, por tempo que bem entender quem lhes
interessa. Que se danem preceitos de civilidade e justiça. Pois é, Dirceu. E
agora José? Interesses do Brasil são apenas gestos que rendem lucros? Que tal
sugerir a Lula que amplie seu espectro de influência para atos em socorro de
brasileiros sem cacife para bancar parrudas despesas?
Rosenwal Ferreira: Jornalista e Publicitário
rosenwal@rrassessoria.com
Twitter: @rosenwalF
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