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quinta-feira, 9 de maio de 2013

Insanidade norte americana



               Que os irmãos Tamerlan e Dzhokhar, ao que tudo consta autores do brutal e covarde atentado na Maratona de Boston -- que ceifou vidas inocentes e deixou um odioso rastro de mutilados – representa a mais sórdida faceta dos seres humanos, isso não existe dúvida. O que impressiona é a insanidade do povo americano ao lidar com os desdobramentos da tragédia. Considerando que cabe ao cidadão civilizado, pensante e na plenitude da consciência moral, não se nivelar à barbárie dos criminosos, o que se verifica é lamentável.

               A começar com o agente funerário que preparou o corpo de Tamerlan, morto em confronto com a polícia, que foi ameaçado e hostilizado por dezenas de moradores. O profissional apenas cumpriu o rito de sua atividade. É um americano patriota e certamente abomina todos os atos dos “brothers” tresloucados. Está sofrendo represálias porque o espírito de porco do americano médio se agigantou acreditando no foco da vingança, não importa contra quem, como forma de purgar suas amarguras.

           A parvulez se propaga quando nenhum município aceita receber o corpo do terrorista Tamerlan para ser enterrado. Perplexo com a estupidez, e sob vaias dos insensatos, o responsável pela guarda do morto analisou com uma lógica irrepreensível: “ Querem o que?” Culpado, inocente, monstro ou anjo, nós temos que enterrar os mortos.”

            É de se pensar que os abutres da desforra, desejam que o defunto sofra e pensem no crematório se deliciando em ver o cadáver se transformar em farinha. Quem sabe o espírito padeça o fogo que devora o corpo inerte. Seria uma solução. Só que as empresas que executam o serviço temem ser boicotadas caso aceitem a empreitada. Talvez uma solução, que aplacaria a ira dos que bradam vindita, seja esquartejar o corpo e espalhar macabros pedaços nas ruas, avenidas e “freeways” de uma USA eufórica com o desfecho.

        É necessário que o Tio Sam, com suas reconhecidas qualidades, cresça também na tragédia, mostrando dignidade mesmo com o coração a arder em tristeza. Essa necessidade pueril de estabelecer revanche doa há quem doer foi a semente que germinou aberrações que ninguém entende. Uma demência que mantém presos no limbo, sem direito a julgamento justo e sendo alimentados à força, nos horrores de Guantánamo e a invasão do Iraque fruto de uma paranoia que não se confirmou.

         Erros tão violentos acabam alimentando tiranos que se apõem ao estilo USA de ver o mundo. Desvario como o regime Cubano, delírios à la Hugo Chavez e outras anomalias,  se nutrem, e se perpetuam na insanidade visceral, pelo ódio aos desvios de Washington. Está na hora do Tio Sam se tornar vovô com um grau de maturidade compatível com a vocação dos que viabilizaram uma das mais sólidas constituições do planeta.   

Rosenwal Ferreira: Jornalista e Publicitário
Twitter: @rosenwalF
facebook/jornalistarosenwal

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