Com rara eficiência, o lulopetismo orquestrou um esmagador projeto de poder.
Para evitar desgastes na perpetuação do comando do País, transformou os
partidos da oposição em mingau de segunda categoria, transfigurou a União
Nacional dos Estudantes (UNE) num dócil gatinho a comer no generoso pires do
contribuinte, anulou os sindicatos com verbas parrudas e garantiu um permanente
voto de cabresto na esmola da cesta básica.
Como se não bastasse, arregimentou parceiros com ares de pacto com o demônio,
com direito a beijocas de amor até com Paulo Maluf, símbolo máximo da corrupção
no País. Com esse rolo compressor, criou um País imaginário que só tinha coisas
erradas para uma ala da imprensa que se recusou a entrar na ciranda da ilusão. De
olho apenas no mando e no comando, esqueceu que projeto de poder não é projeto
de governo.
Apesar de uma relativa estabilidade econômica, que nunca foi mérito de Lula, o
cidadão de bem, esse que paga a maior carga tributária do planeta, cansou de
esperar por melhorias que nunca aconteceram. A corrupção continuou no ritmo de
sempre, as obras faraônicas drenam nossas finanças, a saúde está na UTI, a
insegurança é um assombro e exagerou-se na equação pão e circo.
O País está em chamas e não se trata de uma reivindicação que envolve apenas 20
centavos. Milhões de brasileiros que não se venderam a nenhum partido,
estão de saco cheio. A indignação das ruas é o grito entalado na garganta. É
fato que os protestos se agitam contra tudo e todos que estão no poder. Mas
quem podia ter evitado a ira do dragão de sete cabeças, pela força que o
governo Federal representa, imaginou – ora por ganância ora por esperteza – que
a besta fera nunca iria acordar. Acordou. E agora? Chegou a hora da onça beber
água, momento em que o governo terá que temer o povo, e não o contrário? Parece
que sim.
No arremate,
Dilma salva-se no contexto porque nunca governou. Tanto que, nas vaias ou nos
aplausos, procura Lula para saber como deve atuar no circo. No momento em que
escrevo esse artigo, a Presidente está reunida justamente com ele.
Rosenwal Ferreira: Jornalista e
Publicitário
Twitter: @rosenwalF
facebook/jornalistarosenwal
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