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quarta-feira, 10 de junho de 2009

Políticos sérios aceitam críticas

Em meio ao lamaçal que parece tragar boa parte dos políticos brasileiros, é necessário reconhecer que, mesmo entre os profissionais do voto, existem os que rezam na cartilha da democracia e aceitam censuras e condenações pontuais. É tão necessário elogiar essas posições lúcidas quanto denunciar os que só concordam em ouvir elogios fáceis.

Como os vereadores criam leis que nos afetam mais diretamente, a maior parte dos meus azedumes desfavoráveis foram direcionados a esses representantes. Pelas suas posições normalmente contrárias ao setor produtivo, principalmente no início de sua carreira, fui duro ao reprovar ações de Elias Vaz.

Na maior diplomacia, ele entrou em contato comigo pessoalmente e, educadamente, fez uma exposição de seus motivos, assinalou respeito pelo meu juízo e com suas ações me convenceu que respeita a liberdade de imprensa. Apesar de não abrir mão de meu direito de reprová-lo, confesso que me tornei seu amigo e penso duas vezes antes de hostilizar seus procedimentos. Elias Vaz dignifica a esquerda, mostrando que aceita o jogo democrático.

Em diversas ocasiões soltei cobras e lagartos, explicitamente, irritado com Djalma Araújo. Ele engoliu seco e assimilou a censura como parte de meu ofício. Ao me encontrar pessoalmente, foi de uma fidalguia ímpar. Sua posição pacífica e conciliadora me deixou desconcertado. Hoje é um respeitoso parceiro na difícil cruzada para defender o que resta de verde na região Sudoeste. Registro minha admiração pelo vereador.

O grandalhão Maurício Beraldo viu alguns de seus projetos serem moídos por minha artilharia no rádio. Sorridente e brincalhão, compareceu ao estúdio e se defendeu como um lorde. Transformou-se numa figura pela qual nutro agradável consideração. Entre erros e acertos se eleva ao entender meu trabalho como jornalista.

Ainda inebriado com os efeitos da eleição, Negro Jobs mereceu uma reprimenda apimentada num artigo condenando sua atuação infantil. Sem alterações, me ligou explicando e até agradecendo pelas distorções apontadas. Quanta honradez num gari que se tornou vereador por méritos pessoais. Fiquei fã.

O simpático Anselmo Pereira, companheiro de boas festas, nunca perdeu a têmpera ao ser importunado com minhas considerações negativas. Pelo contrário, sempre me agradeceu por mostrar ângulos que mereciam reprimenda. Para o azar dele, continua recebendo meu voto e, quando necessário, minhas críticas. Um democrata como poucos.

Ainda merecem destaque Ronaldo Caiado, Jovair Arantes, Marconi Perillo, Demóstenes Torres, Jardel Sebba, Iris de Araújo, Lívio Luciano, Sandes Júnior, Alcides Rodrigues, Lúcia Vânia, Marina Sant’Anna, Rusembergue Barbosa e outros que me deram licença para julgamento profissional. São pessoas importantes e imprescindíveis ao contexto democrático. Os que se acham acima do bem e do mal estão no jardim da infância democrática. Deviam reciclar e entender a real função da imprensa.

Mal sabem eles que até colunistas sociais qualificados exercem o direito de apontar erros. Mimados por “aceçores” e pelo ego inchado, deviam contratá-los com um bom nível e pagar um bom psicanalista.

No arremate é justo salientar que os mais corruptos é que reagem com redobrada truculência. Erroneamente imaginam que pessoas de bem vão se dobrar às suas ameaças ou sucumbir às suas calúnias mal-ajambradas.


Rosenwal Ferreira é jornalista e publicitário

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