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quarta-feira, 17 de março de 2010

Samba do crioulo doido versão PMDB

Segundo informações publicadas na imprensa, o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) entrou com representação para retirar do ar um programa do Partido dos Trabalhadores (PT), vítima do presidente Lula fazer apologia da candidata Dilma Rousseff. Fiquei confuso. Acompanhando o jogo de truco que transformou a política brasileira, entendi que os dois partidos eram parceiros na jiga-joga.

Se as coligações fossem algo no campo da lógica, era de supor um estrondoso rompimento entre as agremiações em questão. No entanto, pelo menos no que se pode enxergar, a dobradinha Dilma Jorge Temer está valendo. Sendo assim, que diabos mordeu a ala que apertou o gatilho contra um parceiro tão importante? Será um blefe no estilo truco?! Vale seis ladrãoo!! Ou foi uma ação legal na base do samba do crioulo doido?

Ao que tudo indica nem uma coisa nem outra. O PMDB está rosnando, mostrando os dentes no fato menor, para dar um recado muito claro: Lula não vai enfiar Henrique Meirelles goela abaixo na vice-presidência. O desejo do imperador dos trópicos esbarra nos caciques do partido. Mas “pera” aí? Meirelles não é do PMDB? É vero. Entretanto, ele não foi crismado nem batizado pelos sacerdotes no comando.

Para o leitor acompanhar o raciocínio, o presidente do Banco Central é uma espécie de forasteiro recém chegado. Ele não conhece, ou não participa, das ardilosas concessões nas inúmeras rifas realizadas entre amigos. Os veteranos, como Sarney e Cia Ltda, temem que a inteligência de Meirelles não seja suficiente para entender assuntos complexos. Alguns delicadíssimos. Bem que ele tenta. Dizem que até já prometeu estudar bastante as nuances que mantém o partido nos arreios do poder.

Até o momento, coitadinho, os esforços não estão sendo convincentes. Sobrou para Dilma. A preferida de Lula vai perder um trunfo na TV. Mas tudo bem. Foi só um aviso. Um puxão de orelhas. Amanhã, com direito a docinho de leite, o noivado volta a pleno vapor.

É claro que ainda existe a possibilidade do PMDB ter agido para não ser injusto com José Serra. Trata-se de uma sigla coerente. Está do lado de quem governa. Vai que o PSDB ganha a fatura. No arremate, posso estar errado em tudo. O samba da politiquice nacional não existe para ser entendido. Foi criado para o eleitor sambar.



Rosenwal Ferreira é Jornalista e Publicitário.

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