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quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Alguns gays ainda não entenderam: Homofobia é coisa séria.

O conteúdo circense que envolveu a parada gay de Goiânia é uma ação improdutiva que alimenta a intolerância. As pessoas qualificadas que se unem contra o preconceito não merecem ver lutas históricas se diluírem num carnaval de mediocridades. É necessário reconhecer erros e reavaliar posições. Nada resolve reunir cinquenta mil pessoas como farra imperdível. A despeito das boas intenções foi isso que aconteceu.


É muito importante reivindicar uma legislação capaz de proteger os homossexuais. Concordo com a tese. Mas como levar adiante um projeto tão polêmico tendo como foco ações que agridem uma comunidade majoritariamente conservadora? Os organizadores precisam ter consciência disso. A 15ª Parada podia ter amadurecido no formato e na essência.


Ao invés de encarar com naturalidade os excessos no consumo de álcool, que levaram dezenas de jovens ao perigoso limite do coma, podiam ter organizado uma manifestação sem o uso de bebidas. Por que não? Qual o sentido das fantasias de deboche e dos trajes inadequados? É uma mesmice que já não faz mais sentido.


Estou convicto que a esmagadora maioria do universo LGBTT é gente equilibrada. Mantém-se num cotidiano de lutas semelhante à qualquer cidadão. Não pode ser nivelado a esse resíduo bizarro como se tudo fosse parte de um zoológico humano diferente. Chega dessa história de soltar a franga na avenida fingindo que essa catarse coletiva vai diminuir a aversão aos homossexuais. Não vai mesmo.


É possível que a próxima versão consiga reunir o dobro de participantes. E daí? Significa respeito? Ou será que a festa licenciosa, grátis e no embalo dos trios elétricos é apenas mais uma alegria desabrida sem repressão às atitudes críticas? Que diferença faz uma data extra no erotismo liberado? A meu ver nenhuma. É necessário progredir.


Sem perceber, o movimento se fechou numa armadilha. Alimenta o interesse e nutre a interpretação maldosa da turma do contra. A sociedade precisa conhecer o âmago dos problemas sem o estigma da zombaria. A fase de chocar já passou. A dose extra de irreverência é uma nuvem que encobre a seriedade em torno dos atos contra a homofobia, que devem ser combatidos com inteligência, ética e moderação.


Rosenwal Ferreira é Jornalista e Publicitário
Twitter: @rosenwalf

4 comentários:

  1. O menino manamigo Rosenwal tem visão e razão!
    Este seu comentário vale para todas as categorias.
    Chega de barulho sem conteúdo, de música alta sem
    harmonia e letra, de muita mídia pra pouco produto.
    Parabéns Rosenwal!
    Abraços do manamigo e admirador
    Hàmlid

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  2. Rosenwal,
    Concordo plenamente com suas colocações.
    Se numa fase inicial houve a necessidade de chamar a atenção e chocar, hoje isto é totalmente contraprodutivo.
    O movimento necessita amadurecer e sair da mera contestação infantil.
    Parabéns pela clareza!
    Atenciosamente,

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  3. agora to feliz,to ouvindo a sucesso aqui em PARAGUAÇU paulista.sp.abracos,roni

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  4. Meu caro,cuidado...O povo não está preparado pra este tipo de crítica e vai te confundir com os homofóbicos...

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