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sexta-feira, 29 de junho de 2012

O comunista Paulo Maluf

          Saltitante e colhendo os louros de sua mais recente façanha, o impagável - e coloca impagável nisso - Paulo Salim Maluf declarou triunfante: “Perto do Lula, sou comunista”. Para o leitor que perdeu o bonde da notícia, a proeza zero quilometro do Deputado Federal foi se reunir com Lula nos aprazíveis arvoredos de sua mansão na capital paulista com direito a afagos, elogios mútuos e fotografias com modernas câmaras digitais.  Seria apenas um trivial pacto de interesses se não fosse o histórico azedume que pautou o relacionamento das carimbadas figuras políticas. Os mais ingênuos chegaram a acreditar que eles bebiam em fontes ideológicas diametralmente opostas.
          A sessão me engana que eu gosto. O toma lá dá cá de provocar nojo já rendeu críticas de todas as facetas. Mas ainda vale entender que tipo de sangue corre nas veias de uma afirmação com ares de paralogismo. Para o petismo com origens no sindicalismo “ululante”, Maluf é a representação máxima da direita intragável. Sempre foi.  Se intitular de comunista é uma heresia até para os stalinistas que cultuam o capeta, mas não acreditam em Deus.

          A sutileza é que o homem injustiçado pela Interpol, - agência que ignora sua importância para o PT de Haddad e deseja vê-lo atrás das grades - se considera um filhote de Karl Max no comparativo com o ex-presidente. Para o desgosto da esquerda raivosa, essa que mama nas generosas tetas do governo via Lula lá, Maluf tem sólidos argumentos.
Afinal de contas, reforça o dono da Eucatex, Luiz Inácio Lula da Silva foi, e ainda continua sendo, um petista que defende os banqueiros com mais vontade do que ele. Da forma que exerceu a presidência, enfatiza Maluf, “eu diria que ele está à minha direita. Eu não teria tanta vontade de defender os bancos e multinacionais como ele defendeu. Eu Paulo Maluf, industrial, estou à esquerda de Lula”. Eu heim!!?? Dá para dormir com um barulho destes??

          Claro que dá! A estrela-mor do PT não se constrange com mais nada. Como pode comprovar Maluf, “no almoço ele estava alegre e feliz”. Só não falou porque o próprio Salim lhe passou um pito: “não fala, presidente. Por causa do problema na garganta”. O engasgo de Lula não está na goela. Ele se enrasca na busca do poder a qualquer custo. É uma fome tão insaciável que até prometeu morder a canela dos adversários. Experiente, Maluf destaca que seu mais novo amigo “foi uma grata revelação do livre mercado, da livre iniciativa”. Acrescenta-se que empolgou ao ponto de inovar o feirão persa na aquisição de políticos dispostos a se vender.

Rosenwal Ferreira
Jornalista e Publicitário
@RosenwalF




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