Mostrando que
os problemas de coluna não afetaram sua liderança política, Iris Rezende
Machado enfiou o vereador Agenor Mariano – seu novo pupilo – goela abaixo como
vice na dobradinha com o atual prefeito Paulo Garcia. Petistas com os quais eu
conversei acharam uma maravilha. Analisam que Agenor é uma espécie de meninão
adocicado que não faz sombra à ninguém. A tese é ingênua considerando que o
moço é um mestre nas ações de bastidores. É de se constatar que, entre os
possíveis candidatos, a lógica não o indicaria como a melhor opção.
Não dá para
compará-lo com os Deputados Wagner Siqueira ou Samuel Belchior. A unção de Iris
até hoje se agasta numa indigestão com críticas que se arrota nos corredores. O
consenso ostentado existiu apenas para alarde na imprensa. Como é de praxe num
partido que se ajoelha a um cacique histórico, a chiadeira se dá à boca miúda
com uma enxurrada de pragas de dar calafrios.
Para quem não
tem nada com as escaramuças que envolvem interesses contrariados e/ou vantagens
umbilicais, incomoda saber que o tenro Agenor possui ligações intensas com o
setor que enriquece à custa da especulação imobiliária. Alguns de seus fecundos
admiradores são empresários lúcidos que atuam com ética. Outros nem tanto.
Recentemente,
indo contra as orientações do próprio Paulo Garcia, Agenor procurou impedir que
os últimos resquícios de mata verde que circundam a capital pudessem ser
protegidos num dos mais racionais projetos de lei aprovados em defesa da
ecologia. Desconsiderando 25 anos de luta da comunidade, na reta final, Agenor
alegou a necessidade de realizar consultas públicas que já haviam sido
concretizadas. Quando se viu derrotado, recuou taticamente afirmando que resta
agora fiscalizar e obedecer ao que o prefeito sancionou.
É isso mesmo.
Um grupelho que Agenor conhece já se babava pensando nos lucros ao construir
formigueiros humanos destrutivos. A possibilidade de Agenor Mariano, na
condição de vice- prefeito, ou na eventual substituição de Paulo Garcia,
influenciar no recuo da preservação é um pesadelo.
Aprendi duras
lições jornalísticas com o caso Avestruz Master e com o affair entre o Senador Demóstenes Torres e o contraventor Carlos
Cachoeira: deixar de investigar, escrever e alertar – com base no que se
alardeia nos botequins da cidade – é tapar o sol com peneira enferrujada. Mesmo
sendo grato a Agenor Mariano pela cordialidade e apreço que sempre me
dispensou, estou na base de colocar até as barbas de Lula no molho especial da
cautela. Espero que sua atuação seja capaz de limpar a estranha sensação que
paira em torno de sua parceria com especuladores do Armageddon.
Esse desgaste,
digamos assim intra corporis, é a
parte mais fácil nos caminhos do homem com mais chances de substituir Paulo
Garcia caso ele seja eleito.
Rosenwal Ferreira
Jornalista e
Publicitário
@rosenwalF
Nenhum comentário:
Postar um comentário