Seguidores

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Agenor Mariano, o vice de sonhos e pesadelos



     Mostrando que os problemas de coluna não afetaram sua liderança política, Iris Rezende Machado enfiou o vereador Agenor Mariano – seu novo pupilo – goela abaixo como vice na dobradinha com o atual prefeito Paulo Garcia. Petistas com os quais eu conversei acharam uma maravilha. Analisam que Agenor é uma espécie de meninão adocicado que não faz sombra à ninguém. A tese é ingênua considerando que o moço é um mestre nas ações de bastidores. É de se constatar que, entre os possíveis candidatos, a lógica não o indicaria como a melhor opção.

     Não dá para compará-lo com os Deputados Wagner Siqueira ou Samuel Belchior. A unção de Iris até hoje se agasta numa indigestão com críticas que se arrota nos corredores. O consenso ostentado existiu apenas para alarde na imprensa. Como é de praxe num partido que se ajoelha a um cacique histórico, a chiadeira se dá à boca miúda com uma enxurrada de pragas de dar calafrios.

     Para quem não tem nada com as escaramuças que envolvem interesses contrariados e/ou vantagens umbilicais, incomoda saber que o tenro Agenor possui ligações intensas com o setor que enriquece à custa da especulação imobiliária. Alguns de seus fecundos admiradores são empresários lúcidos que atuam com ética. Outros nem tanto.

    Recentemente, indo contra as orientações do próprio Paulo Garcia, Agenor procurou impedir que os últimos resquícios de mata verde que circundam a capital pudessem ser protegidos num dos mais racionais projetos de lei aprovados em defesa da ecologia. Desconsiderando 25 anos de luta da comunidade, na reta final, Agenor alegou a necessidade de realizar consultas públicas que já haviam sido concretizadas. Quando se viu derrotado, recuou taticamente afirmando que resta agora fiscalizar e obedecer ao que o prefeito sancionou.

     É isso mesmo. Um grupelho que Agenor conhece já se babava pensando nos lucros ao construir formigueiros humanos destrutivos. A possibilidade de Agenor Mariano, na condição de vice- prefeito, ou na eventual substituição de Paulo Garcia, influenciar no recuo da preservação é um pesadelo.

      Aprendi duras lições jornalísticas com o caso Avestruz Master e com o affair entre o Senador Demóstenes Torres e o contraventor Carlos Cachoeira: deixar de investigar, escrever e alertar – com base no que se alardeia nos botequins da cidade – é tapar o sol com peneira enferrujada. Mesmo sendo grato a Agenor Mariano pela cordialidade e apreço que sempre me dispensou, estou na base de colocar até as barbas de Lula no molho especial da cautela. Espero que sua atuação seja capaz de limpar a estranha sensação que paira em torno de sua parceria com especuladores do Armageddon.     

     Esse desgaste, digamos assim intra corporis, é a parte mais fácil nos caminhos do homem com mais chances de substituir Paulo Garcia caso ele seja eleito.

Rosenwal Ferreira
Jornalista e Publicitário
@rosenwalF

Nenhum comentário:

Postar um comentário