A ausência do rapper norte-americano Pitbull, que deixou o público a ver
navios no último domingo no estacionamento do Shopping Flamboyant, é
apenas a ponta de um enorme icebergque congela desrespeito à
coletividade goiana. Não é a primeira vez que um evento badalado termina em
frustração, confusão generalizada e prejuízos ao consumidor de espetáculos. É
muito comum que produtores mal-ajambrados consigam urdir atrações na base
do improviso. Os erros são constantes e a falta de punição adequada permite a
repetição dos engodos.
São muitas as táticas surradas para
enganar os fãs. Uma delas consiste em agendar espetáculos em cascata, em datas
que se atropelam, obrigando os artistas a realizar apresentações rápidas
ou chegar ao hotel poucos minutos antes do horário compromissado.
Não é raro também que bandas e cantores aterrissem no aeroporto horas
depois do horário estipulado no ingresso.
Infelizmente não existem órgãos de
fiscalização capazes de verificar cláusulas necessárias no contrato da
prestação do serviço. Um trabalho sério na linha de shows implica que os
envolvidos estejam na arena para realizar ensaios e cheguem a cidade muito
antes do espetáculo. Caso contrário, torna-se impossível contornar imprevistos
e cumprir obrigações de respeito ao público.
É algo extremamente desagradável constatar que poucos
entretenimentos honram horários estipulados. Já participei de atrações que
cumpriram rigorosamente o que foi acordado com o espectador em São Paulo e aqui
atrasou três horas do que foi determinado no bilhete. Por que essa diferença?
Muito simples, o paulistano não aceita desaforo no trato compromissado e o
ministério público da terra da garoa é implacável com os transgressores.
Entendo que é necessário mudar conceitos e exigir atitudes
dignas de quem fatura nesse segmento. Inclusive responsabilizando todos os
envolvidos. Não basta apenas cobrar obrigação de quem organizou a parada
irresponsável. Quem cede o local se compromete a um encargo cruzado. É
assim que se corrigiram distorções em várias praças.
Apenas como desabafo pessoal, é deprimente o
valor abusado que ofertamos aos artistas estrangeiros. Gente como esse
tal de Pitbull ou figurinhas carimbadas como Madonna e outros. Chegamos ao
cúmulo do servilismo oferecendo, de graça, cortejo de motociclistas e
seguranças adicionais para as estrelas estilo USA. Uma bobagem que só alimenta
a síndrome nacional de cachorro vira-lata. Toda essa gente aporta no país para
faturar os tubos. Uma desonra gastar dinheiro público para atender seus estrelismos.
Rosenwal Ferreira: Jornalista e Publicitário
Twitter: @rosenwalF
facebook/jornalistarosenwal
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