O sistema bancário tupiniquim sempre agiu como um
semideus, pairando acima das leis que regem as empresas prestadoras de
serviço. A maioria das agências não oferece vagas de estacionamento
compatíveis com a clientela, não disponibilizam banheiros aos clientes e
são poucas que respeitam as leis, no tocante a intermináveis filas no caixa.
Alguns poderosos do setor utilizam de manobras capazes de lesar o cliente na
certeza de impunidade. É um longo reinado de negociatas lesivas ao
consumidor e a única opção era se queixar ao bispo.
Mas tudo indica que bons ventos sopram no sentido
de mudar a nação para melhor. Numa atitude inédita, o Banco Central vai
investigar se bancos cobram tarifas indevidas. Se for para valer será uma
operação “mamão com açúcar”. Até o mais ingênuo dos coroinhas é capaz de
encontrar vícios e deformidades na arrecadação dos agiotas legalizados.
Se quiser um atalho eficiente, basta entrevistar gerentes aposentados que
eles vão contar histórias de arrepiar e mostrar o caminho das pedras.
Está certo o chefe do Departamento de Normas do
Banco Central, Sérgio Odilon, quando afirma que “os bancos precisam ser
tratados como qualquer outro estabelecimento comercial.” Na gíria antiga:
“falou e disse”. Chega de abusos autorizados numa farsa que se perpetua. Todos
sabem que os bancos realizam venda casada e, mesmo sendo uma operação proibida,
existe apenas um arremedo de proibição.
Que as ondas do mensalão, num julgamento
histórico capaz de enfiar no xilindró uma casta de influentes,
sejam capazes de incentivar ações semelhantes em outras áreas. O sistema
bancário é importante, e a nossa estrutura se mostra invejável, mas urgem
correções de respeito ao consumidor. Principalmente nos faturamentos
arbitrários envolvendo juros escorchantes e tarifas que não se aplica a nenhum
país civilizado.
Ainda resta uma dúvida se é possível enfrentar
tubarões acostumados a comprar consciências e distorcer os fatos. Oxalá possa
existir algumas duplas de Joaquim Barbosa no Banco Central com o apoio da
Presidente Dilma. Aprovação, amparo e aplausos da galera, isso eu garanto
existir. Milhões de brasileiros já amargaram algum tipo de sofrimento pisoteado
pelos gigantes do sistema bancário. Se chegar a vez deles, chegou tarde.
Rosenwal Ferreira: Jornalista e Publicitário
Twitter: @rosenwalF
facebook/jornalistarosenwal
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