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quinta-feira, 5 de setembro de 2013

O caos está previsto. O que fará o prefeito Paulo Garcia?



        O shopping Encontro das Águas é mais uma dessas megaestruturas que se ergue no vômito das autorizações mal-ajambradas. Até o mais desinformado cidadão sabe que o complexo fincou estacas assassinando nascentes que, teoricamente, deveriam ser protegidas pela legislação ambiental. Nenhum órgão competente agiu firme para evitar uma construção que se ajusta como fato  consumado.

     Depois que muita água rolou embaixo da ponte, ao que consta com uma babel de graúdos fechando os olhos por interesses umbilicais inconfessáveis, falam-se numa investigação e outras bobagens que não vão impedir a inauguração do colosso de compras. Estamos acostumados. Não é a primeira vez que uma lambança semelhante ocorre.

     Resta saber agora o que o prefeito Paulo Garcia fará com o desdobramento e as implicações do projeto, no caos previsto e anunciado. Antes da implantação do centro de compras e lazer, a Av. Goiás Norte, na confluência com a perimetral, já mostra a saturação de tráfego nos engarrafamentos cotidianos.

      Com o término da construção, que alardeia oferecer mais de seis mil empregos diretos, se tornará impossível transitar na região, num tremendo impacto negativo a milhares de famílias que utilizam as duas vias mencionadas, incluindo alunos das universidades: Federal e da Alfa, clubes de lazer e indústrias.

     Em São Paulo, um shopping de luxo, com o risco de não ser inaugurado, foi obrigado a acomodar soluções construindo, por conta própria,  um sistema capaz de escoar os veículos em seu quadrilátero de impacto na vizinhança. O que será realizado aqui? Algo utilizando os cofres da prefeitura? Estamos atrasados. Os empresários estão garantindo a desordem na região para o começo de dezembro de 2013. Uma tragédia sob a complacência – ou seria descaso? – de todas as autoridades que deveriam proteger os pais e a família.

      Resta ao prefeito Paulo Garcia, que já demonstrou sensibilidade para recuar em defesa da comunidade, impedir o funcionamento até que seja realizado um projeto capaz de evitar a mixórdia prevista. Isso com o apoio do Ministério Público, da Câmara de Vereadores, Sema e outros órgãos, que fingiram de mortos enquanto o cimento enterrou o nicho de preservação da natureza. Que salvem pelo menos a qualidade de vida da população, sempre  desamparada frente o rolo compressor do poder econômico. Covardia é deixar o embuste ir até o fim, sabendo como vai ser o tumulto. Com a palavra o prefeito Paulo Garcia. 

Rosenwal Ferreira: Jornalista e Publicitário
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