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quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Médicos tratados como gado


     Eu não discuto a importância do programa “mais médicos”,  sendo que qualquer pessoa de bom senso sabe  que  é imprescindível a presença de profissionais de medicina em todas as regiões do País, principalmente quadriláteros relegados ao Deus dará. O que não podemos admitir num País que se proclama uma democracia, é que seres humanos sejam tratados como se fosse gado. É exatamente isso o que está acontecendo com a leva de assustados cubanos que chegam zonzos na farsa montada pelo Ministro da Saúde Alexandre Padilha.
      Primeiro que uma das regras básicas de civilização é o respeito ao homem na plenitude de suas interações afetivas e familiares. Os doutores cubanos, numa tradição que impera na ilha prisão dos ditadores da família Castro, são aliados do convívio com suas esposas, filhos e parentes, que permanecem em Cuba para garantir o bom mocismo dos operários de Fidel. Ao contrário do que apregoa a ala cínica do PT, não existe a opção de trazer e entes queridos para o trabalho a ser desenvolvido. É uma desumanidade.
      Já pensaram um médico brasileiro, sob qualquer hipótese, ter que se aventurar em outra nação, sem nenhuma possibilidade de levar seus amados filhos ou sua esposa, com o castigo de não poder desistir da empreitada, no tempo ajustado pelos governos, sob pena de ser considerado antipatriota e colocado nas masmorra. Seria um absurdo. Mas, segundo a ótica da esquerda raivosa, a equação vale para médicos cubanos. Eles considerados como sub-raça, uma espécie de gado nelore na exposição dos moldes comunistas. Não choram, não lamentam, não se agastam na saudade.
     Outro tópico hipócrita até os ossos é a correlação serviço prestado e remuneração adequada. Ao contrário dos trabalhadores que não são obrigados a submeterem-se a um regime de escravidão mal disfarçada, os pobres cubanos não possuem o direito básico, fundamental nas relações trabalhistas, de pegar seu contra cheque no final do mês, e fazer o que bem entender com o fruto de seu trabalho. Ele vai atuar, amargar horas de labuta, e quem vai decidir o destino de seu salário é uma junta de burocratas.
     O pior é que a turma do lulopetismo, defende essa miserável equação. A eles não importa  os sentimentos do povo cubano. Duvido que apoiariam esse regime para qualquer um de seus familiares. Mas trata-se de gente, moldada na marra, para ser bucha de canhão numa ideologia ultrapassada. A miséria brasileira, particularmente na área de saúde,  urge ser atendida. Mas não à custa de perpetuar sofrimento de povos de outras nações, fingindo que está tudo certo.
    No arremate, a angústia dos médicos cubanos em Recife, em torno de um único  lap top, cedido por  alguns minutos para se comunicar com seus familiares em Cuba e sem disfarçar lágrimas que corriam em visível tristeza, prova que o Doutor Alexandre Padilha seria perfeito para encenar a peça o médico e o monstro. Resta apenas decidir qual papel ele fará.  
Rosenwal Ferreira: Jornalista e Publicitário
Twitter: @rosenwalF
facebook/jornalistarosenwal

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