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segunda-feira, 27 de junho de 2011

A quem interessa manter a Robauto?

Considero uma temeridade tocar em assuntos que envolvem gente poderosa. Mas como a natureza me dotou de um confessado espírito de porco, sigo fiel ao estilo de incomodar ordinários que seguem pairando acima do bem e do mal. O leitor atento pode constatar que certos barões da imprensa, continuam alardeando manchetes que denigrem a corporação militar. Utilizam técnicas que confundem – de propósito – a parte com o todo. Tudo bem, mesmo que seja uma determinação midiática sacana, tem lá suas funções. Obriga os agentes da lei a ingerir doses extras de tabletes de precaução.

Só não entendo por que esses colegas não utilizam um décimo da gana investigativa para denunciar, exigir providências e eliminar de vez o quadrilátero batizado como “robauto”. Por que não utilizam a força dos veículos de comunicação, milionários na estrutura e na essência, para desmascarar as quadrilhas a céu aberto? São inúmeros os pais de família que perderam a vida para saciar a demanda por automóveis fatiados.

Chega de hipocrisia. Passou da hora de mostrar a quem interessa manter a região que acolhe a traquinagem das quadrilhas. A desculpa de que existe gente séria no pedaço não cola mais. Os poucos que atuam de forma honesta, e eles existem, não conseguem competir com as regras do banditismo. Todas as vezes que se realiza uma blitz séria os corretos aplaudem.

O problema é que não existe perseverança nas ações. Realiza-se uma batida com aparato sensacionalista e poucos dias depois retorna o esgoto a céu aberto. Nunca foi idealizado um projeto envolvendo um conjunto de poderes. Que tal abranger Receita Federal, Judiciário, forças policiais e órgão de fiscalização do Estado e da Prefeitura? Está na hora de passar o sufoco para o lado deles. Chega de enforcar o homem de bem.

Interessante que os “corajosos” da imprensa trituram o moral dos policiais – colocando no mesmo caldeirão os que merecem e os que não merecem – contudo, não são capazes de realizar o mesmo com a gatunagem explicita. Tudo porque muitos deles residem em edifícios de fachada nobre, dirigem carrões importados em condomínios exclusivos e frequentam com desenvoltura salões da chamada alta sociedade.

Causa-me asco confirmar a hipocrisia reinante. Larápios do colarinho branco escapam do crivo da imprensa e da justiça com visível facilidade. Recentemente, apenas para um citar um excelente exemplo, os onze empresários que lesaram milhões de goianos realizando criminoso aumento no preço do etanol, tiveram seus nomes protegidos. Se tivesse interesse, a imprensa – que tem cacife para peitar Deus e o mundo – teria conseguido a relação dos imorais. Entretanto quando se trata dessa espécie de lista, podem surgir nomes que fazem parte de uma burla com nós entrelaçados, que poucos desejam desatar. Sendo assim, viva a continuidade da bandalheira. Viva.

Rosenwal Ferreira é Jornalista e Publicitário
Twitter: @rosenwalf

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