Ao sair do Brasil sob as asas da competente Turkish Airlines, numa pontualidade
britânica, atendimento cordial que me fez recordar os bons tempos da Varig,
ainda amargava as péssimas notícias do esquema Cachoeira. Uma noite de sono sob
o embalo de vinhos Turcos, com uma qualidade surpreendente, salmão defumado
preparado nas alturas por um chefe que acompanha a qualidade da alimentação,
logo me fez esquecer que o Brasil, como sempre, vive as turras com mais uma
corrupção que drena as energias do País. O aeroporto da antiga capital
bizantina é um oásis. Tudo muito limpo e bem cuidado nos detalhes.
Impressiona a rapidez com que o staff consegue agilizar a alfândega e carimbo
no passaporte a milhares de turistas que chegam aos borbotões.
Não é por mero acaso
que a cidade se ajustou como portal de magnificência a vários impérios.
Tudo é superlativo e impressionante. Os castelos, mesquitas, ruas com
ares de uma viagem medieval, o artesanato rico, a paisagem deslumbrante, ficam
mais agradáveis com a hospitalidade turca que deixa o estrangeiro de queixo
caído. Eles procuram ser gentis em todos os aspectos. Se tornaram profissionais
do turismo como poucos nações do mundo. Mesmo fora do circuito tradicional dos
bons hotéis, as pessoas arranham o inglês e muitos falam português
corretamente.
A paciência deles
conosco é algo de sensibilizar, muitos possuem avós, tios e primos --
muitos primos -- que imigraram principalmente para São
Paulo. É legitima sua admiração pelas coisas do Brasil. Principalmente
pelas nossas mulheres que eles paqueram mesmo com o marido por perto. Não chega
a ser intolerável porque saem de fininho com aproximação do esposo e os
galanteios se estabelecem em um nível que eleva o ego das damas. No contexto
dá para tirar de letra.
Se aventurar pelo grand
bazar é como viajar num tapete mágico depois de alisar a lâmpada de
Aladim. Ali, nas milhares de lojas, nos becos em que se perde sem nenhum
perigo, nas amplas possibilidades de negociação é possível encontrar
artigos inimagináveis. Apaixonada por chás, minha doce Ketina se
deslumbrou com especiarias que jamais pensou existir. São aromas e combinações
milenares, colhidas e cultivadas numa cultura ainda medieval. Resultado: boa
parte da mala se comprometeu com variedades que vão render boas noites de
degustação em terras do cerrado.
Aos que desejam adquirir um
tapete autentico, desses cujos fios se tornam mais qualificados com o uso e o
desgaste do tempo, me atrevo a indicar a Nakkas, que fica na Nakilbent Sokak
número 33, no quadrilátero Sultanahmed, cujo vendedor Hamid Koçak, fala
português fluente e castiço, como se fosse um intelectual. O
homem é de um refinamento impar. Levou horas nos explicando as
diferenças de fio, método da confecção de uma obra prima, nos mostrou os
subterrâneos históricos que ficam sob a imensa loja, desfilou cuidadosamente
modelos e estamparias admiráveis, agilizou cinco funcionários, serviu um
saboroso café turco, água com gás de boa procedência e, ao saber que
não iríamos levar coisa alguma, nos levou à sessão de pratos
decorados e jóias, com o mesmo sorriso e amabilidade. Depois disso, nos
acompanhou até a porta agradecendo a visita, certo de que jamais
retornaríamos ao local. Isso sim, é que se chama profissionalismo.
Alias essa é a
palavra mais adequada para definir o turismo na Turquia, tudo se ajeita no
profissionalismo. O hotel em que ficamos, o Crowne Plaza Istambul Old
City, é como se fosse um museu. Basta ficar no estabelecimento para
constatar a opulência que se registrou no império bizantino.
E aos que procuram modernidade,
a nação dá um show. Tanto no continente Asiático quanto no Europeu,
existem templos de consumo de fazer inveja ao Tio Sam, estruturas que emplacam
centenas de lojas em ousadas arquiteturas, oferecendo grifes de todos os
recantos do Globo. Tudo mais em conta do nas agruras dos impostos brasileiros.
No arremate, tudo o que disserem sobre a Turquia pode acreditar. Vale a pena
visitar e curtir o País.
Concordo plenamente Rosenwal. A Turquia é um país maravilhoso e cada vez mais cai nas graças dos brasileiros!
ResponderExcluirAbraços