Calar o vereador Djalma Araújo nunca foi uma tarefa fácil, mesmo sendo o líder
do governo na primeira gestão de Paulo Garcia, ele se ergueu contra as
diatribes de Luiz Carlos Orro - no escândalo batizado pela mídia de “Mutretama”-
e preferiu deixar o cargo a ceder às ameaças da raivosa turba do Partido
Comunista. No final, pela dor de cabeça que se transformou a
reforma do parque Mutirama e pelo desfecho da ópera, provou que tinha razões de
sobra para se rebelar.
Atualmente Djalma Araújo mergulha no caldeirão do diabo ao questionar assuntos
polêmicos que envolvem as vísceras da cidade. Fiel ao seu estilo de botar a
boca no trombone, afirma que existem colegas dispostos a destruir a região
norte da cidade com foco apenas no vil metal. Sem entrar em tópicos que ainda
carecem de comprovação, ele já tem a seu favor duas equações cabeludas, que
demonstram má fé, ausência de escrúpulos e inoperância dos órgãos que defendem
o meio ambiente e os interesses da coletividade.
Uma das aberrações são as atividades da antiga indústria Unilever, que continua
jorrando seu nauseabundo composto de infamares odores nos céus da capital. O
quadrilátero da empresa é uma orgia de erros que se perpetuam. Outro desatino,
com distorções que até os críticos de Djalma Araújo, incluindo o presidente
Clécio Alves, concordam que precisa ser investigado, são as obras do Shopping
Passeio das Águas.
Até as pedras do moribundo rio Meia Ponte sabem que o empreendimento está sendo
erguido na marra. Técnicos que entendem do assunto garantem que mananciais de
água estão sendo criminosamente assassinados e que a canalização do riacho fere
princípios básicos que protegem o meio ambiente.
É fato
que Djalma Araújo subiu o tom de suas críticas se indignando acima do que
preconiza os bons laços do parlamento. Mas é um assunto que não pode tirar o
foco ou desmerecer suas acusações. Quem possui um mínimo de informação sabe que
a especulação imobiliária está de olho na região norte. Os tubarões do lucro
fácil se lixam com a comunidade.
Sendo
assim, é de se aproveitar o fervor das emoções para separar o joio do trigo. A
história demonstra que a Câmara Municipal de Goiânia é um celeiro de vendilhões
do templo. Tanto que, ao longo do tempo, a cidade foi cedendo espaço a
monstrengos que jamais deveriam ser erguidos porque destruíram a qualidade vida
dos bairros. Tudo com o aval de órgãos públicos e a aprovação de vereadores com
interesses umbilicais. É necessário romper esse ciclo para salvar o que resta.
. Rosenwal Ferreira: Jornalista e Publicitário
rosenwal@rrassessoria.com
Twitter: @rosenwalF
facebook/jornalistarosenwal
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