Trabalhador
incansável, o Juiz Ari Queiroz Ferreira mantém uma produtividade acima da
média. Fato que pode ser comprovado facilmente pelas estatísticas disponíveis
na estrutura do sistema judiciário. Corajoso no exercício da função,
jamais procrastinou decisões polêmicas mesmo que isso tivesse o efeito de
aglutinar inimigos poderosos. Durante décadas, Ari Queiroz dignificou o
Judiciário atendendo a imprensa com explicações claras e objetivas. Não foi por
mero acaso que ganhou o apelido do “Juiz que fala e o povo entende”.
É
claro que esse perfil, num país em que é melhor ficar na moita, sem agir, do
que se expor em trabalho árduo, gerou uma gosma de inimigos e invejosos. Faz
parte, ele sempre soube disso. O que não podia imaginar é que seria punido, de
forma bizarra e inacreditável, pelo órgão que deveria zelar por juízes com seu
naipe de atuação. Ele foi afastado pelo CNJ, Conselho Nacional de Justiça, num
processo que o coloca numa espécie de “jaula Kafkiana.”
Exposto
na mídia de forma brutal, como se fosse um corrupto a ser extirpado da função,
está sendo criticado, pasmem, por agir com celeridade demais ( numa ação que se
arrasta a mais de vinte anos, envolvendo o poderoso banco Itaú), por se expor
em demasia e por sentenças com as quais alguém não concorda. E dai? Então
significa que os juízes, não só ele, podem ser afastados por suas decisões?
Se
for assim estamos perdidos. Os juízes vão ter que ordenar suas convicções de
olho nos autos e nas reações do CNJ ou de quem reclamar ao órgão? Até um
beócio, como eu, na área de direito sabe que tal posição seria a ruína da
justiça em terras brasileiras. Estaria implantado um esquema à la Hugo
Chavez travestido de democracia.
Ao
que me consta, fato que até o momento ninguém provou o contrário, Ari não tirou
nenhum proveito de sentenças em que lavrou o seu nome. Tanto que o CNJ não cita
essa possibilidade. É preciso ser bem claro nesse item. Erros de avaliação
podem existir e justamente por isso é que existem inúmeras formas de recorrer.
Afastar magistrados que contrariam interesses é deduzir que milhares estão em
risco.
Qualquer pendenga vai
deixar um vitorioso e um derrotado. Ou será que devemos instituir o empate para
quem não deseja entrar em rota de colisão?
Rosenwal Ferreira:
Jornalista e Publicitário
Twitter:
@rosenwalF
facebook/jornalistarosenwal
quanta asneira
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