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quinta-feira, 19 de maio de 2011

Deputado Mauro Rubem afirma que o Governo Estadual pode roubar a população

O que fazer quando um representante da alta corte legislativa de um estado afirma, claramente numa emissora de rádio, que a população deve temer as ações do governo, comparando-o ao mais vil dos larápios? Num país com estruturas institucionais qualificadas, o representante seria obrigado a se justificar ou retirar a acusação. Em meus longos anos de voluntário jejum tupiniquim – momento em que atuei em múltiplas nações –, jamais observei denúncias de representantes públicos sem apurações e consequências.

Fauno de todas as greves, o Deputado Mauro Rubem asseverou, no programa matinal da Interativa FM, no dia 17 de maio, o seguinte: “Do jeito que está, aconselho a população goiana a segurarem (sic) as carteiras, porque o governo pode batê–las”. O rabioso comentário surgiu
no caldeirão dos debates em torno dos 117 milhões sobre a divisão do Fundesp. Se o dignitário membro da Assembléia fosse um zé ninguém sem a força máxima do cargo, o alerta seria engavetado no rol das tricas e futricas. Porém, ele representa a oposição atrelada ao
Governo Federal.

O que sabe o deputado Mauro Rubem que nos escapa? Ele tem algum respaldo consistente para assegurar que estamos sob o risco de um furto coletivo? Eu duvido que tenha. Se a incriminação tiver alguma consistência, entendo que sua obrigação é utilizar a tribuna detalhando os motivos que o levam a ter uma suspeita tão contundente. Ou será que perdemos totalmente a vergonha na cara e não é problema acusar um administrador público como batedor de carteiras?
Eu não acho graça nenhuma. Minhas informações são de que Marconi Perillo está suando bicas para organizar as finanças e equilibrar o progresso em Goiás. Se for diferente, junto-me a Mauro Rubem. É necessário abandonar a velha prática de arrotar leviandades por ser da oposição. São atitudes que não fortalecem o espírito republicano e lançam dúvidas na classe política como um
todo.

Só para constar, no mesmo programa o deputado não deu um pio a respeito da repentina riqueza do primeiro ministro Antônio Palocci. Essa sim é uma carteira cujo recheio precisa ser explicado (apartamento de 6,6 milhões de reais e escritório de 882 mil). Mas o que vem de baixo, da galera que paga a mais cruel, injusta e mal aplicada carga de impostos, parece não atingir a turma lá de cima. Lamentável.

Rosenwal Ferreira é Jornalista e Publicitário
Twitter: @rosenwalf

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