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quarta-feira, 25 de maio de 2011

Palocci está certíssimo. Cadeia na viúva

Todo esse fuzuê em torno da ascensão milionária do superministro Antônio Palocci só pode ser dor de cotovelo. Não dá para entender a chiadeira, afinal de contas ele está apenas seguindo os trilhos de uma tradição dos deuses de Brasília. Tirar proveito do povão – esse que paga a maior carga tributária do planeta – é uma esperteza natural entre os que nunca respeitaram viúvas e órfãos. O Brasil é um oásis a lagarteiros de todos os matizes.
Quem sobe nos poleiros do poder tem consciência de que pode exercer tráfico de influência sem punições.

A hipocrisia é tão arraigada que a presidência da república reuniu todos os arautos da base aliada para criar uma blindagem. Somos tão acostumados com tramoias mal ajambradas que achamos normal proteger bilontras que se lambuzaram no melaço do poder. E que não me venham os songamongas de sempre dizer que se trata de um prejulgamento ou de um complô da mídia burguesa. Até o mais cretino dos tupiniquins percebe que um faturamento de 20 milhões de reais em dois meses é uma cifra absurda.

Outro cinismo inacreditável é afirmar que as empresas contratantes exigiram uma cláusula de confidencialidade. Essa desculpa apenas comprova que a consultoria tinha propósitos inconfessáveis. Negócios legítimos, principalmente quando pairam dúvidas que exigem explicações, não precisam de artifícios para esconder coisa alguma.

É certo que a burrice coletiva é um espanto. Porém, ainda existem pessoas inteligentes que merecem um mínimo de respeito. Se não estivessem de olho na parte escusa, no jeitinho capaz de abrir portas com faturamento bilionário, os contratantes de Antônio, dispostos a bancar rios de dinheiro, certamente teriam procurado firmas com tradição e experiência. O próprio Palocci confirma que foi procurar informações com homens que possuem
traquejo no mercado.

Calejado em situações de risco o representante máximo da ala petista trincada nas tetas do poder, apenas se muniu de estoques extras de extintores de incêndio. Na pior das hipóteses sai andando pela porta da frente e dá um tempo. Financeiramente compensa. Dedica-se com mais vigor ao rentável assessoramento VIP. Pode até se dar ao luxo de sentar com José Dirceu e dar boas gargalhadas. A impunidade é uma delícia. O lema sempre foi não
ter medo de ser feliz.



Rosenwal Ferreira é Jornalista e Publicitário

Twitter: @rosenwalf

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