Como se não bastasse a péssima impressão que a mixórdia do bicheiro Carlinhos Cachoeira causou ao Estado de Goiás, estamos sendo pródigos em alimentar a falsa idéia de que o cerrado é terra da barbárie versão 2012. Por essas e outras é que se torna crucial investigar responsabilidades no colossal desrespeito público na execução do Caldas Country Show. Ao contrário do que desejam autoridades e organizadores, o Ministério Público não deve abdicar de uma investigação capaz de apontar omissões e desacertos que contribuíram para a baderna explicita.
Um ponto de partida interessante é saber quem está mentindo a respeito dos R$ 65 mil reais que teriam sido pagos à Secretaria de Segurança Pública para reforço do policiamento da região. No gosmento jogo de empurra, a SSP/GO diz que somente a PM pode dizer se embolsou a quantia. O comandante Wellington não confirma nem desmente e tudo fica nebuloso no quartel das incertezas.
Omissos no planejamento e na previsão do caos anunciado, tanto o prefeito Ney Viturino quanto os secretários de Turismo Ivan Garcia e de Comunicação Wilhes Alves, fingem que a lambança não tem nada ver com a prefeitura. Tem sim. Eles são diretamente responsáveis por evitar constrangimentos, baderna e zorra incontida, que ferem o direito de seus eleitores.
Qualquer cidadão com um mínimo de senso podia antever que a bagunça estaria acima da capacidade que o município tem para conter a avalanche de jovens drogados e embriagados. O que seria uma solução? Muito simples! Não autorizar a realização do evento. É isso. Sem discussão. Caldas Novas mal possui estrutura para atender um feriado prolongado em condições normais de temperatura e pressão. Famílias conscientes sofreram na pele as agruras da versão anterior. Até o mais otimista, ou ingênuo, sabia que este ano o bicho pegaria, atraindo baderneiros de todos os rincões. Não deu outra.
A empresa JFC Promoções e Eventos mantêm responsabilidade direta pelos nefastos desdobramentos. Nos países civilizados cabe aos promotores oferecer uma rigorosa planilha de precauções em simbiose com as autoridades. Conscientes de que os processos de co-responsabilidade podem somar quantias milionárias, muitos deixam de promover shows e espetáculos, sem existir receios de um desvairamento coletivo após o termino da apresentação.
Por essas bandas a turma embolsa o faturamento. Quem interessa morde o naco que lhe convém e na próxima empreitada estamos prontos para outro festival de desacato e profanação nas vias públicas. Bom seria que esse emblemático infortúnio tivesse consequências aos que falharam na função de proteger as famílias de sessões de putaria e tumulto disfarçados de festival Country.
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