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quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Imprensa marrom na internet



Nos Estados Unidos, a expressão yellow press surgiu por causa do personagem de histórias em quadrinhos The Yellow Kid, criado por Richard Felton Outcault e um dos focos da disputa entre os jornais New York World e New York Journal American. Como as duas publicações se destacavam também pela competição irresponsável, no mais absoluto estilo em que os fins justificavam os meios, numa disputa levada às últimas consequências. Os críticos começaram a se referir a ambas como "imprensa amarela".
    No Brasil, o chefe de reportagem Calazan  Fernandes mudou o termo para imprensa marrom porque, segundo sua aguçada ótica jornalística, a cor amarela lembrava alegria e invocava algo positivo. O marrom seria mais apropriado por ser mais taciturno, bem apropriado ao esgoto da falta de ética.

Pois bem, a comunicação via internet, com suas múltiplas ferramentas que permitem acessíveis e democráticas formas de divulgação, permitem que jornalistas, e uma babel de internautas, possam atuar no palco das comunicações com o público, sem os altos investimentos que tornam boa parte da imprensa refém do Governo ou de grupos econômicos.

            Com isso, se vislumbrou uma nova era de ética e compromisso com a verdade. Seria o fim da famigerada imprensa marrom. Na prática, não é isso o que está acontecendo. Infelizmente, os mesmos vícios dos executivos da mídia, agindo como pistoleiros de aluguel, estão sendo adotados pelos canais regulares de divulgação via internet.

            Em Goiás, com justificativas hipócritas até os ossos, a maioria dos responsáveis por blogs, portais e similares, atuam como leões de chácara de grupelhos que os contrata para apertar o gatilho contra adversários  num eterno festival de confetes para agradar os chefes. É a imprensa marrom na coloração internet, nada além disso.

            A estratégia ficou tão óbvia, num desgaste que irrita  qualquer pessoa com QI positivo, que é muito fácil perceber a serviço de quem se agiliza as publicações. Os desafetos de Marconi e do PSDB se deleitam no espaço x que só encontra defeitos e azedume no chefe do Governo Estadual. Os inimigos de Paulo Garcia e do PT, vão ao orgasmo no espaço y, que vomita os erros e nunca encontra qualidades nas ações do chefe do Paço Municipal.

Essa corrupção, isso também é corrupção visto que corrompe a ética e a isenção na divulgação da notícia, não interessa à sociedade e não serve para modificar os vícios do sistema. Perpetua, num canal diferente, as distorções que alimentam o besteirol brasileiro. Triste constatação perceber que o erro no Brasil não é de formato. É de caráter. Na verdade de falta de caráter. Não apenas dos políticos ou dos mandatários de plantão. Está na alma do povo.
  
Rosenwal Ferreira: Jornalista e Publicitário
Twitter: @rosenwalF
facebook/jornalistarosenwal

Um comentário:

  1. A imprensa Goiana deveria ter como o exemplo do caso do Sr. "Mané de Oliveira" que mesmo tratando quase sempre de futebol teve tempo e espaço para escancarar as mazelas sofrida pelo povo mas não falou, até que uma das se virou contra ele e agora paga de homem injustiçado.

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