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segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Para a PM de Goiás, segurança é coisa séria

Não há jornalista, principalmente na mídia televisiva, que não lamba os beiços e se agite colericamente diante de erros cometidos por algum policial. Mesmo que as investigações estejam no verniz das comprovações legais, é normal que se apressem julgamentos exigindo linchamento público. Mesmo sendo um tópico grave, que exige providências capazes de cortar o mal pela raiz, o recente episódio envolvendo membros da corporação militar de Goiás não fugiu à regra. Alguns exagerados só faltaram propor a volta da guilhotina ou da forca em praça pública. Menos minha gente. É melhor não acelerar na lama evitando atolar de vez.

Primeiro que as operações tiveram um caráter midiático, bem ao estilo das trombetas da Polícia Federal, e muitos juristas sérios questionam o isolamento dos suspeitos numa prisão federal de segurança máxima, tratados como se já tivessem sido julgados e condenados. Não se corrige um crime, por mais grave que seja atropelando os ritos da legalidade. Mas essa é uma questão para doutos juízes decidirem.

O que me incomoda, como pai de família e cidadão goiano, é o viés capaz de “arriar as calças da Polícia Militar”. Explica-se: o sensacionalismo deu ares de que a corporação do cerrado é composta de uma milícia que extermina inocentes. No interesse de matérias rancorosas, colocou-se na mesma cova – e igual índice estatístico – bandidos perigosos e inocentes que se tornaram vítimas. Esse clima pode inibir o policial de agir e reagir à altura de gente que não tem o menor escrúpulo em matar.

A Polícia Militar de Goiás, na essência de sua corporação e nos objetivos que norteiam as atividades cotidianas, entende que segurança é coisa séria. Não dá para ficar de não me toques não me reles. Ou alguém duvida que os ordinários do Rio de Janeiro, que estão perdendo território naquele estado, vão migrar para rincões em que a polícia tem receio de atirar? O bom senso nesse sentido é para ontem.

No confronto entre o facínora e o agente da lei não pode existir a síndrome, enlatada a priori, de que a força policial está às ruas para exterminar quem não merece. Sem essa. Quem tem um mínimo de conhecimento das quadrilhas, sabe que os marginais se fazem de vítima com ações premeditadas envolvendo a família. É incrível que até esse gesto humanitário, entrevistando e mostrando o lado família dos envolvidos nas acusações, foi desprezado na avalanche das manchetes.

Seria uma boa ideia separar a indignação inicial, o lado emocional que clama vingança, mostrando o lado positivo, as dificuldades e os desafios de uma das mais qualificadas corporações do país. Boa parte da estrutura existente teve sólidas raízes nos oito anos do governo Marconi Perillo. Lembrando que as últimas porteiras entre o crime solidamente organizado e o cidadão de bem, é o escudo humano dos policiais civis e militares. A desmoralização deles é um perigo maior do que imaginam os críticos desvairados.

Rosenwal Ferreira é Jornalista e Publicitário

5 comentários:

  1. Infelizmente algumas pessoas da mídia não tem essa ética profissional que você cultiva!!! Sem a corporação propriamente dita, os problemas podem ser enormes e sem reparo!!! Novamente parabéns pelas escritas!!!

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  2. Há 13 dias foi comentado no Jornal da Sucesso o fato de um PM ter sido preso por conta de um estupro. Você perguntou se confiavamos na PM e respondi o seguinte: @RosenwalF sim, eu confio na PM-GO! Nao podemos por em duvida uma instituição por conta do ato de um delinqüente!

    Este deve ser o nosso sentimento em relação a PM, confiança! Um policial quando sai de casa não sabe se vai voltar, pois ele expõem a sua vida todos os dias em defesa dos cidadãos. Portanto não cabe criticas descabidas sobre fatos isolados. A idoneidade da corporação e seus valores estão acima disto tudo!

    Parabéns pela matéria! Concordo plenamente!

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  3. Rosenwal Ferreira, Estou me preguntando o que será da nossa Polícia? Será que o governo quer que sua PM acabe??... A tropa está totalmente desestimulada a trabalhar, amendrotada e sentindo desmoralizada. O que estão fazendo com a Pm?? estão acabando com os 154 anos de serviço prestados a sociedade. Nesse caso: Os inocentes estão pagando pelos pecadores!!! Infelizmente. Os PMs estão envergonhados, se sentindo como uma "doença" contgiosa... Quando vão atender ocorrencias, sempre alguém cita o caso em questão, mesmo não tendo nada haver com os envolvidos. Cadê os direitos humanos??? Agora tenho certeza que ele é UNILATERAL... Pois, são policiais, porem tambem tem os mesmos direitos de um cidadão comum. Cadê o direito de resposta??? Isso está sendo vergonhoso para o Governo e lógico abalando toda a estrutura da Policia Militar.
    Virginia - Leitora e ouvinte assidua.

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  4. Seus artigos são sempre lidos e comentados. Lembro-me de quando você começou a escrever e sempre citava no início de seu artigo algum texto clássico para, em seguida, desenvolver seu raciocínio.

    Peço-lhe agora que escreva sobre a impunidade. Ela é culpada por grande parte das más ações. Impunidade: um círculo vicioso. Ou Impunidade: cheiro de injustiça.

    a) Tudo começa no berço quando um dos pais deixa passar batido algum ato de um filho e depois pune outro por ter praticado ato semelhante.

    b) Na recente discussão em torno dos guardas de trânsito, a agente Estrela enfatizou que a UCG fez uma pesquisa concluindo que entre 10.000 infrações de trânsito apenas uma recebe multa.

    c) Outro caso é que diz respeito a criminosos que são postos em liberdade. Começa-se então a fazer justiça com as próprias mãos.

    d) Jovem que exibe moto roubada e outros que querem imitá-lo.

    e) Beiradas de rodovias e ferrovias onde se começam com barraquinhas, depois casebres, lojas e enfim, uma grande avenida. Adeus rodovia e ferrovia.

    De tudo isso, nasce a revolta daqueles que sempre quiseram andar na linha e então se sentem como bobos por não ter aproveitado a situação mesmo que ilegal de antigamente.

    Por exemplo: Hoje você vê placas assinalando proibir parar e estacionar na porta da UNIVERSO, todos os dias, com mais de uma dúzia de carros estacionados. Seria uma desobediência civil ou sinalização de permissividade?

    De consequência, a impunidade é péssimo exemplo, um círculo vicioso e causa de revolta.
    Sucesso para você.
    Abraços.
    Euler Júnior

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  5. Parabéns, pelas palavras sensatas e lógicas,pois nossa sociedade não pode menosprezar uma instituição honrrada e digna como a Polícia Militar de Goiás, que há muitos anos nos vem protegendo da marginalidade que essa mesma sociedade produz com todas essas desigualdades e injustiças em nosso País.
    Que a nossa força policial seja respeitada e valorizada por todos nós, pois tenho medo de nosso Estado se transformar em um Rio de Janeiro.

    Jornalista Rosenwal Ferreira

    Abraços e sucesso!!! Fábio Goiano

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