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segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Quem tem medo da verdade no imbróglio da Praça do Cruzeiro?

Uma enxurrada de boatos alimenta discussões em torno das mudanças de trânsito na Praça do Cruzeiro. A turma que se delicia com teorias da conspiração fala de inconfessáveis manobras envolvendo especulações imobiliárias. Sempre à boca miúda, juram que o projeto tem como foco expulsar os moradores das residências para erguer prédios de apartamentos. Uma loucura que seria facilmente desmascarada com os primeiros alvarás da Prefeitura. Pode não ser plausível, mas já aconteceu em muitos alambiques, provocando intermináveis ressacas urbanas.

Depois de algumas pesquisas, entrevistas e paciente trabalho de jornalismo investigativo, estou inclinado a descartar algumas hipóteses e acreditar em fatos que me parecem mais consistentes. O primeiro deles é que mantenho minha posição de que o projeto em pauta não é viável. Mas, hoje, dou crédito à única tentativa que restou ao prefeito e aos técnicos da Agência Municipal de Trânsito (AMT).

Não se trata de mudança de opinião sem o devido critério. Por justiça, acredito na palavra do prefeito Paulo Garcia, corroborada por testemunhas, informando que o Ministério Público, representado pela digna Promotora Gerusa Fávero Girardelli, não aceitou ceder nenhum espaço do inútil local, numa adequação para resolver o nó do trânsito. Segundo consta, a profissional sequer aceitou discutir os planos de reengenharia proposto pelo Paço Municipal.

Ela só considera razoável um túnel ou viaduto que, mesmo sendo o ideal, esbarra em milhões de reais que os cofres públicos não possuem. Ainda verde no conhecimento das vísceras da cidade, ela acha que está protegendo um patrimônio inestimável. Ninguém questiona suas boas intenções ou seus nobres propósitos. Mas poucos duvidam que ela erra ao impedir o inevitável. Se confirmada, sua teimosia vai apenas retardar a única solução plausível.

Em meio à quizila que se aglutinou é necessário impedir que agigantem personagens dispostas a tirar proveito político. Assim como muitos que ocuparam o árduo cargo, o superintendente Miguel Tiago tem boas intenções e está fazendo de tudo para domar um furacão. Agradar milhões de motoristas, numa cidade que se entupiu de veículos, não é uma tarefa fácil.

A posição mais cômoda é a de jogar pedras e criticar. Oferecer soluções é uma outra história. Se o plano esbarra em problemas, e pisa no calo de interesses contrariados, é necessário cobrar de quem pode contribuir com resoluções práticas, razoáveis e factíveis. Na conjuntura atual seria má fé não enxergar como único recurso dividir o quadrilátero. Se douta promotora está impedindo tal procedimento, que aponte outros caminhos. Pelo que sei, a chiadeira já está em sua antessala. Boa sorte e bom juízo. A história não perdoa os que erram.

Rosenwal Ferreira é Jornalista e Publicitário

3 comentários:

  1. "A história não perdoa os que erram", e também os que não tentam acertar!

    Fazer o possível e o viável. Isso é tentar, isso é tentar trabalhar.

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  2. @RosenwalF Artigo prudente e elevadamente comprometido com as mudanças que necessitam ser feitas em nossa cidade. http://bit.ly/gjK2aa

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  3. Uma vez eu liguei no programa do Beringhs e sugeri ao representante da AMT que estava sendo entrevistado que as ruas 86, 87, 88 e 89 tivessem sentido único alternado para uma melhor fluidez do trânsito.

    A pessoa, que não me recordo o nome, apenas respondeu que "por serem vias radiais, a distância a ser percorrida para o acesso a elas seria muito grande, sendo inviável tal proposta".

    Não retornei a ligação, mas acho que o pessoal da AMT tinha que viajar para outros grandes centros, como SP, RJ e BH e perceberem que, em alguns casos, a melhor solução é sim a mais distante.

    Nesses centros é relativamente comum se percorrer alguns kms para uma simples conversão à esquerda, isso quando são possíveis, pois já está provado que o quadrado à direita é sempre mais inteligente.

    Mas parece que as soluções mais 'complexas' são sempre as mais 'corretas'... vai ver porque o resultado, caso positivo, eleva o executor à qualidade de gênio...

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